De barbeiro a limpador de piscina: Time do Mundial concilia futebol com outras profissões
Jogadores do Auckland City se dividem entre a vida de atleta e outras ocupações

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Enquanto os holofotes do Mundial de Clubes da FIFA 2025 se voltam para estrelas como Harry Kane, do Bayern de Munique, ou Lionel Messi, do Inter Miami, o Auckland City, representante da Nova Zelândia no torneio, chama a atenção por um motivo inusitado: seus jogadores dividem a rotina de treinos e jogos com outras profissões, muitas delas bem longe dos gramados.
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Entre os casos mais curiosos está o do zagueiro Adam Mitchell, que atua como corretor de imóveis em Auckland. E ele não perde tempo quando o assunto é fazer negócios — nem mesmo diante de possíveis rivais em campo. Em entrevista recente à FIFA, Mitchell fez uma brincadeira envolvendo uma das estrelas do futebol mundial:
– Se o Harry Kane quiser uma casa na Nova Zelândia, eu sou o cara certo. Já estou pronto para entregar um cartão de visita se ele cruzar comigo em campo – brincou o defensor.

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Mitchell não é exceção. O Auckland City é um clube semiprofissional, e praticamente todo o elenco precisa conciliar o esporte com empregos ou estudos. É uma realidade bem diferente daquela vivida pelas grandes potências que disputam o torneio.
O goleiro Conor Tracey, por exemplo, trabalha como storeman — espécie de estoquista —, enquanto o lateral Dylan Connolly atua como fisioterapeuta. Já o meia Matt Ellis trabalha como assistente de vendas em uma empresa de alimentos, e Sebastián Ciganda mantém piscinas limpas como limpador profissional.
Outros exemplos incluem Christian Gray, zagueiro e aspirante a professor, que atua em duas escolas de Auckland, e o atacante Ryan De Vries, que ganha a vida como polidor de carros. Já o versátil Nikko Boxall, defensor da equipe, trabalha como corretor em uma firma de seguros. O meio-campista Jerson Lagos, por sua vez, está em formação para se tornar barbeiro.
Alguns atletas também estão focados na educação: Paris Domfeh, Jeremy Foo, Nathan Wolf, Areya Prasad, entre outros, dividem o tempo entre as aulas e os treinos. Há ainda os que colaboram com o desenvolvimento do futebol local, como David Yoo, Haris Zeb e Jackson Manuel, que atuam como treinadores comunitários em escolas de Auckland.
🧑💼 Profissões dos jogadores do Auckland City
- Adam Mitchell (Zagueiro) – Corretor de imóveis
- Conor Tracey (Goleiro) – Storeman (estoquista)
- Mario Ilich (Meia) – Representante de vendas da Coca-Cola
- Christian Gray (Zagueiro) – Professor em formação; atua em duas escolas de Auckland
- Nikko Boxall (Zagueiro) – Corretor em empresa de seguros
- Paris Domfeh (Meia) – Estudante universitário
- Myer Bevan (Atacante) – Estuda educação física e personal training
- Gerard Garriga (Meia) – Treinador em academia de futebol
- Angus Kilkolly (Atacante) – Operador em empresa de ferramentas
- Dylan Manickum (Meia) – Engenheiro assistente de obra
- Ryan De Vries (Atacante) – Polidor de carros
- Regont Murati (Lateral) – Product Owner na Kotahi Logistics
- Jordan Vale (Lateral) – Professor em escola de ensino fundamental
- Jeremy Foo (Meia) – Estudante de ciências
- Jerson Lagos (Atacante) – Estudante para se tornar barbeiro
- Sebastián Ciganda (Goleiro) – Limpador de piscinas
- Dylan Connolly (Lateral) – Fisioterapeuta
- Matt Ellis (Meia) – Assistente de vendas em empresa de alimentos
- Adam Bell (Lateral) – Vendedor no varejo e estudante
- Tong Zhou (Meia) – Líder de programa comunitário e educador ligado ao King's College
- Alfie Rogers (Lateral) – Representante de vendas da Coca-Cola
- Natha Garrow (Goleiro) – Estudante em tempo integral
- Michael De Heijer (Zagueiro) – Líder de equipe na LifeChanger Foundation
- David Yoo (Meia) – Treinador comunitário de futebol
- Ryan Ellis (Atacante) – Estudante universitário e técnico de base
- Haris Zeb (Atacante) – Treinador comunitário de futebol
- Areya Prasad (Goleiro) – Estudante do St. Peter’s College
- Jackson Manuel (Meia) – Treinador comunitário de futebol
Essa realidade alternativa, longe da concentração integral dos clubes europeus ou sul-americanos, não tira o brilho ou o comprometimento dos neozelandeses. Pelo contrário: o Auckland City é o maior campeão da Oceania, com 11 títulos continentais, e já participou de dez edições do Mundial de Clubes.
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No torneio de 2025, os neozelandeses estão prontos para escrever mais um capítulo em sua trajetória internacional – mesmo que, ao fim do jogo, alguns deles tenham que voltar à rotina de trabalho no escritório, na escola, no salão de beleza ou até mesmo na beira de uma piscina.
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