Dorival revela se jogadores que atuam no Brasil recebem mais chances: ‘Merecimento’
Lista final teve mudanças em relação à anterior
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O técnico Dorival Júnior, anunciou, nesta sexta-feira (27), a convocação da Seleção Brasileira. A lista teve mudanças em relação à anterior. Questionado sobre as escolhas, o treinador respondeu perguntas sobre os nomes selecionados em coletiva na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
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Em uma posição complicada na tabela de classificação nas Eliminatórias, o treinador comentou como é lidar com a pressão nos jogos.
- A pressão desde os clubes nunca é um fator normal. Eu acho que isso daí já te prepara e muito para que você possa vivenciar um momento como esse dentro de uma seleção. Com a Seleção Brasileira vocês podem multiplicar por algumas vezes o nível de pressão que enfrentamos. Nada que seja desconhecido, nada que não tenhamos preparado até porque a nossa vida ao longo de toda a carreira sempre foi assim. Na realidade, quando você se torna um membro de uma comissão técnica, mais precisamente um treinador, a cada conquista de resultados e a cada alcance de títulos você apenas fica aliviado, você não comemora. Você dá sequência no seu trabalho, você tem aqueles momentos de euforia apenas, mas horas depois você já estará pensando no que fazer no domingo ou na quarta-feira seguinte. Então, sempre foi um fato que convivemos, é natural isso. Dentro da Seleção Brasileira é ainda muito maior, mas podem ter certeza que também nos preparamos muito para momentos como esse e mantínhamos consciência daquilo que estaríamos enfrentando.
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Um dos repórteres presentes na coletiva questionou as três novidades na lista: Vanderson, Igor Jesus e Abner. Dorival explicou o que provocou a escolha destes novos nomes.
Vanderson:
- Nós pensamos muito nessa condição de ter jogadores com características um pouco diferentes. Danilo um pouco mais defensivo, até pelo momento que vem tendo, e Vanderson um jogador com um pouco mais de liberdade. Nós já tivemos aqui jogadores que passaram, William e Yan Couto, que foram também muito bem. Nós estamos num processo de conhecer um pouco mais todos eles. Aqueles que já passaram, poderão voltar a qualquer instante. Aqueles que estão, que aproveitem da melhor forma as suas oportunidades.
Abner:
- É um garoto que foi nosso atleta há alguns anos atrás no Atlético Paranaense, subiu, teve um momento especial na carreira, uma evolução também muito grande. (A convocação) Foi pautada em cima de um crescimento, um equilíbrio entre ataque e defesa, um jogador que nesse momento também vem chamando a atenção, vem fazendo boas apresentações.
Igor Jesus:
- É um jogador que vocês estão começando a conhecer. Nós já tivemos a oportunidade de enfrentá-lo alguns anos atrás, justamente nesse mesmo momento que eu estava no Atlético do Paraná. Chamava muita atenção atuando pelo Coritiba, um jogador muito interessante, saiu muito rápido do país, assim como o Abner e o próprio Vanderson. No retorno agora, todos estão vendo as qualidades e a capacidade de um jogador como esse. Nós estamos em um momento em que perdemos Richarlison, perdemos João Pedro, perdemos o Pedro. Jogadores da mesma função e que necessariamente nos fizeram ampliar um pouco o leque de observações, chegando ao nome do Igor, que vem se destacando, fazendo um ótimo Campeonato Brasileiro e sendo um dos destaques da equipe lider da competição nesse instante.
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Outra mudança na lista foi a quantidade de meias e atacantes convocados. Dorival explicou a escolha e falou também especificamente sobre Rodrygo, que novamente foi citado como meia, mas joga como atacante em algumas oportunidades.
- O Rodrygo tem uma característica única de se adaptar muito bem em várias funções. Ele joga nas duas posições de ataque, também nas duas do meio. Não vejo problema nenhum, eu dou liberdade pra que ele possa trabalhar nessa condição. O que nós precisamos é ter uma coordenação que faça com que nós tenhamos um pouco mais de ataque a profundidade, eu acho que isso daí é fundamental. São jogadores que gostam de jogar com a bola nos pés. (Gostam) Muito menos de atacar a última linha adversária. O que nós temos é que tentar mudar um pouco essa concepção, porque o ataque a linha, a última linha das equipes faz com que você abra, você estique um pouco mais o seu campo de ataque. Com isso, a possibilidade de criação acaba aumentando.
