Efeito Calderano: clube duplica número de alunos de tênis de mesa no Rio
Conquistas recentes do atleta inspiram praticantes de todas as idades

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Quadras lotadas e barulhos de bolinha batendo no chão. Assim é o ambiente no Clube Hebraica, na Zona Sul do Rio de Janeiro, nos dias de aula de tênis de mesa. Nos últimos meses, o local registrou um aumento de 92% no número de alunos que praticam o esporte. Durante o chamado "efeito Calderano", as quadras encheram de jovens, adultos e idosos. Todos foram inspirados por Hugo Calderano, que conquistou o título inédito para o Brasil da Copa do Mundo de Tênis de Mesa, na China, em abril.
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Vitor Neder, professor de tênis de mesa no clube há um ano, explica que o aumento chega a triplicar em alguns clubes da região:
— O efeito Calderano fez a procura dobrar ou até triplicar na Zona Sul. Muitos atletas entraram aqui depois que ele ganhou a Copa do Mundo.

O perfil dos alunos da Hebraica varia bastante. Tem alunos de 11 a 64 anos. Alguns praticam apenas pelo lazer, já outros buscam ser atletas de alto rendimento. É o caso de Antônio Melo, de 15 anos. Ele pratica o tênis de mesa desde os 11, sendo inspirado pela ascensão de Hugo Calderano.
— Acho que ter um atleta brasileiro, de tão alto rendimento e no topo do ranking mundial, é muito gratificante. Para a gente, serve como espelho e motivação de que é, sim, possível chegar ao topo do esporte — afirma o atleta.

Para muitos, o esporte começou somente como uma brincadeira. Das disputas do "ping-pong" nos intervalos da escola aos grandes torneio, o tênis de mesa era, recentemente, visto somente como um entretenimento do Brasil. Antônio explica que a internet também ajudou a difundir o esporte:
— Eu jogava ping-pong na escola. Aos poucos a gente começa a ganhar mais, a ver os vídeos na internet. Então, a gente vai se espelhando e vai subindo de degrau até querer procurar um clube para dar esse suporte e voarmos mais alto.
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Já dando largos passos nas disputas escolares e estaduais do tênis de mesa, Antônio almeja estar no auge do esporte e servir de inspiração para outros atletas e pessoas que querem ingressar.
O treinador explica que faltavam referências para expandir o tênis de mesa brasileiro. O ranking mundial é dominado por atletas asiáticos. De uns meses para cá, quem passou a aparecer nele foi Calderano. Hoje, o brasileiro ocupa a terceira posição de um top-5 que, além dele, só tem japoneses e chineses.
— As referências que temos no esporte, geralmente, são asiáticas. É difícil não ter uma referência que não seja do seu país. Com o Hugo chegando no patamar que ele chegou, com certeza ajuda muito o tênis de mesa do Brasil.

O clube da Zona Sul tinha somente 14 alunos de tênis de mesa em março. Hoje, já são 27 praticando o esporte. Além das aulas para quem quer passar o tempo e ser atleta, o local também oferecerá, a partir do dia 19, o esporte para pessoas com Parkinson.
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Efeito Hugo Calderano atinge todas as idades
E não são só os jovens que são influenciados por Hugo Calderano. Leonardo Gotino já chegou aos 64 anos e foi incentivado pelas conquistas do atleta a voltar a praticar o esporte após uma pausa. Ele começou no tênis de mesa há mais de 20 anos, para passar o tempo.
— Ele é uma inspiração para mim. É um esporte que não tem tradição no Brasil e ele chegou onde chegou. Ele é um cara fantástico. A Bruna Takashi também, ela tem evoluído muito — explica Leonardo.

Praticando o tênis de mesa desde 2004, Leonardo avalia que os novos interessados são curiosos, mas que muitos podem se tornar grandes atletas no futuro.
— Nesse esporte, alguns seguem e outros desistem. Tem que estudar muito para saber o que você almeja. É difícil se dedicar nesse esporte. Você precisa se dedicar por muito tempo para ser bom. Então, é bem difícil.
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Theo Hassan, de 11 anos, é um dos pequenos grandes nomes da Hebraica. Ele pratica o tênis de mesa há cerca de dois anos, começando aos nove. Ele afirma que tem Calderano como inspiração.
— O Hugo é uma inspiração para mim. No começo eu praticava na escola, brincando. Quando eu comecei a participar de algumas competições interescolares, eu vim aqui para a Hebraica e o Fluminense, querendo ser profissional — afirma.

Já indo longe no esporte, os sonhos do atleta são grandes:
— Eu me vejo ganhando uma medalha pelo Fluminense, pela Hebraica. Quem sabe, em um estadual.
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