menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Fernando Diniz explica derrota do Vasco na final da Copa do Brasil: 'Sob qualquer olhar'

Cruz-Maltino perdeu para o Corinthians por 2 a 1, neste domingo (21), no Maracanã

Pedro Cobalea
Rio de Janeiro (RJ)
Captura-de-tela-2024-10-09-140241-aspect-ratio-1024-1024
Pedro Werneck
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/12/2025
21:24
Atualizado há 28 minutos
Fernando Diniz fala em coletiva de imprensa após derrota do Vasco (Foto: Pedro Cobalea / Lance!)
imagem cameraFernando Diniz fala em coletiva de imprensa após derrota do Vasco (Foto: Pedro Cobalea / Lance!)

  • Matéria
  • Mais Notícias

Em entrevista coletiva após o fim do jogo, o técnico Fernando Diniz explicou a derrota do Vasco na final da Copa do Brasil. Com apoio da torcida, o Cruz-Maltino perdeu para o Corinthians por 2 a 1 no Maracanã, neste domingo (21) — na ida, as equipes empataram por 0 a 0 na Neo Química Arena. Segundo o treinador, sua equipe foi superior nos dois duelos, mas não converteu oportunidades e se descuidou na marcação no lance do segundo gol do time de Dorival Júnior.

continua após a publicidade

— A gente sente a tristeza por não ter contemplado, principalmente a torcida, com o título. Estou sentindo muita dor, porque jogamos para ser campeão, lutamos, tentamos. O primeiro tempo foi equilibrado, mas a gente teve controle da situação e, no segundo, voltamos bem melhor que o Corinthians e tivemos um descuido de marcação, podíamos ter roubado a bola ou feito a falta. O time foi muito valente. Fomos superiores sob qualquer olhar no jogo de hoje e no primeiro. Fica um sabor de tristeza e, ao mesmo tempo, um sinal positivo de que o time lutou e representou bem a camisa do Vasco — analisou.

➡️ Tudo sobre o Gigante agora no WhatsApp. Siga o nosso canal Lance! Vasco

Fernando Diniz também já começou a projetar o 2026 do Vasco, observando um processo natural de evolução do elenco sob seu comando.

— É difícil fazer um balanço da temporada, vamos ter tempo agora para isso. Mas o Vasco foi aprendendo, está aprendendo a ser grande. Jogou como time grande hoje. Em condições normais, na maioria das vezes seria o vencedor. Ao longo do processo, foi ganhando mais estima, aprendendo a valorizar a camisa do Vasco. A temporada que vem terá a consistência como meta para sermos melhores do que fomos nessa — afirmou.

continua após a publicidade

— A gente está pensando em 2026 de forma preliminar. Desde que cheguei, estávamos muito pressionados, primeiro pelo rebaixamento e depois pelos jogos decisivos da Copa do Brasil. Teve uma folga na sequência de vitórias, mas durou pouco. A gente foi conversando, mas sem se aprofundar. O maior ganho do time seria a manutenção da base. Vocês sabem das dificuldades financeiras do Vasco, não vamos contratar o Vitor Roque ou o Paulinho. Como na janela do meio do ano, vamos ser assertivos para ajustar o elenco — completou.

O técnico cruz-maltino também usou números para justificar a sua visão da superioridade do Vasco nos dois confrontos com o Corinthians.

— A torcida e o time tiveram uma conexão bastante importante e estão sentindo o mesmo: uma tristeza e, ao mesmo tempo, algo positivo por ter lutado. Um time finalizou 16, o outro seis, 64% de posse de bola, invadindo 44 vezes o terço final do campo. O normal era sair com a vitória, como era para ter acontecido lá em Itaquera e nos dois jogos contra o Fluminense. A gente vacilou em alguns momentos, mereceu ser criticado, mas também teve momentos brilhantes. A cara para o ano que vem tem que ser o que vimos na semifinal e final da Copa do Brasil — analisou.

continua após a publicidade
Fernando Diniz olha para baixo após fim da decisão da Copa do Brasil entre Vasco e Corinthians (Foto: Alexandre Loureiro / AGIF / Gazeta Press)
Fernando Diniz olha para baixo após fim da decisão da Copa do Brasil entre Vasco e Corinthians (Foto: Alexandre Loureiro / AGIF / Gazeta Press)

➡️ Libertadores e Sul-Americana: como ficaram as vagas continentais após fim da Copa do Brasil

Outras respostas de Fernando Diniz, técnico do Vasco

Lições da derrota

— Derrotas como essa trazem dor e sofrimento grande, mas a gente que quer crescer e melhorar acaba melhorando mais rápido. A gente errou detalhes, como acontece sempre, mas hoje eles souberam aproveitar. Não tivemos muitos erros em nenhum dos dois jogos. Hoje, teve nervosismo de um jogador ou outro, era uma experiência inédita para alguns. É vivendo que se aprende. Foi um dia de dor e aprendizado. Mesmo corrigindo, o futebol é incerto, como a vida. A gente não vai garantir título. Pelo que produziu, era para o Vasco sair com o título. (...) A bola hoje não entrou.

Faltou alguém chamar a responsabilidade?