O treinador do Brasil também foi perguntado sobre os jogadores que atuam no Brasil e sobre o nível do futebol brasileiro. Igor Jesus, uma das surpresas da lista, não recebeu oportunidades quando estava fora do país. Agora, no Botafogo, o centroavante foi lembrado por Dorival.
- Nós vamos continuar observando sempre todo e qualquer atleta, independente do continente que ele esteja. Ele pode já ter passado, ainda não ter chego, ele pode de repente ter uma sequência com alguns já vendendo, não só a partir da nossa chegada, mas até anterior a ela, e mesmo assim eles estarão sendo avaliados a todo instante, a todo momento. Eu acho que nós estamos tentando ser o mais acertivos possível em termos de definição de nomes. A permanência vai depender de cada um deles. Eu tento trabalhar com merecimentos, olha um ou outro caso de repente com uma necessidade ou outra, nós possamos mudar dentro de um contexto. Mas, o básico de tudo que nós fazemos, é tentar trabalhar com merecimento. Alguns, de repente, possam ter escadas fora sim, vendo e reconhecendo. Alguns outros que talvez nem esperassem, estão aqui, e de repente com possibilidades reais de permanecerem, desde que nos passem um ótimo recado dentro do que nós queremos.
Um dos jornalistas presentes mencionou a informação, publicada pelo "UOL", de que Luiz Henrique teria recebido dinheiro de apostadores parentes de Lucas Paquetá. Questionado se sentia confortável selecionando esses jogadores para a Seleção, Dorival preferiu não comentar o assunto e passou a palavra para Rodrigo Caetano.
O assunto "Neymar" também foi pauta na coletiva. O técnico foi perguntado sobre a situação do craque e sua ausência no ciclo por conta da lesão no joelho.
- Eu acredito que nós estamos tendo a percepção do quanto a esse jogador é importante. E que esses próximos anos, se Deus quiser, a partir do momento em que ele retorne, nós possamos desfrutar. Vamos aguardar, ter paciência. Não tem importância se ele não puder voltar em novembro ou só em fevereiro. Eu acho que ele tem que estar confiante, atuando e, principalmente, totalmente zerado em relação a essa lesão, que não foi simples e demanda tempo, demanda respeito aos procedimentos naturais que são feitos. Para que aí sim ele possa estar em condições. É só questão de aguardarmos, mas que possamos ali na frente desfrutar das capacidades e do potencial que tem um atleta como esse.
Questionado sobre as diferenças de desempenho de Vini Jr. no Real Madrid para o Brasil, o treinador comparou o camisa 7 a Neymar Jr.
- Primeiro, não podemos gerar uma expectativa excessiva em cima de um garoto. Eu acho que nenhum jogador tem que ter uma obrigação elevada e excessiva de tentar entregar resultados a todo momento.
- Nós temos que dar tranquilidade ao Vini, como a qualquer outro atleta. Dentro de uma equipe, eu sempre entendi que responsabilidades elas são divididas, desde o presidente dos clubes, hoje da CBF, quanto até o último funcionário. Nós temos que ter as nossas obrigações, as nossas cobranças, sim, por cada função que executemos.
- Eu nunca pedi para termos aqui uma equipe engessada, uma equipe posicional. Em todas as equipes que trabalhei, eu sempre dou toda a liberdade possível para que o atleta tenha, assim, funções, mas acima de tudo que ele possa executar tudo aquilo que ele imagine e que esteja dentro do seu alcance. Desde que ele se responsabilize por cada condição, ele não abra mão, em momento nenhum, da coletividade, mas que ele possa usar as suas individualidades em momentos oportunos. É tudo o que nós queremos ver. Esses momentos todos nós estamos esperando, não só do Vini, mas também um pouco mais do Dorival, um pouco mais do Rodrigo (Caetano), um pouco mais de cada atleta, um pouco mais de cada membro da comissão.
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