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Jogadores da França divulgam carta em tom crítico à Fifa; veja o documento

Escrita denuncia a indiferença da entidade à sobrecarga do calendário

Dembélé e Hakimi comemoram gol do PSG sobre o Real Madrid, no Mundial de Clubes
imagem cameraOusmane Dembélé, camisa 10 (à esquerda), e Desiré Doué, camisa 14 (à direita de costas) (Foto: Juan Mabromata/AFP)
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Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionado porNathalia Gomes,
Dia 07/09/2025
16:04

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A seleção francesa enfrenta um momento delicado após as lesões de Ousmane Dembélé e Désiré Doué, ambos do PSG, durante a última partida das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2026. Diante do cenário, a União Nacional dos Futebolistas Profissionais (UNFP), órgão que representa os jogadores na França, divulgou uma nota em que critica duramente a postura da Fifa. A associação denuncia a indiferença da entidade máxima do futebol em relação ao desgaste físico dos atletas, atribuído à sobrecarga do calendário internacional, agravada em ciclo de Mundial.

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Após atuar por apenas 35 minutos na vitória da França sobre a Ucrânia, Dembélé teve diagnosticada uma lesão muscular na parte posterior da coxa. O astro ficará fora de combate por aproximadamente seis semanas. Doué, por sua vez, sofreu uma lesão na panturrilha direita e deve desfalcar a equipe por cerca de quatro semanas. As contusões reacenderam o debate sobre a integridade física dos jogadores e a exaustiva carga de partidas.

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O PSG já formalizou protesto junto à Federação Francesa de Futebol (FFF) em razão das lesões, que devem desfalcar o clube em compromissos importantes de setembro. Kylian Mbappé também se posicionou de forma contundente durante coletiva de imprensa nesta semana. O jogador criticou o calendário atual do futebol e destacou a impossibilidade de manter um desempenho de alto nível atuando em cerca de 60 partidas por temporada.

Agora, o alerta vem diretamente do sindicato e dos próprios franceses. A preocupação com a saúde física dos atletas voltou ao centro do debate, desta vez com um alvo específico: a Fifa, considerada a principal responsável pela formulação do calendário internacional. Confira, abaixo, a nota nas redes sociais:

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Tradução: 😡 @UNFP tinha previsto, dito, escrito numa indiferença geral apesar dos nossos argumentos irrefutáveis, que nos levaram até a apresentar várias queixas contra o calendário internacional, e aqui estamos… Os jogos de qualificação para o próximo Mundial viram os jogadores caírem como em Gravelotte, @DesireDoue_14 e @dembouznão tendo sido os únicos…

Veja o documento oficial abaixo 📜

Nunca foi da natureza da UNFP (União Nacional dos Futebolistas Profissionais) vangloriar-se – o que aqui seria, aliás, fora de lugar, vendo tantos jogadores pagarem pelos desvios das instâncias dirigentes –, mas nós previmos, dissemos, escrevemos, numa indiferença geral, apesar de nossos argumentos irrefutáveis. Isso até nos levou a apresentar várias queixas contra o calendário internacional, construído sem qualquer consulta e, sobretudo, sem a aprovação dos principais envolvidos, onde competições se acumulam, ditadas unicamente pela ganância.

E cá estamos nós!

As partidas de qualificação para a próxima Copa do Mundo, nos últimos dias, infelizmente viram jogadores caírem como moscas, sendo Désiré Doué e Ousmane Dembélé apenas alguns dos atingidos…

Se, aqui e ali, algumas tomadas de consciência – bem tardias – estão hoje alimentando a imprensa e as redes sociais, elas não questionam o cerne do problema: um calendário internacional desrespeitoso e perigoso, tanto para a saúde física quanto mental dos jogadores. Ninguém ousa acreditar que a FIFA vá, ao menos a curto prazo, dar um passo atrás – mas será necessário! – e ninguém, fora os representantes dos jogadores, parece disposto a confrontar a federação internacional, especialmente depois de tê-la deixado agir como bem entendeu…

"É, portanto, essencial que todos juntos", espera David Terrier, presidente da UNFP e da FIFPRO Europa, "implementemos o quanto antes novas regras, novos regulamentos, um novo processo, para conseguirmos proteger os jogadores. Ainda mais porque estamos apenas no início de uma temporada que será marcada pela Copa do Mundo, em que o número de lesões inevitavelmente acompanhará a acumulação de partidas, tanto pelos clubes quanto pelas seleções."

Pois o jogador deve estar sempre presente, em todas as circunstâncias, sem poder influenciar até agora na incoerência do calendário, sem que uma prevenção real dos riscos – físicos e mentais – relacionados à multiplicação dos jogos busque proteger sua integridade…

É nesse sentido que, no último 1º de julho, a União Nacional dos Futebolistas Profissionais acionou o Comitê Europeu dos Direitos Sociais para obrigar o Estado francês a respeitar a Carta Social Europeia, devido ao tempo de trabalho excessivo e à insuficiência dos períodos de descanso e férias para os jogadores profissionais que atuam na França.

"Neste caso", explica David Terrier, presidente do sindicato francês, "estamos pedindo a intervenção do Estado, pois é impossível, apesar de inúmeras comunicações, ações e denúncias, fazer a FIFA ouvir a razão. A federação se recusa a instaurar um verdadeiro diálogo social, desprezando a saúde dos jogadores, e se nega a revisar com todas as partes envolvidas seu calendário internacional, fonte de abusos que só tendem a se agravar – seja no plano da saúde física e mental dos atletas, seja no desajuste da organização e do financiamento do futebol doméstico, bem como na proteção das seleções nacionais."

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Dembélé sente lesão muscular na coxa direita em jogo entre França e Ucrânia, pelas Eliminatórias
Ousmane Dembélé sente lesão muscular na coxa direita em partida entre França e Ucrânia (Foto: Franck Fife/AFP)
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