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Legado de Paris: Rebeca Andrade quer ser referência para além dos resultados

Série de entrevistas exclusivas do Lance! aborda a herança das últimas Olimpíadas

Legado de Paris: Rebeca Andrade quer ser referência para além dos resultados
imagem cameraRebeca Andrade é a maior medalhista olímpica do Brasil (Foto: Luiza Moraes/COB)
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Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionado porThayuan Leiras,
Dia 11/08/2025
11:30

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Rebeca Andrade deixou os Jogos de Paris, em 2024, como o maior nome olímpico do Brasil na atualidade. Posição que a ginasta do Flamengo alcançou pelas conquistas esportivas: medalhas que tornaram a atleta um dos grandes destaques entre os mais de 10 mil que competiram em diversas modalidades. Contudo, ela não está satisfeita apenas com os resultados. A atleta quer ser referência para a ginástica brasileira também quando está fora da ação.

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Esta segunda-feira, 11 de agosto, marca exato um ano desde a disputa das últimas Olimpíadas. O Lance! aproveita a data, a cerca de três anos dos Jogos de Los Angeles, para debater o momento olímpico brasileiro com quem é protagonista, o atleta. A conversa exclusiva com Rebeca Andrade inicia uma sequência de entrevistas com medalhistas que brilharam há um ano. Na terça-feira (12), a convidada da série Legado de Paris será a judoca Bia Souza.

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Rebeca não é só uma referência técnica

O talento de Rebeca Andrade trouxe muitas alegrias para os torcedores brasileiros que acompanharam as Olimpíadas do ano passado. A felicidade, porém, se tornou incerteza quando a saída da ginasta da Seleção Brasileira virou uma possibilidade. Para alegria dos fãs, não foi o que aconteceu. A dúvida se transformou em mudança de rota para a atleta, que tem novos objetivos.

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— Um papel legal que eu tenho é de continuar acreditando, sabe? Eu poderia ter desistido em vários momentos da minha carreira, em vários momentos da minha vida, mas eu tentei mais uma vez, eu acreditei mais uma vez, e passar isso para as meninas que estão vindo agora é muito legal, sabe? — indagou Rebeca.

Rebeca Andrade com uma das medalhas conquistadas nas Olimpíadas de Paris (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
Rebeca Andrade com uma das medalhas conquistadas nas Olimpíadas de Paris (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Por que Rebeca Andrade não parou?

As chances de desistência nunca foram escondidas por Rebeca, que externou esse desejo ainda em Paris. Em seu momento de reflexão, a ginasta relembra que contou com o apoio de Francisco Porath, o treinador da Seleção Brasileira de Ginástica Artística. Inclusive, foi Chico quem ajudou a brasileira a encontrar outra opção para o futuro, o que evitou a aposentadoria.

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— Eu pensei em encerrar minha carreira, sim, porque para mim eu já tinha realizado tudo. Tinha conquistado tudo: a medalha por equipe veio e as minhas medalhas individuais também vieram. Mas eu também vi que eu tinha outra possibilidade de seguir de outra forma assim que sentei e conversei com o Chico — disse.

Essa conversa com o mentor resultou na saída de Rebeca Andrade do aparelho do solo nas competições, mesmo após a medalha de ouro. A motivação principal foi o enorme desgaste sofrido pela atleta, tanto física quanto mentalmente. Ela se mantém na disputa do salto sobre a mesa, barras assimétricas e trave de equilíbrio.

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Cuidados físicos e mentais pós-Olimpíadas

Com essa gestão de esforço, a atleta se vê capaz de suportar o alto nível da ginástica por mais tempo. Isso porque ela se vê como mais do que uma liderança técnica. Rebeca quer se prolongar como uma influência positiva no dia a dia do Time Brasil. Um papel que vai além do desempenho físico. Ainda no início do ciclo olímpico para Los Angeles 2028, a brasileira valoriza outros aspectos da preparação, além do físico.

— Cuidar da minha mente e do meu corpo sempre vai ser uma prioridade para mim, e esse ano, por ser um ano mais tranquilo, numa competição importante, que é o Mundial, onde a gente não compete por equipe. Eu sinto que eu posso cuidar um pouco mais — afirmou Rebeca.

Vale destacar que o trabalho de cuidados com o corpo não é algo a curto prazo. Antes mesmo do Mundial de Jakarta 2025, que acontecerá entre os dias 19 e 25 de outubro, a ginasta se prepara para voltar ainda mais forte no próximo ano.

— A gente tá trabalhando nisso, eu tô conversando muito com a minha psicóloga, fazendo todos os tratamentos para que eu consiga iniciar também o próximo ano de uma maneira muito melhor, né? Com menos dores, pelo menos. E esse tá sendo o foco principal.

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O momento brilhante da ginástica no Brasil

Rebeca Andrade é atualmente a maior medalhista do Brasil em Olimpíadas, com dois ouros, três pratas e um bronze em duas edições. As primeiras conquistas chegaram em Tóquio 2020, e a brasileira se coroou entre os maiores em Paris 2024, quando o país alcançou outro feito inédito na ginástica feminina: a primeira medalha no geral por equipes.

— Eu acredito que a gente trabalhou muito duro para conquistar as nossas coisas. Graças a Deus os resultados vieram. Eu, como atleta, me doei de corpo, alma, suor, lágrima, sangue, dei tudo de mim, minhas companheiras de equipe também. As meninas da Ginástica Rítmica eu não acompanho tanto, mas o pouco que pude acompanhar eu vi também o quanto elas treinam, o quanto elas se dedicam e assim como nós elas só estão colhendo os frutos do trabalho delas, sabe?

Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica no Rio de Janeiro

Quando se trata de ginástica rítmica, aliás, o Brasil também não está muito atrás. Apesar de não ter conquistado medalhas em Paris 2024, a equipe brasileira cresceu nos últimos anos e apareceu entre as 10 melhores seleções na categoria. Com o Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica a poucos dias, de 20 a 24 de agosto, o Rio de Janeiro poderá acompanhar uma das melhores equipes da história do país e um dos destaques mundiais.

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A Seleção conta com 16 medalhas por equipe no circuito Mundial - Copa do Mundo ou Challenge Cup -, mas 15 foram conquistadas nos últimos três anos, a partir de 2022. Ainda neste ano de 2025, o Brasil dominou a etapa de Portimão, em Portugal, e levou todos os ouros da competição. A boa fase da ginástica brasileira é inegável, e o futuro promete conquistas ainda maiores, como torce também Rebeca.

— De toda a dedicação, de todo o amor, de toda a entrega e eu espero que seja definitivo, de verdade, que a geração que tá vindo também possa crescer cada vez mais e conquistar lugares mais altos, assim como a gente tá fazendo agora e é um orgulho gigantesco. Então, espero que continue assim.

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