LANCE! Espresso: Sai Dome, sai Coudet: a relação cada vez mais viciada do futebol brasileiro
Na relação entre clubes e técnicos, acordos e convicções são desfeitos a qualquer momento
Estendam a faixa "deu a louca no gerente" para explicar o que foi a segunda-feira pós-início do segundo turno do Campeonato Brasileiro.
O Internacional, líder, viu Eduardo Coudet [foto] partir em direção ao Celta de Vigo, 17º colocado do Campeonato Espanhol. O Flamengo, terceiro, anunciou a saída de Domènec Torrent, que não resistiu a mais uma goleada sofrida. Enquanto se fala em Abel Braga de volta ao Colorado, o Rubro-Negro está muito próximo de fechar com Rogério Ceni, o mais badalado do momento entre os times da Série A.
É difícil entender a dança das cadeiras quando há movimentos dos dois lados. Entre times na rabeira, em crise e desesperados para evitar a queda, ou entre os que disputam o título, mas que a todo momento têm seus trabalhos contestados. Foi assim com Luxemburgo no Palmeiras e teria sido também com Jorge Sampaoli, caso o Atlético fosse derrotado pelo Flamengo no domingo.
A única conclusão possível é que os movimentos são fruto de uma relação viciada e descompromissada, em que acordos e convicções são desfeitos a qualquer momento. Se o Inter está frustrado com o desejo de saída de Coudet, como explicar que Abel Braga é a melhor solução para tapar o buraco? O Flamengo teria estudado suficientemente o perfil de Torrent, ou apenas buscou mais um estrangeiro cuja maior qualidade era ser um fiel escudeiro de Pep Guardiola?
E os próprios técnicos aceitam fazer parte desta roda, abandonar trabalhos em andamento, afinal, sabem que amanhã é o pescoço deles que estará na reta. O saldo final não poderia ser outro: poucos produtos são tão desvalorizados hoje quanto o futebol brasileiro.
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