Da paz ao caos: lesão de Pedro e fala de Bruno Henrique acendem alerta para Flamengo de Filipe Luís
Derrota para o Fortaleza levanta dúvidas antes de jogo decisivo contra o Racing

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A paz reinava soberana no Flamengo: Pedro de volta ao auge, titular absoluto no comando de ataque, com boas atuações da equipe e excelentes resultados. Mas a lesão do camisa 9, seguida por declaração preocupante de Bruno Henrique e a derrota com má atuação ofensiva diante do Fortaleza, acendeu alertas para sequência decisiva da temporada.
Justamente após a contusão de Pedro - fratura no antebraço direito que pode tirá-lo dos gramados por até dois meses - Bruno Henrique declarou que não gosta de jogar como centroavante. Depois, BH se retratou, disse que quis dizer que não queria concorrer pela posição com o parceiro, mas que estava disposto a ajudar a equipe como fosse necessário. No entanto, a fala foi suficiente para escancarar um desconforto que já era perceptível em suas atuações.
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A queda da capacidade física pela qual o ídolo rubro-negro se notabilizou sugeria que a solução para os seus anos finais de carreira fosse a utilização como camisa 9, devido à ótima finalização e posicionamento. Bruno, porém, continua mostrando velocidade e força aos 34 anos, mas sofre tecnicamente para executar o papel: tem dificuldade de jogar de costas e encontra no controle de bola próximo ao corpo seu maior defeito.
Assim, lá se vão mais de dois meses desde o último gol de Bruno Henrique pelo Flamengo - no ano, foram nove em 49 partidas. Fatal vindo de trás, como um segundo atacante, não consegue oferecer o mesmo perigo na posição de centroavante. Contra o Fortaleza, sua dificuldade de reter a bola e tabelar com os companheiros, especialmente Arrascaeta, ficou evidente.
Apesar disso, participou do gol da vitória sobre o Racing pelo jogo de ida da Libertadores. Perdeu um gol que sua versão de 2019 não perderia, é verdade, mas se apresentou muito bem para superar a linha adversária. Um lance que mostra que, quando as situações de campo aberto se apresentam, o atacante pode ter utilidade. Mas são raras em duelos contra times fechados, caso do Fortaleza.
O fato é que a mística de BH nunca vai morrer no imaginário flamenguista. Bem ou mal, o ídolo rubro-negro sempre pode ser decisivo. Foi ele um dos grandes responsáveis pela virada diante do Chelsea no Mundial de Clubes, talvez a vitória mais celebrada pela torcida no ano. E é por isso que, mesmo com o atleta em má fase, o torcedor do Flamengo entoa "Ah, é Bruno Henrique" e celebra seus chamados ao aquecimento em todos os jogos no Maracanã.
O atacante também nunca deixou de cumprir suas atribuições táticas quando acionado, ajudando na pressão alta principalmente. Mas para um jogador do seu tamanho parece muito pouco. A sua declaração após o jogo contra o Racing mostra que ainda confia na própria capacidade de atuar na posição pela qual se notabilizou, aberto pela esquerda. Será que Filipe Luís poderia dar esse voto de confiança e aumentar suas chances de jogar por ali? Ou a queda de desempenho tem mais a ver com a idade do que a função dentro de campo?

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Dor de cabeça para Flamengo x Racing?
Em uma temporada em que Pedro foi reserva em vários momentos, chega a soar irônico o peso que ganhou a sua ausência. O atacante não jogará a partida de volta da semifinal da Libertadores contra o Racing, na Argentina, na quarta-feira (29).
Vale ressaltar, porém, que não foi Bruno Henrique o responsável por barrar o centroavante. Em jogos importantes, Filipe Luís priorizou a escalação de Gonzalo Plata como falso 9, opção que continua disponível para o duelo decisivo e ficou até mais fácil após o destaque de Carrascal, mais um para jogar pelo lado do campo. Se quiser um atleta de ofício, ainda tem o garoto Wallace Yan, que após polêmicas voltou a jogar no decorrer da partida contra o Fortaleza. Por mais que tenha desperdiçado oportunidades, acrescentou presença de área e não se escondeu.
As últimas atuações de Pedro, especialmente contra Botafogo e Palmeiras, escancaram que não há opções à altura no elenco e até levantam dúvidas sobre decisões passadas de Filipe Luís. Ainda assim, o Flamengo tem um grande elenco disponível. Elenco que, com o camisa 9 no banco, superou até o Chelsea. O treinador, portanto, tem tudo para montar um time capaz de sair da Argentina classificado para a final. E para isso, a derrota contra o Fortaleza deve ser esquecida nos próximos dias.
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O que disseram Bruno Henrique e Filipe Luís?
Bruno Henrique após jogo contra o Racing: "Não é minha posição, todo mundo sabe. Deixei claro para o Filipe que quero ajudar o grupo, mas em outra posição que não seja a de 9, porque nós temos o melhor centroavante do Brasil, o Pedro, de Seleção Brasileira. Ele está super bem. Filipe entende que é o momento dele também."
Bruno Henrique durante jogo contra o Fortaleza: "Ficou (a sensação) de 'o Bruno não quer jogar (de centroavante)'. Vou me retratar, não é isso. Temos o melhor 9 do Brasil, da Seleção Brasileira. (Mas) quando o Pedro não tiver jogando, eu vou estar pronto para jogar de 9."
Filipe Luís após jogo contra o Fortaleza: "O Bruno me falou há umas semanas que se sentia mais confortável jogando em outra posição, mas que estaria à disposição para ajudar sempre que eu precisasse. Tendo o Pedro disponível, optei por colocar o Bruno na posição em que ele se sentia mais confortável. Mas sempre está à frente do interesse pessoal o interesse da equipe. Hoje, entendi que a equipe precisa do Bruno Henrique de 9 e ele se colocou à disposição. Precisamos do sacrifício dos jogadores para ajudar a equipe. Infelizmente, não conseguimos a vitória, e a culpa sempre cai em cima dos mesmos jogadores. Sempre os que estão fora são os que deveriam ter jogado, mas sigo minha convicção."
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