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Como a Kings League ganha dinheiro? Entenda estratégia criada por Piqué

Ex-zagueiro e criador da competição tem por estratégia democratizar acesso aos jogos ao redor do mundo

Piqué Kings League
imagem cameraPiqué criou a Kings League há três anos e fez sucesso na primeira edição brasileira
Dia 09/06/2025
08:30

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Após o sucesso de audiência virtual e presencial nas arquibancadas, a Kings League conquistou fãs no Brasil, que agora acompanham os jogos da Copa do Mundo de Clubes Kings League, que acontece em Paris, na França. A fama do projeto em solo nacional e ao redor do mundo passou a levantar algumas questões sobre a atuação de Gerar Piqué, ex-jogador e criador da liga, no viés comercial e de marketing do negócio. Afinal, como a Kings League fatura dinheiro?

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Antes de tudo, importante ressaltar que não é possível cravar com exatidão as cifras levantadas pelo espanhol desde que fundou a competição, há três anos, e quanto a marca arrecadou com as competições em países como Brasil, Espanha, Itália, França e Alemanha, além da liga da Kings League América, que reúne times dos EUA e da América Latina. Porém, é visível que a competição atraiu os olhares de grandes marcas e grandes personagens com o passar do tempo.

Hoje, nomes como Neymar, Aguero, Lamine Yamal e James Rodríguez são nomes relevantes que atuam ou atuaram até pouco tempo como atletas profissionais em equipes de destaque no mundo da bola e que são presidentes de clubes da Kings League. Outros, a exemplo de Kaká, Schweinsteiger, Marchisio e Miguel Layún são ex-jogaodores que compraram a ideia de serem presidentes das ligas nacionais de seus países e atuam como embaixadores da marca. Ou seja, Piqué atraiu nomes de peso para o seu negócio e potencializou os valores relacionados a qualquer contrato de publicidade.

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Quem não quer ter a marca associada a nomes tão pesados do futebol profissional e que agora se arriscam em entrar nesse novo negócio da modalidade? Marcas como iFood, Yopro, Superbet e Bis entraram como patrocinadoras na edição brasileira da Kings League, além de empresas como Adidas, McDonald´s, Spotify, Red Bull e Air Asia são parceiras globais do negócio.

As cifras pagas por essas empresas gigantes de diferentes ramos do mercado se torna ainda mais essencial pelo fato da Kings League não ter como premissa cobrar pelas transmissões. A Copa do Mundo de Clubes será o primeiro campeonato da liga que fechou acordos de transmissão com distribuidoras relevantes. Aqui no Brasil e restante da América do Sul, por exemplo, a ESPN transmitirá os jogos através do Disney+. Nos EUA, a CBS comrou os direitos de transmissão, enquanto a Itália fechou com a SkySports. Empresas como DAZN e OneFootball também passarão os jogos em outros países da Europa.

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Esse acordo abre precedente para que Gerard Piqué passe a variar suas fontes de faturamento com a Kings League, já que, até então, ele tinha como premissa o acesso democratizado dos jogos através dos times que estavam participando, em sua maioria streamers de sucesso.

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Já que a fonte de renda primária não eram os acordos de transmissão, Piqué sempre dependeu dos contratos publicitários com grandes marcas. O espanhol esteve no Brasil no final de maio para anunciar um acordo com a Cimed, patrocinadora dos times brasileiros na Copa do Mundo de Clubes através da Lavitan. O ex-zagueiro iniciou destacando que seu modelo de negócio é diferente do futebol que conhecemos.

- Nosso modelo de negócio é diferente do futebol tradicional. No futebol tradicional, as ligas, Copa do Mundo e todas essas organizações vendem seus direitos para a televisão, geralmente no modelo pay-per-view, e é assim que ganham muito dinheiro. A maior parte da receita vem da TV, algo em torno de 70 a 80% - iniciou Piqué, que à época ainda não havia anunciado que teria seus conteúdos transmitidos em streamings pagos e emissoras de TV fechada.

- Queremos alcançar o maior número possível de celulares, tablets e televisores. Estamos investindo na marca Kings League e queremos entrar em cada vez mais lares. Por isso, ao invés de vender os direitos de transmissão, nós oferecemos esses direitos gratuitamente para os streamers, para que eles possam exibir os jogos e reagir aos jogos. Isso faz com que o engajamento e a conexão com os fãs sejam muito maiores. Nosso modelo de negócio é, principalmente, baseado em parcerias e patrocínios. Por isso, os patrocinadores são tão importantes para nós - completou.

Geard Piqué ainda acrescentou que esse modelo de negócio tem agradado os patrocinadores, já que as transmissões se tornam quase que ilimitadas e têm potencial de atingir públicos completamente diferentes.

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Piqué e João Adibe, CEO da Cimed, em anúncio de parceria entre Kings League e Lavitan
Piqué e João Adibe, CEO da Cimed, em anúncio de parceria entre Kings League e Lavitan. (Foto: Divulgação)

Impacto das transmissões online

Para ter uma equipe na Kings League, há um acordo que os proprietários transmitam os jogos da competição. Ou seja, é uma garantia que existam diversas plataformas exibindo todos os jogos do campeonato, cada uma na plataforma de seu clube, o que cria uma sensação de 'fidelização do público' para acompanhar os jogos.

Ora, os fãs da Furia, time de Neymar e Cris Guedes, podem acompanhar os jogos gratuitamente nas plataformas da equipe na Twitch, YouTube ou qualquer outra plataforma de lives. Já os torcedores da G3X, por exemplo, têm a libertade de assistir através de suas páginas, o que aumenta a chance do público ser convertido e fidelizado já que muitos estão ali apenas por serem fãs dos streamers donos dos times.

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No caso de equipes onde os donos são atletas ou ex-atletas, a conexão com o virtual não some. Aguero, por exemplo, passou a atuar como streamer após aposentadoria, enquanto outros, como Neymar, buscaram se associar a empresas que já são do ramo digital para desenvolver os projetos.

No Brasil, a Loud, uma das maiores organizações de e-sports do Brasil, bateu recordes de audiência durante a diputa nacional da Kings League. Victor Augusto Costa Camilo, conhecido na internet como Coringa, é um dos principais nomes que atuam como representantes da marca e afirmou em entrevista ao Lance! que o projetou passou a ser um dos principais da Loud a partir de agora, tudo pelo impacto do público no digital.

- Esse é um dos meus projetos principais hoje, tanto como criador [de conteúdo] quanto como presidente. Acho que isso aí está só no começo. A gente já está acostumado com os números no online e a gente coloca 100 mil pessoas assistindo as lives. É impressionante. - afirmou.

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Ou seja, a cadeia criada por Piqué em sua estratégia de reunir nomes pesados do futebol profissional, que é o esporte mais amado e conhecido do planeta, com marcas e personagens relevantes do meio digital e dos games, o que atrai as gerações mais novas conectadas com a internet, criou um ecossistema de geração de dinheiro muito potente.

Transmissões com milhares de acessos atraem públicos novos, outros são atraídos pelos nomes do mundo da bola. A alta demanda de consumo atrais empresas gigantes (que já conhecem Piqué por ser um nome mundial do futebol), que investem pesado para exibir suas marcas na competição. Agora, tudo isso potencializado com as vendas dos direitos para as gigantes da comunicação transmitirem o campeonato.

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