Como joga o Bayern, adversário do Flamengo no Mundial de Clubes?
Equipe de Vincent Kompany é campeã alemã na primeira temporada de trabalho

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O Flamengo terá a difícil missão de enfrentar o Bayern de Munique no próximo domingo (29), pelas oitavas de final no Mundial de Clubes. Gigante da Alemanha e um dos principais clubes da Europa, os Bávaros conquistaram quatro Mundiais, seis Champions League, 34 Campeonatos Alemães, 20 copas nacionais e tantos outros títulos ao longo da história.
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Na temporada 2024/25, o clube teve o desafio de recuperar a hegemonia na Bundesliga, após o título do Bayer Leverkusen no ano anterior. Sob o comando de Vincent Kompany pela primeira vez, a equipe voltou a levantar a salva de prata e reafirmou a dominância no país. Na DFB-Pokal e na Liga dos Campeões, contudo, não teve o mesmo sucesso.
A campanha na fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes também ficou aquém do esperado. Favorito do Grupo C, o Bayern acabou derrotado pelo Benfica — poupando jogadores, é verdade — e se classificou na segunda colocação, após ter vencido Auckland City e Boca Juniors nas duas primeiras rodadas. Mas afinal, dentro de campo, como joga o gigante alemão?
📋 Quem são os titulares do Bayern?
No gol, Manuel Neuer passou por lesões pontuais ao longo da última temporada, o que motivou a contratação de Jonas Urbig em janeiro deste ano. No entanto, o ídolo está recuperado e foi titular em todos os jogos dos Bávaros no Mundial até aqui.
A defesa é um setor delicado. O Bayern não conta com os laterais-esquerdos Alphonso Davies (ruptura do ligamento cruzado anterior) e Hiroki Ito (fratura no metatarso do pé direito), além do zagueiro Kim Min-jae (lesão no tendão de Aquiles). Assim, Kompany tem construído a espinha dorsal com o recém-chegado Jonathan Tah e o improvisado Josip Stanišić como dupla central; diante do Benfica, contudo, Dayot Upamecano retornou a time titular, recuperado de lesão no joelho. Nas laterais, Konrad Laimer foi o escolhido na maior parte da temporada, mas Sacha Boey tem tido a preferência pelo lado direito nesta Copa do mundo, com Raphaël Guerreiro na esquerda.
À frente da zaga, Joshua Kimmich — o cérebro do meio-campo — faz dupla com Leon Goretzka, oferecendo sustentação e dinâmica; Aleksandar Pavlović também tem ganhado chances. No setor ofensivo, Michael Olise e Kingsley Coman são os responsáveis por dar amplitude e profundidade pelas pontas, enquanto Jamal Musiala atua solto para participar das jogadas. Principal personagem do time, Harry Kane é a referência de ataque, mas com liberdade para recuar, distribuir e confundir a marcação adversária.
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⚽ Da saída de bola ao ataque
A proposta de Kompany privilegia uma saída de bola elaborada, montada frequentemente por cinco jogadores (3+2). Os zagueiros se posicionam abertos, o goleiro participa ativamente como opção de passe e os laterais, em vez de ficarem no mesmo lugar, projetam-se adiantando. Enquanto isso, Kimmich e Goretzka recuam para receber a bola.
Quando o adversário pressiona, o jovem treinador libera alternativas diretas. Lançamentos longos partem dos zagueiros ou do próprio goleiro mirando Kane: pivô que abre espaço nos corredores para Olise explorar em velocidade. Musiala, por sua vez, baixa constantemente para receber, girar e iniciar inversões de jogo — comportamento que torna a construção menos previsível e muito difícil de conter.
A flexibilidade ofensiva é a marca do Bayern em 2024/25. No terço final do campo, o desenho tático pode assumir formas como 2-4-4, 4-2-4 ou até um ousado 2-2-6, sempre de cinco a sete jogadores atacando a última linha do oponente.
Durante a temporada, Laimer e Guerreiro assumiram as laterais pela versatilidade de atuarem também como volantes e não se limitarem a ficar na defesa; contudo, com Boey sendo o escolhido na direita, o ala tem sido responsável pela amplitude naquele lado durante o Mundial, enquanto Kimmich e Goretzka cobrem os espaços deixados na defesa e facilitam triangulações.
Uma característica constante é a formação de escadinhas de passe — sequências em que um defensor conecta com um lateral, que aciona um meia ou o ponta em seguida. Essa construção em degraus facilita ultrapassagens, tabelas e situações de drible.
