Empresário que trouxe Ancelotti revela tentativa frustrada por Guardiola antes do italiano
Bastidores da contratação mostram que ideia era ter Zico na comissão técnica

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No dia 12 de maio, um acordo selou um capítulo inédito na história do futebol brasileiro. A Confederação Brasileira de Futebol oficializou a contratação de Carlo Ancelotti até o fim da Copa do Mundo de 2026, tornando o italiano o primeiro técnico estrangeiro da Seleção Brasileira em mais de cem anos de tradição.
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A negociação, discreta e conduzida sob sigilo absoluto, começou meses antes — num contexto de pressão, dúvidas e reviravoltas. Hoje, oito jogos, quatro vitórias, dois empates e duas derrotas depois, Ancelotti já sente o peso e o encanto do cargo. E, nos corredores da CBF, as conversas já tratam da possibilidade de estender o vínculo para além do Mundial.
O ponto de partida remonta ao desempenho da Seleção Brasileira nas Eliminatórias, o que reacendeu críticas e pôs em xeque a continuidade do projeto. Foi ali que o empresário Diego Fernandes, tomou a iniciativa.
— Na verdade, a origem dessa ideia vem depois do jogo contra o Uruguai. O Brasil não vinha se apresentando bem e já começava uma pressão externa para a troca de treinador — relembra Diego, em contato com a reportagem do Lance!.
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E o primeiro nome escolhido não foi o de Ancelotti, mas de um outro técnico vencedor e com história no futebol europeu.
— Eu pedi uma oportunidade ao Ednaldo para apresentar uma alternativa. O primeiro nome que me veio à cabeça foi o Guardiola. Eu cheguei a ter algumas conversas com os representantes dele, inclusive em Sabadell, mas o processo não avançou por questões contratuais com o Manchester City — contou.
Sem sucesso com o catalão, Diego apresentou outra sugestão, tão ousada quanto ter Guardiola treinando o Brasil.
— Expliquei que com o Guardiola não tinha dado certo e pedi autorização para tentar outro nome. Foi quando mencionei o Ancelotti. O Ednaldo até brincou, dizendo que era algo impossível, porque a CBF já tinha tentado antes e ele tinha acabado de renovar com o Real Madrid, mas me deu a oportunidade de tentar novamente. A partir daí é que começam, de fato, as primeiras tratativas — revelou.
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Com a luz verde da presidência, o projeto começou a ser desenhado. Um detalhe, até então pouco conhecido, envolveu o nome de Zico. Nos bastidores, chegou-se a cogitar uma estrutura que uniria o italiano e o brasileiro, que dividiram os gramados italianos nos anos 1980.
— No projeto que apresentei ao Ancelotti, a ideia era ter o Ancelotti como treinador e o Zico como diretor de futebol. O Alex (ex-meia), também faria parte da comissão — explica Diego.
Segundo ele, o nome do "Galinho" teve aprovação imediata do técnico italiano.
— O nome do Zico foi muito bem recebido. Ele foi validado imediatamente, porque o Ancelotti admira a trajetória e a experiência dele. A ideia era trazer alguém com enorme respeito no futebol brasileiro e que pudesse ajudar também na adaptação, inclusive no idioma. O Zico acabou não aceitando o convite por questões pessoais, mas deixou claro que o único estrangeiro que ele apoiaria totalmente na Seleção seria o Ancelotti. Então é importante esclarecer: houve o projeto e a conversa, mas nunca existiu o encontro em Madrid — afirma Diego.
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Além da parte técnica, uma preocupação recorrente era proteger Ancelotti do ritmo frenético da imprensa brasileira.
— Eu tinha uma preocupação grande em blindá-lo da exposição excessiva da mídia. No Real Madrid, ele sempre trabalhou num formato muito protegido, e aqui a dinâmica é bem diferente. Ter o Zico ao lado ajudaria muito nesse sentido — completou Diego.
Desde sua estreia, Ancelotti vem adaptando a calma e o pragmatismo europeus à intensidade do futebol sul-americano. O trabalho, elogiado internamente, já rende frutos e abre discussões dentro da CBF sobre o futuro da parceria após o Mundial de 2026.

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