Navone, bisneto de brasileira, e sua inusitada maneira de buscar patrocínios
Principal cabeça de chave, argentino estreia nesta quinta no Costa do Sauípe Open

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Quem vê o sorriso fácil de Mariano Navone fora e, muitas vezes, dentro de quadra talvez não imagine que esse argentino, de 23 anos já passou dificuldades para seguir no tênis. Em 2020, o ex-top 29 do mundo e atual 85º, que estreia nesta quinta-feira no Costa do Sauípe Open, encontrou uma maneira inusitada de buscar patrocinadores: enviando e-mails.
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- Era um momento muito complicado, de bastante compromisso familiar e um desgaste muito grande econômico. Também contei com a ajuda de muitos amigos (inclusive para enviar os e-mails), muita gente solidária, até que consegui o primeiro patrocínio, da Dunlop (marca de raquetes). E, hoje, praticamente cinco anos depois, ver onde estou e posso me manter é motivo de orgulho - conta o principal cabeça de chave do torneio baiano, em entrevista exclusiva ao Lance! O rival desta quinta, em torno das 13h (de Brasília) é o americano naturalizado libanês Hady Habib (170º).
Fã do compatriota ex-tenista David Nalbandian (vice-campeão de Wimbledon em 2002), especialmente de seu backhand de duas mãos e da devolução de saque, Navone viveu, em 2024, uma temporada que foi um divisor de águas na carreira. E um dos momentos mais especiais daquela temporada foi o Rio Open, onde furou o qualifying (classificatório, vencendo duas partidas) e alcançou a final, onde foi derrotado pelo compatriota Sebastian Baez. Naquela semana o argentino ganhou suas quatro primeiras partidas de ATP, o que o fez debutar no top 100. A terceira delas foi contra João Fonseca, nas quartas de final. O tenista carioca, por sinal, aos 17 anos, ganhou, naquela semana, seus dois primeiros jogos nesse nível de torneio (contra o francês Arthur Fils e o chileno Cristian Garin).
Momento inesquecível na Davis
Em janeiro deste ano, o 'hermano' viveu outra experiência ímpar, ao estrear na Copa Davis (contra a Noruega, fora de casa). Derrotado por Casper Ruud no primeiro embate, venceu Nicolai Kjaer no quinto e decisivo jogo (vídeo abaixo).
- Representar a Argentina é incrível, o máximo. Estar na seleção argentina de tênis é o maior privilégio para um tenista. Ter vencido o quinto duelo, garantindo a classificação, foi muito especial. Todos os pontos na Davis são importantes, mas conquistar o decisivo foi muito especial.
Elogios à estrutura de Sauípe
No Sauípe, nem mesmo os dois dias seguidos de chuva (que atrasaram a programação) tira o bom humor de Navone:
- A chuva é a mesma em todos os lugares. Às vezes, o vento e a chuva nos acompanham, mas tudo bem. Aqui está chovendo bastante, mas é um lugar muito lindo. O hotel é impressionante, as pessoas são gentis, atenciosas. Algumas delas também trabalham no Rio Open, então já conhecíamos. E ainda temos a facilidade de ir à pé para as quadras, sem precisar de carro. Então, estou muito feliz aqui.
Fã de Gabigol e Neymar
Torcedor ilustre do Argentinos Juniors, Navone sonha em ver o time voltando a vencer a Copa Libertadores, o que não acontece desde 85.
- É um orgulho representar o clube, sou muito grato por ter o Argentinos Juniors na minha vida.
Bisneto de brasileira, por parte de mãe, o principal favorito do Costa do Sauípe Open também aprecia o futebol do país:
- O nível é muito impressionante, gostava do Alexandre Pato, que jogou no São Paulo, do Neymar, que está agora no Santos, e também do Gabigol.
Sempre à vontade no Brasil, onde já, inclusive, passou férias, o ex-top 29 não vê rivalidade entre os dois países no tênis:
- Há muitos brasileiros treinando na Argentina e vice-versa. Há, também, os treinadores argentinos com brasileiros. Então, não há uma rivalidade como no futebol.
Por falar nisso, qual sua relação com Felipe Meligeni?
- É uma relação muito boa. Ele está voltando uma lesão, nos falamos recentemente. Foi uma notícia muito triste a morte do pai dele há poucos meses. Eu e Felipe já fizemos preparação física juntos, há uma amizade de alguns anos. Ele é a pessoa mais engraçada que vi no tênis, nos divertíamos muito nos treinos - recorda o sexto melhor argentino da atualidade (são sete do país no top 100).
No Sauípe, Navone espera repetir um feito que, até hoje, apenas um compatriota fez, Guillermo Cañas, em 2007, no Brasil Open: conquistar o título. Na época, o resort baiano sediava um ATP 250.
- Estou pronto. Que seja eu ou um dos garotos (compatriotas) - respondeu, com mais um sorriso no rosto.
* O repórter viaja a convite da organização

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