Em alta, atacante do RB Bragantino relembra momento difícil na carreira: ‘Pensei em dar um tempo’
Thayslane falou sobre saúde mental e fase na equipe de Bragança

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Aos 27 anos, a atacante Thayslane Gomes, do Red Bull Bragantino, vive um dos melhores momentos da carreira, mas nem sempre foi assim. Com passagens por clubes do Sul ao Nordeste, a pernambucana de Afogados resgatou o desejo de jogar futebol no clube de Bragança e, em sua terceira temporada, já se sente em casa no interior paulista.
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Em entrevista exclusiva ao Lance!, Thayslane abriu o jogo sobre momentos difíceis, falou sobre saúde mental e destacou o sonho de ganhar títulos pelo Massa Bruta.
A equipe enfrenta o Corinthians nesta quinta-feira (4), às 17h (horário de Brasília), no Estádio Cícero de Souza Marques, em Bragança Paulista, pelo Paulistão Feminino.
O início no Sport Club do Recife
A trajetória da atacante começou no Sport Recife, quando o time ainda não era profissional e as atletas recebiam apenas ajudas de custo.
— Foi o clube que me abriu portas, onde comecei minha carreira e tive as primeiras oportunidades — relembra. Depois, seguiu para o Ceará, em 2021, e disputou a Série A2 — sua primeira experiência em um time profissional.
A evolução rápida a levou ao São Paulo, onde passou apenas sete meses, mas aprendeu muito sobre o nível de exigência do futebol de elite. Em seguida, defendeu o Athletico Paranaense, onde disputou a Série A1.
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Clima de interior fisgou atacante
Foi durante a passagem no Tricolor Paulista que surgiu o interesse em atuar pelo RB Bragantino, clube que já admirava e queria vestir a camisa desde a saída do São Paulo, conforme conta a atleta. Entretanto, a chegada ao Massa Bruta, porém, aconteceu em meio a um momento delicado. Sofrendo com crises de ansiedade, Thayslane chegou a cogitar dar um tempo no futebol.
— O Red Bull me deu esperança em um momento difícil. Vim para cá buscando resgatar a paixão pelo futebol, que eu estava perdendo. Aqui me acolheram muito bem e consegui me ver melhor como profissional — afirma.
A adaptação em Bragança foi rápida. Identificada com o interior, a pernambucana encontrou em pequenos detalhes o aconchego que precisava.
— Sou do sertão, gosto desse clima de cidade pequena. Todo mundo conhece a gente, tem essa proximidade. A gente até tem a ‘mulher do milho’ (vendedora ambulante), que já sabe quem somos. É um ambiente leve, sem estresse, que ajuda muito no dia a dia — conta, entre risos.
Briga pela artilharia
Dentro de campo, o brilho voltou. Com sete gols na atual temporada — mesma marca do ano passado, mas em menos jogos —, a atacante se tornou vice-artilheira da equipe, atrás apenas da companheira Paulina, recém-negociada com o Costa Adeje Tenerife, da Espanha.
— Eu brinco com ela: ‘tô na cola, ela que se cuide!’ (risos). É uma disputa saudável, uma torce pela outra. Quero sempre superar minhas metas e melhorar no último terço do campo — diz Thayslane. Paulina, por sua vez, soma 12 gols neste ano.
O bom momento individual se reflete também na ambição coletiva. Apesar de não ter alcançado a meta no Brasileirão, o Bragantino segue vivo no Paulistão e na Copa do Brasil.
— Agora começa a fase decisiva. Nosso objetivo é nos manter no G4 e buscar o título. Na Copa do Brasil, é passo a passo, mas sempre mirando as finais — explica ela.

Estrutura do Red Bull Bragantino para o futebol feminino
Thayslane também destaca o salto de estrutura desde a sua chegada. Antes, o time treinava em Vargem, em condições limitadas. Hoje, conta com o CT exclusivo para o futebol feminino.
— Posso dizer que temos a melhor estrutura do país. O clube investe, melhora a cada ano e não para. Isso me motiva muito — elogia ela.
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Nesta quinta-feira, a equipe tem pela frente um confronto direto contra o Corinthians pelo Paulistão. O clássico é visto como fundamental para a sequência da temporada.
— Sabemos da qualidade delas, mas precisamos pontuar. Estamos nos preparando muito para buscar esses três pontos em casa — projeta a atacante. O futuro, para ela, passa por conquistas com a camisa do Massa Bruta.
— Já fizemos história com a classificação inédita, mas quero mais. Meu maior sonho é levantar um título com o Bragantino e deixar meu nome marcado na história do clube, assim como o clube já está marcado na minha vida — conclui a camisa 23.

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