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Entrevistão: Resiliente Romboli, duplista número 1 do país, celebra a temporada

Aos 36 anos, tenista carioca, radicado em Santos, viveu a melhor temporada da carreira

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Gustavo Loio
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 20/12/2025
04:00

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Conteúdo Especial
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'Ninguém nasceu no topo da montanha, e a escalada sempre vai ser árdua; só aquele que resistir ao processo vai ter direito à vista mais fantástica'. Se a temporada de Fernando Romboli tivesse uma trilha sonora, certamente, esse trecho de 'Resiliência', da Tribo da Periferia, poderia fazer parte. Afinal, aos 36 anos, esse carioca radicado em Santos viveu os melhores momentos da carreira em 2025. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o número 1 do Brasil e 40 do mundo nas duplas celebra a temporada e fala dos próximos desafios.

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Como não poderia deixar de ser, Romboli vê o ano que está terminando como um divisor de águas na carreira:
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- Com certeza, tive a a oportunidade de dar aquele salto, uma virada de chave. Então, estou muito feliz, principalmente porque é resultado de anos de trabalho, de dedicação. E a gente trabalha para isso, para ter um ano desses, resultados assim.

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O 40º melhor duplista do planeta vê os feitos alcançados em 2025 como parte de todo um processo pelo qual precisou passar por muitos desafios nas últimas temporadas:

- Naqueles anos de sobrevivência (disputando torneios menores) é onde você vai criando a estrutura, vivenciando coisas que vão te moldando. E te dando armadura para, de repente, quando aparecer uma oportunidade, você estar pronto. E foi o que aconteceu. Não é fácil, são muitos anos ali na luta, na estrada, com momentos bons, momentos ruins, decisões a serem tomadas, mas eu acho que o importante foi que eu sempre estive muito consciente de onde eu queria chegar e do que eu precisava fazer. Acho que foi um prêmio por toda a resiliência. Então, é muito gratificante realmente poder chegar e poder desfrutar agora de um outro circuito, que é onde todo mundo quer chegar. É uma nova fase, são outras vivências e eu estou muito contente com tudo isso que está acontecendo.

Profissional desde 2006, ano de nascimento de João Fonseca

Curiosamente, o principal duplista do país é profissional desde 2006, ano em que nasceu o número 1 do Brasil nas simples, João Fonseca. Perguntado pelo Lance! sobre essa curiosidade, o carioca abriu o sorriso e falou da relação com o conterrâneo:

- Nunca tinha pensado nessa estatística (risos). Meu relacionamento com o João é muito bom, brinco com ele, que é um menino de ouro, um cara super tranquilo, gentil, carismático. Além de tudo, o tênis que ele joga é de um valor inestimável para o Brasil, e a única coisa que a gente tem que fazer é surfar essa onda. Porque realmente ele trouxe uma visibilidade muito grande e justa, o hype que ele gera não é exagerado, ele realmente é diferenciado. Ele tem tudo pra dar certo, cabeça boa, a família, os pais, equipe excelente, vai dar muitas mais alegrias para o Brasil. É um moleque sensacional.

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Romboli acredita que a onda gerada por João Fonseca é benéfica para todos os atletas do país: nas duplas, simples, masculino e feminino:

- A atenção que ele está trazendo ao tênis brasileiro beneficia todos. É aproveitar que hoje é diferente, por exemplo, do que na Era Guga, com a tecnologia, as mídias sociais, a gente está fazendo um bom trabalho e tomara que isso aí exploda cada vez mais, acho que o incentivo no tênis brasileiro está enorme e isso é muito bom pra todo mundo que está envolvido com o esporte.

Uma vez Flamengo...

Torcedor do Flamengo, como João Fonseca, Romboli abre o sorriso ao lembrar das conquistas recentes do clube do coração. Mas diz que não passa mal nas derrotas do time, fica tranquilo. Nos momentos de folga, o duplista curte, também, acompanhar futebol americano e está começando a acompanhar golfe. Mas seu hobby preferido, quando está longe das quadras, é viajar com a esposa, Fernanda.

