Vasco moderniza categorias de base com foco em infraestrutura e desenvolvimento
Clube promove reestruturação na formação de atletas após irregularidades apontadas em 2012

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Em setembro de 2025, o Vasco da Gama teve confirmada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) uma condenação que obriga o clube a pagar R$ 300 mil por dano moral coletivo. A decisão diz respeito a irregularidades constatadas em 2012 nas categorias de base, quando o Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou uma ação civil pública apontando falhas graves na condução da formação de jovens atletas, com violações à legislação trabalhista, ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e às normas esportivas da época. Embora a condenação tenha sido confirmada agora, o Vasco já vinha promovendo, ao longo dos últimos anos, uma série de melhorias estruturais, jurídicas e operacionais em sua base, em um processo de reformulação contínua e independente do desfecho judicial.
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Melhorias na infraestrutura da base do Vasco
Nos últimos anos, o Vasco tem passado por uma transformação profunda em suas categorias de base, com investimentos em infraestrutura, gestão e adequação legal. As mudanças fazem parte de um processo de reestruturação iniciado nos últimos anos com o objetivo de qualificar o ambiente de formação esportiva, garantir os direitos dos jovens atletas e alinhar o trabalho da base aos padrões exigidos por órgãos reguladores como a CBF e o Ministério Público do Trabalho.
O clube realizou uma ampla reforma nos alojamentos que recebem os atletas das categorias de base, incluindo melhorias em dormitórios, banheiros, áreas de lazer e convivência. Hoje, os espaços contam com melhores condições de conforto, higiene e segurança, além da presença constante de pelo menos três monitores que acompanham os jovens durante o dia e a noite, promovendo um ambiente mais acolhedor e supervisionado.

Na mobilidade, o clube adquiriu novos ônibus para o transporte das equipes, garantindo segurança e comodidade nos deslocamentos diários para treinos, jogos e competições. Já o refeitório do centro de treinamento também foi reformado e passou a oferecer uma alimentação balanceada, composta por cinco refeições diárias — café da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia — todas supervisionadas por uma equipe de nutrição esportiva especializada.
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Adequações legais: contratos de aprendizagem e fim de práticas irregulares
Segundo o advogado desportivo Pedro Henrique Zaithammer, a Constituição proíbe o trabalho de menores de 16 anos, salvo como aprendiz a partir dos 14. Já a Lei Pelé e a Lei Geral do Esporte exigem contratos específicos de formação para adolescentes. No caso do Vasco, o TST entendeu que, em 2012, o clube descumpriu essas normas ao aceitar crianças abaixo da idade mínima e ao não formalizar contratos de aprendizagem com adolescentes.
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Desde então, o clube se adequou: não recebe mais crianças com menos de 14 anos em regime de alojamento e alto rendimento, e adolescentes entre 14 e 16 anos só ingressam com contratos formais, como manda a lei.

Essas adequações foram fundamentais para que o Vasco obtivesse, e mantivesse, desde 2020, a Certificação de Clube Formador da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) — um selo de qualidade que reconhece as instituições que oferecem condições adequadas de formação aos seus atletas. A certificação exige critérios rigorosos, como:
- Acompanhamento escolar;
- Assistência médica e psicológica;
- Condições adequadas de moradia e alimentação;
- Formalização de contratos de formação ou aprendizagem;
- Responsabilidade sobre a formação cidadã dos atletas.
Além disso, o clube implantou e mantém o Programa de Apoio Socioeducativo em Meio Aberto, reconhecido oficialmente pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro (CMDCA-Rio), reforçando o compromisso com o desenvolvimento integral dos jovens — não apenas como jogadores, mas como cidadãos.
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O clube também tem sido submetido a vistorias periódicas do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que acompanham a evolução das práticas e verificam o cumprimento das determinações legais. A última inspeção foi realizada no início de 2025, e, de acordo com o Vasco, todas as exigências estão sendo cumpridas.
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