Por dentro, Musiala e Kane protagonizam trocas de posição a fim de confundir marcações. Por fora, Olise e Coman (ou Gnabry) estão prontos para receber bolas invertidas ou atacar diagonais, especialmente quando a defesa rival fecha o centro.

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🛡️ Defesa e organização sem bola
Se no ataque o Bayern demonstra paciência e criatividade, a parte defensiva não se omite em intensidade. A marcação da equipe parte de encaixes individuais desde o primeiro passe do adversário. Gnabry/Coman, Olise, Musiala e Kane bloqueiam linhas de passe, obrigando o rival a arriscar bolas longas ou jogadas pelos lados, onde a recuperação é preparada.
Quando a pressão alta é vencida, o Bayern se reordena em um 4-4-2, compacto entre meio e defesa. Em bloco médio, Kimmich e Goretzka fecham o miolo, fazendo o adversário buscar alternativas pelas extremidades. Zagueiros e laterais, portanto, protegem a infiltração dos atacantes nas costas.
A vigilância pós-perda é um mantra para Kompany: a perda da posse aciona imediatamente o portador da bola. Caso não seja possível recuperá-la rapidamente, a linha de quatro defensores recua para proteger a defesa e evitar transições perigosas.
Embora o jovem treinador valorize o coletivo acima de individualidades, alguns nomes carregam peso especial neste modelo. Kimmich dita ritmo e organiza coberturas; Goretzka entrega potência nas disputas físicas e na chegada à área; Musiala transforma superioridade numérica em chances de gol; e Kane, além de goleador, funciona como referência tática e técnica para desorganizar defesas. Além dos titulares, o Mundial marca o encerramento da carreira de Thomas Müller, um dos grandes nomes da história do maior clube da Alemanha.
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👀 Como o Flamengo pode explorar fragilidades do Bayern?
O desafio do Flamengo no próximo domingo (29) é enorme, e aproveitar as oportunidades dadas pelo Bayern. Ao longo da temporada, a defesa alemã demonstrou fragilidades — mesmo com os titulares disponíveis —, sobretudo na saída de bola e situações de contra-ataque.
Para ter sucesso diante dos Bávaros, é importante o Rubro-Negro se postar bem no campo adversário e ser efetivo na pressão, a exemplo do que fez contra o Chelsea, explorando a fragilidade de construção dos zagueiros da equipe alemã. Entretanto, deve-se ter cuidado ao subir as linhas, já que a qualidade dos laterais e volantes em sair de pressões — com destaque para Kimmich — é acima da média e pode ferir a equipe de Filipe Luís.
Outro fator importante para o Mais Querido contra o time da Baviera é a velocidade. O Bayern tem em Tah e Upamecano dois zagueiros altos e fortes, mas pouco velozes. Assim, Gonzalo Plata e Bruno Henrique, que costumeiramente jogam por dentro, podem ser válvulas de escape do Flamengo para vencer o sistema defensivo adversário. O camisa 27, inclusive, abortou o assunto em entrevista coletiva.
— A lembranças que eu tenho é de um time que marca muito forte, uma equipe bem compacta e onde a gente vai ter que ter o um para um, mano a mano, na agir nossa brasilidade, porque assim a gente pode conseguir ter êxito. É um time que marca muito mano a mano, e a gente tem jogadores rápidos na frente, jogadores que podem decidir um para um, podem conseguir levar vantagem nesse jogo — analisou.
— Nenhum zagueiro quer ficar correndo atrás de atacante rápido (risos), nossos zagueiros sempre falam isso. É difícil ter que correr 30, 40 metros para trás. Acredito que, quando o Filipe pensa numa escalação assim, com mais jogadores rápidos na frente, é para esse ponto, porque ele vê a linha defensiva, as dificuldades em correr para trás, e ele acaba optando pelos jogadores rápidos na frente, que sabem atacar o espaço, mas também sabe jogar no pé. Então, acho que é essa linha que eu vejo que ele enxerga — explicou.
Flamengo e Bayern de Munique se enfrentam no próximo domingo (29), às 17h (de Brasília), no Hard Rock Stadium, em Miami (EUA), pelas oitavas de final do Mundial de Clubes. O vencedor avança na competição, e o perdedor volta para casa. Em caso de empate nos 90 minutos, a decisão segue para a prorrogação; caso a igualdade persista, o classificado sairá em disputa de pênaltis.
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