No Rio, CBF e clubes tentam avançar com o Fair Play Financeiro
Dirigentes se reúnem para avaliar propostas de acordo com o contexto do País

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Dirigentes de clubes das Séries A e B, presidentes de federações e CBF estão reunidos desde a manhã desta segunda-feira (11), no Rio, para tentar avançar na implantação de um sistema de Fair Play Financeiro no futebol do País. A discussão ainda está em fase inicial, mas é quase consenso que alguma medida para diminuir o endividamento dos clubes precisa prosperar.
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A plenária desta segunda-feira é maior que o primeiro encontro realizado pela CBF para debater o tema, em junho, quando dirigentes de 28 clubes e oito federações estiveram na sede da entidade. Mas a presença de presidentes dos clubes é pequena; a maioria mandou executivos ou representantes dos departamentos financeiros.
Responsável pelo Fair Play Financeiro na Uefa compara contexto com o do Brasil
O encontro serve para contextualizar a situação financeira dos clubes do País, apresentar diferentes modelos de Fair Play Financeiro e analisar possibilidades dentro da realidade brasileira. Responsável pela implantação do sistema no futebol europeu, o chefe do Centro de Análise e Inteligência da Uefa, Sefton Perry, falou por cerca de uma hora. Mostrou aos dirigentes semelhanças e diferenças da Uefa e do futebol brasileiro, e demonstrou que o sistema gera resultados no longo prazo.
— (Na Europa) a maior parte das dívidas de transferência (de jogadores) são para as autoridades de imposto. Basicamente, você recebe o dinheiro dos jogadores e você tem que pagar o imposto, e isso não acontece. E eu acho que isso é o mesmo aqui — disse Perry.
— O maior problema que vimos nisso, eu diria, foi a Espanha. Em 2010, 2011, havia um clube que tinha mais de 200 milhões de euros em dívidas para as autoridades de imposto. Muitos clubes, especialmente na Espanha, tinham isso. Desde então, a Liga, e para ser justo, o governo, se envolveram. A Liga trouxe regulações muito restritas para seus clubes. O Barcelona tem problemas para registrar jogadores, porque eles têm um sistema muito restrito. E as dívidas para as autoridades de imposto caíram consideravelmente — exemplificou o dirigente europeu.
Segundo a CBF, a discussão sobre o Fair Play Financeiro "pretende mudar a cultura de gestão do futebol brasileiro a partir da organização financeira". A entidade diz que a questão irá se amparar em "transparência e respeito ao diálogo".

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