— Não acho que faltou isso (um protagonista), faltou fazer o gol. O goleiro do Corinthians fez defesas importantes, a defesa deles foi bem. Os jogadores tentaram, com chute de fora da área, tabela, escanteios, tudo... A gente não conseguiu ganhar o jogo, não conseguimos fazer gol e não levar melhor que o Corinthians. Mas o futebol é como viver: você pode se cuidar, fazer exercício, não fumar e ter um câncer. Mas a probabilidade de quem se cuida ficar bem é maior. Assim é o futebol, jogar de forma consistente aumenta as chances de sucesso. Um dos aprendizados é que no campeonatos de pontos corridos também todo jogo é decisivo, como fica mais claro na Copa do Brasil.

Possível saída de Rayan

— O Rayan é um dos grandes pilares do meu trabalho aqui, decidiu muitos jogos e a tendência é o crescimento. Se fosse meu filho, falaria para ficar no Vasco mais um tempo, tem apenas 19 anos. Depois de mais um ano, sairia mais consolidado, com convocação para Seleção na bagagem, mais forte, para o mercado europeu, com mais chances de se manter lá. É um jogador muito especial, completo, no começo de sua descoberta. Tem todas as qualidades que um jogador precisa ter. Só precisa ser consistente e gostar do enorme potencial que tem. É uma joia muito rara.

Deficiências e qualidades de Robert Renan

— Se o Robert Renan fosse muito bem também no confronto direto, estava no Barcelona. Vamos ajudar a corrigir, porque com a bola é muito bom, nível top. É uma deficiência que tem e vai corrigir. Teve oscilações, mas foi muito bem nos dois jogos da final.

Primeiro gol do Corinthians

— O lance do Yuri Alberto tem tanto detalhe, tanta coisa pequena que erramos. Começa lá atrás, a gente não fez pressão na bola com o Matheuzinho, deixa circular. A gente podia ter andado para trás mais rápido, o Léo poderia ter saído. Um monte de coisa. Acabamos tomando o gol. Foram muitos detalhes. Se a gente já não soubesse dessa jogada, o Corinthians teria feito um monte de vezes. Mas a gente sabia. Estava tão confortável que achou que não ia acontecer, mas acabou acontecendo. Não foi um jogador, mas o sistema que falhou.

— Não foi falta de comunicação, erros acontecem. Léo (Jardim) é um dos postulantes a ir para a Copa do Mundo, sai bem com os pés, sai bem do gol, faz milagres, pega pênaltis, trabalha muito. Na hora de calibrar, tem que tomar a decisão em poucos segundos. Ele é o goleiro que mais faz cobertura de zagueiros, durante a temporada acertou a maioria. Ali era um lance difícil de ajustar. A gente falhou em coisas que fez quase perfeitamente no primeiro jogo. Saímos um pouco desordenados e demoramos a voltar. O lance do gol foi a única vez que essa jogada deles deu certo.

Arbitragem de Wilton Pereira Sampaio

— Eu nem sabia que tinha sido expulso, eu fui? Ele (Wilton) estava mais entrevistando os jogadores do que apitando, aí ninguém cobra. Falei isso para ele, que não era programa de entrevistas. Ficava conversando em toda bola parada. Parou e picotou o jogo todo, Corinthians fez cera o jogo todo e não recebeu um amarelo por isso. A arbitragem foi terrível para o futebol. Já elogiei outras vezes, mas hoje foi terrível para o futebol. Se não tem jogo, para ele é bom, porque diminui as chances de errar. Deve ter sido um dos jogos com menos tempo de bola rolando. Conversou mais do que apitou. "Ah, tem que ajudar!". Como vou ajudar? Eu quero que jogue. Os critérios são opostos, se comparar ele com o Raphael Claus, parece que são de países diferentes. Hoje, ele não deixou o jogo acontecer.

Puma Rodríguez como lateral-esquerdo

— Puma entrou muito bem. Não pode achar que perdemos o jogo porque ele perdeu uma bola. Podíamos ter retardado a jogada. Ele jogou muito bem, também contra o Fluminense, bateu pênalti decisivo. Qualquer um erra. Temos o (Lucas) Pitón, Victor Luís, Leandrinho, vários jogadores para a posição.

Otimismo sobre cenário do Vasco

— O que machuca o torcedor é mentir. O cenário de hoje não é pessimista, chegamos na final da Copa do Brasil, tivemos momentos importantes. O Vasco estava assim por conta de um monte de dívida do ano passado, tirando dinheiro de onde não tinha. O que fere o torcedor é não ter time competitivo. Terminou o ano com um time competitivo e tem que melhorar dentro das condições. Como vai falar que vai contratar jogador por 20, 30 milhões? Não vai. Se a gente segurar o Rayan, temos que dar graças a Deus. Se a gente vender, não vai contratar outro. Ele deve valer 40 milhões de euros. A gente tem que acertar pontualmente em contratações, como fizemos no meio do ano, em trabalho conjunto com ajuda do Felipe Maestro, que é um cara muito importante de quem se fala pouco. Temos que trabalhar com os pés no chão. A gente tirou essa diferença e quase vencemos um título com trabalho. (...) O Pedrinho dá a vida, trabalha, se expõe para ajudar o Vasco. Mas não tem milagre. Alguém tem dúvida que o Pedrinho é honesto e ama o Vasco? Todo mundo dessa diretoria é apaixonado pelo Vasco. Tenho alegria de fazer parte disso, é um lugar com profundidade, honestidade e boa vontade.

  • Matéria
  • Mais Notícias