- Adoramos conhecer lugares. Na verdade, somos privilegiados por poder viajar o mundo, várias vezes estamos em cidades lindas. Muitas vezes, se você não abre um pouco a mente pra isso, acaba nem vendo nada, fica só no hotel-clube-hotel. Isso é um crédito dela, que acaba me puxando para conhecer os lugares.

O duplista brasileiro Fernando Romboli no US Open (Divulgação)
O duplista brasileiro Fernando Romboli no US Open (Divulgação)

Romboli feliz com o novo parceiro, Marcelo Melo

Ciente dos desafios que terá pela frente para se manter entre os melhores do mundo, o resiliente número 1 do país terá um novo parceiro em 2026. Trata-se do mineiro de Belo Horizonte Marcelo Melo, de 42 anos, multicampeão de Grand Slams e ex-líder do ranking mundial (atual 54º).

- Conheço o Marcelo há uns bons anos, é um exemplo para qualquer duplista mundial, ele tem uma experiência incrível. E acabou que a gente saiu de parceiros e foi bem natural (a nova parceria). Uma dupla 100% brasileira, a gente ficou muito animado mesmo. Vai ser muito legal.



O primeiro torneio da nova parceria será o ATP 250 de Brisbane, que começa em 5 de janeiro. Depois, eles devem jogar em Auckland, na Nova Zelândia, antes do Aberto da Austrália.

Em fevereiro, Romboli e Melo vão em busca do título do Rio Open. Em 2025, o mineiro foi campeão com o gaúcho Rafael Matos:

- Estou muito animado, vai ser o meu primeiro Rio Open que eu vou entrar direto na chave pelo ranking, num outro contexto, realmente chegando para brigar pelo título. É um dos melhores torneios do mundo para nós, brasileiros, vai ser muito legal jogar dentro do Brasil, uma dupla 100% brasileira, tem tudo para ser um bom torneio para nós. A gente sempre encara o Rio Open com muito ânimo, porque é um torneio que todo brasileiro espera, e contar com a torcida durante todos os jogos, que realmente empurra, apoia, é muito legal. A gente está bem ansioso para poder chegar nesse momento.

Um dos momentos mais incríveis da carreira

Além do título do ATP 250 de Houston, em abril, o número 1 do Brasil, em 2025, entre outros feitos, celebrou a primeira vitória em um Grand Slam: em maio, derrotou os irmãos gregos Stefanos e Petros Tsitsipas, em Roland Garros. Na rodada seguinte, contra os anfitriões Arthur Cazaux e Harold Mayot, o brasileiro, que tinha como parceiro o australiano John Patrick Smith, viveu um dos momentos mais incríveis da carreira:

- Foi muito especial, porque Roland Garros sempre vai ter bastante sentido pra nós, brasileiros. Principalmente porque sou da época do Guga, eu vi o jogar lá. Quando comecei, eu era novinho, tinha 9, 10 anos, via o Guga ali, isso sempre traz aquela nostalgia, lembro de quando passavam os jogos dele na TV Manchete. Roland Garros tem um significado muito grande. E jogar com torcida aquela contra e sair vencedor é muito emocionante, é uma pressão se manter frio ali, firme, uma carga muito grande. Por isso que fica tão marcado na memória da gente, assim, então realmente, foi uma das momentos mais marcantes, com certeza, da minha carreira.

Davis, um objetivo

Semifinalista em seu primeiro Masters 1000 na carreira em março, novamente com Smith, em Indian Wells, o resiliente marido de Fernanda Romboli é um dos que lutam para que os duplistas, um dia, tenham mais valorização por parte da ATP. E o número 1 do Brasil nas duplas ainda aguarda uma inédita convocação para a Copa Davis, mais tradicional torneio entre países do circuito mundial:

- Com certeza é um objetivo, nunca joguei, seria um ponto alto na minha carreira. Acho que o Jaime (Oncins, capitão) tem várias opções, tenho certeza que eu sou uma delas, mas é ele quem decide. Tenho muita vontade e tomara que eu seja convocado para alguma Copa Davis, estou bastante animado.

Alguém duvida?

Fernando Romboli e o australiano com o troféu do ATP 250 de Houston (Foto: Arquivo)
Fernando Romboli e o australiano com o troféu do ATP 250 de Houston (Foto: Arquivo)
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