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Técnicos estrangeiros ajudam a moldar o futebol brasileiro desde os anos 1900

Até mesmo estilo de Zagallo foi bastante influenciado por um estrangeiro

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Marcio Dolzan
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 05/11/2025
15:06
Carlo Ancelotti participou do 2º Fórum Brasileiro de Treinadores de Futebol
imagem cameraO italiano Carlo Ancelotti é um dos técnicos mais vitoriosos do planeta (Foto: Jô Marconne/CBF)

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As falas dos ex-treinadores Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira no 2º Fórum Brasileiro de Treinadores de Futebol (FBTF), que expuseram suas contrariedades com a presença de técnicos estrangeiros no Brasil, motivaram muitas críticas e até mesmo nota de repúdio da própria organização do evento. E, para além do teor considerado xenofóbico, as declarações não encontram nem mesmo respaldo histórico, uma vez que boa parte da cultura futebolística brasileira e muitas das conquistas no último século tiveram participação de treinadores estrangeiros.

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➡️CBF: atitude de Leão e Oswaldo com Ancelotti é considerada 'deselegante e desnecessária'

Na terça-feira (4), Leão declarou que "não suporta" a ideia de ter técnicos estrangeiros atuando no País e chegou a usar o termo "invasão", enquanto Oswaldo pediu que "quando o Ancelotti for embora, depois de ser campeão, ano que vem, que (a Seleção) volte a ter um treinador brasileiro". Tudo isso com o italiano Carlo Ancelotti dividindo o mesmo palco que eles.

Apesar de ter ganhado destaque nos últimos anos, sobretudo após as campanhas vitoriosas de Jorge Jesus no Flamengo e de Abel Ferreira no Palmeiras, a presença de técnicos de outros países em solo nacional é antiga e remonta ao início do século passado.

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O Fluminense, por exemplo, passou as três primeiras décadas dos anos 1900 sendo comandado por estrangeiros, incluindo na lista ingleses, uruguaios, húngaro e dinamarquês. E, entre os anos 1930 e 1950, o tricolor carioca teve mais técnicos uruguaios do que brasileiros.

Izidor Kürschner, por sua vez, foi um técnico considerado revolucionário do esporte. O húngaro foi campeão nacional em seu país, na Alemanha e na Suíça. Chegou ao Brasil em 1937 fugindo da perseguição nazista, foi contratado pelo Flamengo, ganhou o apelido de "Dori" e ajudou a montar o time que tinha Domingos da Guia e Leônidas da Silva. Chegou também a assessorar a comissão técnica da Seleção na Copa do Mundo de 1938.

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Ideias de um técnico estrangeiro mudou estilo de Zagallo

O paraguaio Fleitas Solich é considerado um dos maiores técnicos da história do Flamengo. Contratado no início da década de 1950, ele é o segundo treinador que mais comandou o rubro-negro carioca na histórica, com 504 partidas (perde para Flávio Costa, que somou 765). No Brasil, Solich ainda esteve à frente de Corinthians, Fluminense, Palmeiras, Atlético-MG e Bahia

Fleitas Solich também teve importância na formação de um dos maiores técnicos brasileiros de todos os tempos: Zagallo. Foi Solich quem fez de Zagallo um dos primeiros pontas a serem "obrigados" a voltar para ajudar na marcação. Isso aconteceu quando ambos estavam no rubro-negro, na década de 1950. Sob a batuta do paraguaio, Zagallo mudou seu estilo de jogo no clube, replicou como jogador da Seleção campeã mundial de 1958 e levou o ensinamento como uma de suas bases como técnico.

Fleitas Solich foi um dos técnicos estrangeiros de maior sucesso no Brasil
Fleitas Solich foi um dos técnicos estrangeiros de maior sucesso no Brasil (Reprodução/Conmebol)
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