Não foi a primeira vez! Em 50, Suíça também brecou a Seleção Brasileira

Em 50, houve uma espécie 'Pacaembuzaço', com empate por 2 a 2 em partida ocorrida no Mundial em solo brasileiro; jogo em Rostov foi o segundo entre as equipes na competição

Brasil na Copa de 50
A Seleção na Copa de 50 (FOTO: Reprodução internet)

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O Brasil estreou na Copa da Rússia com um inesperado empate por 1 a 1 com a Suíça. Foi apenas o segundo confronto entre os países na história. E pela segunda vez, os suiços arrancam um empate. O primeiro guarda algumas curiosidades. Ele ocorreu no dia 28 de junho de 1950, na edição que culminou no Maracanaço, e foi uma espécie de "Pacaembuzaço"'.

O empate por 2 a 2, na primeira fase da competição sediada pelo Brasil, foi o único jogo da Seleção fora do Maracanã. O Pacaembu abrigou o tropeço da equipe comandada por Flavio Costa, que, como relatam jornais da época, fez algumas alterações para colocar atletas que atuavam em São Paulo e agradar o público de 42 mil pessoas. O resultado fez a Seleção ir para a partida contra a Iugoslávia necessitando do triunfo para avançar ao quadrangular final - os iugoslavos haviam derrotado Suíça e México, enquanto o escrete verde-e-amarelo tinha uma vitória e um empate. O mau resultado diante dos suíços gerou temor de eliminação precoce. Trecho abaixo, retirado de matéria do dia seguinte de "O Estado de S.Paulo" dá a dimensão da temperatura: 

"(...)Chegamos ao cúmulo de ver peritos da defesa atuando no ataque, e elementos geralmente bons na esquerda figurando na ala direita, imprecisos, portanto, desnorteados, ineficientes (...)"

CURIOSIDADES DO MUNDIAL DE 50

- No jogo contra a Suíça, os gols brasileiros foram de Alfredo e Baltazar, duas "caras novas" de Flavio Costa naquela partida. O segundo atuava no Corinthians
- Após o empate com a Suíça, a Seleção fez 2 a 0 na Iugoslávia, avançou para o quadrangular e emendou duas goleadas robustas: 6 a 1 na Espanha e 7 a 1 na Suécia. Resultados empolgantes antes do amargo "Maracanazo"
- O artilheiro do Mundial foi o atacante Ademir de Menezes, o Queixada, com nove gols. Ele era um dos símbolos do chamado Expresso da Vitória, do Vasco. 
- A Copa de 50 interrompeu intervalo de 12 anos sem Mundiais por conta da Segunda Guerra. Eram previstos 16 participantes, mas três desistiram, o que provocou uma divisão desigual no número de seleções por grupos. Enquanto o Brasil fez três partidas na primeira fase, o Uruguai só disputou uma - goleada por 8 a 0 sobre a Bolívia. 
- O estádio Independência foi palco de uma das maiores zebras de todos os tempos. Os Estados Unidos fizeram 1 a 0 na Inglaterra, até então ciosa da aura de "inventora do futebol"
- O Uruguai terminou com o título e permaneceu sem perder em Copas - havia sido também campeão invicto em 30 e não jogou as edições de 34 e 38. A Celeste só foi perder um jogo em 54, diante da poderosa Hungria de Puskás.

TINHAM PERDIDO....

Suíça 0 x 3 Iugoslávia - Copa de 50
Antes de empatar com o Brasil, a Suíça havia perdido de 3 a 0 para a Iugoslávia, no estádio Independência, em Belo Horizonte FOTO: Arquivo

O PALCO PAULISTA

Pacaembu nos anos 50
Imagem do Pacaembu nos anos 50. O estádio foi inaugurado em 27 de abril de 1940, dez anos antes do Mundial, e recebeu seis jogos da competição de 50 (FOTO: Gabriel Zellaui, DPH/DIM)

FICHA TÉCNICA

BRASIL 2 X 2 SUÍÇA 
Local: Pacaembu (São Paulo)
Árbitro: Ramón Azón (Espanha)
Gols: Alfredo II (2'/1ºT - 1 a 0), Fatton (16'/1ºT - 1 a 1), Baltazar (31'/1ºT - 2 a 1) e  Fatton (43'/2ºT - 2 a 2)
BRASIL: Barbosa; Augusto e Juvenal; Bauer, Rui e Noronha; Alfredo II, Maneca, Baltazar e Ademir, Friaça. Técnico: Flávio Costa 
SUÍÇA: Stuber; Neury e Bocquet; Lusenti, Egginemann e Quinche; Tamini, Bickel, Friedlander, Bader e Fatton.

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