Deco faz balanço da janela do Barcelona e esclarece renovações pendentes
Dirigente abre o jogo sobre volta do Camp Nou e duelo nos Estados Unidos

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Dirigente do Barcelona, Deco fez um balanço da janela de transferências do clube catalão e esclareceu os temas sobre as renovações de Lewandowski e De Jong. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o diretor esportivo também abordou diversos temas, como o momento vivido por Lamine Yamal e a saída de Jan Virgili, promessa da base que brilhou contra o Flamengo no Intercontinental Sub-20.
No mercado, o Barcelona anunciou as contratações de Marcus Rashford, Joan García e Roony Bardghji, sendo Deco peça ativa nas operações. Apesar das poucas movimentações, o dirigente acredita que o principal objetivo foi cumprido, que era a manutenção da equipe que conquistou a LaLiga, a Copa do Rei e a Supercopa da Espanha na última temporada.
- Nossa grande prioridade era conseguir manter o que a gente tem de bom e tentar não perder nenhum jogador importante. Conseguimos renovar os contratos de Lamine (Yamal), Raphinha e Koundé. A ideia era manter a base do time que a gente vem construindo nos últimos anos e tentar melhorar. O Joan García era um goleiro que seguíamos há um bom tempo, mas não era uma prioridade dessa janela e que acabou virando por conta das lesões do Ter Stegen no ano passado. Tomamos essa decisão em uma posição que não tínhamos essa urgência há dois anos. depois a gente achava que precisávamos de um jogador como o Rashford, que pode jogar pelo lado e por dentro. Essa era um pouco a nossa ideia. A janela foi focada nisso, achávamos que não tínhamos uma urgência de mudança e não ser que houvesse algo de última hora. Tivemos um imprevisto com a questão do Iñigo Martínez, que tinha uma proposta da Arábia. Era uma questão diferente até pela idade dele e tínhamos que deixar ele fazer o final de carreira da forma como queria até por gratidão. Trouxemos o Roony, que é um menino novo e seguíamos há um bom tempo. Levamos muitos jovens para a pré-temporada e temos dois ou três jogadores que acreditamos que possam se consolidar na equipe principal - iniciou Deco sobre as movimentações do Barcelona.
Deco também abordou as questões das renovações contratuais de Robert Lewandowski e De Jong, que possuem vínculos até junho de 2026 no Barcelona. O dirigente explicou que ambos os jogadores estão em estágios de conversas diferentes devido ao momento de carreira dos dois atletas.
- Eu acho que são situações diferentes. Acho que o Robert (Lewandowski) foi importante e é importante para nós. Também acho que até pela idade dele, pela carreira dele acho que ele mesmo vai viver ano a ano. Acho que chega uma certa fase da carreira que a gente não faz tantos planos muito para frente. Acho que ele está focado nesse ano. A gente também. e vamos ver. Como falei, é um jogador que depende muito mais da vontade dele, de como ele se sente, como ele vai ver. E a gente vai ver a evolução durante o ano. E a gente vai falar sobre isso. Sobre o Frenkie (De Jong), a gente está conversando. Acho que a gente vai chegar em um acordo. É um jogador importante para nós. Acho que ele está contente em Barcelona. A gente também está contente com ele. Então, acho que não vai ter nenhum problema.
Na reta final da janela de transferências, o Barcelona vendeu o atacante Jan Virgili, que brilhou no Maracanã em jogo contra o Flamengo pelo Intercontinental Sub-20, ao Mallorca, e Deco explicou a negociação. O cartola afirmou que o clube segue monitorando a joia de 19 anos por conta de uma cláusula contratual que permite o clube catalão exercer a recompra do jovem.
- Eu acho que cada um, cada jogador, tem as suas ambições. E cada jogador tem o seu mundo. No caso do Jan (Virgili), ele achou que não ia ter tanta oportunidade no time principal esse ano. O time B, infelizmente, desceu de divisão na temporada passada. Ele queria jogar. O Mallorca mostrou muito interesse nele também. Então, a gente acabou fazendo uma operação. Com certeza, a gente vai estar acompanhando ele, porque a gente tem como recomprar de volta. A gente tem o direito de trazer, se a gente quiser, no futuro. E, no final, era uma decisão dele. Era uma decisão que ele queria ter esse desafio de jogar na primeira divisão. E é normal, acho que é legítimo isso. Apesar de ele ser jovem, é normal querer ter essa ambição. Quando a gente tem um time feito, é difícil. Os jovens vão ter mais dificuldades. É natural. Mas o talento sempre vence e consegue triunfar. Acho que cada um tem as suas ambições. então, a gente não tem muito como controlar. E não podemos prometer que vão jogar todos - encerrou Deco sobre a janela de transferência do Barcelona.
Com o trabalho feito por Deco e pela direção do Barcelona, o clube catalão espera seguir na briga por todos os títulos na temporada, assim como foi em 2024/2025. Os culés sonham com a Champions League, que não é vencida desde 2014/2015.

Veja outros trechos da entrevista de Deco, dirigente do Barcelona
Fair Play Financeiro
- O Fair Play Financeiro é uma série de regras e normas que são um sistema de controle financeiro em que você tem que estar enquadrado. As pessoas confundem problema financeiro com Fair Play Financeiro. O Barcelona não está tendo nenhum problema financeiro de não pagar, não existe isso. O clube tem se reconstruído em todos os aspectos, tanto na parte esportiva, quanto financeira. O clube está criando um novo estádio. É obvio que quando você sai de um estádio de 98 mil para um de 47 mil, você deixa de faturar. O Barcelona depende muito do seu estádio, das lojas, do museu, então a tendência é financeiramente o clube estar se equilibrando. E o Fair Play existe para todos os clubes, que pode ser discutível ou não. Eu acho que tem que ter, é uma coisa boa, mas ele tem que ir se adequando. Quando você encontra tanta dificuldade, como os clubes encontraram esse ano talvez seja o momento de sentar e conversar. A Liga é um órgão que controla os clubes não é dona do futebol espanhol. É um órgão de controle. Talvez seja momento de fazer algumas alterações pra adequar e que funcione, mas que funcione para os clubes. Mas conseguimos fazer o trabalho de casa, inscrever os jogadores. Não ficou ninguém sem precisar vender. Conseguimos isso de uma forma boa e sem debilitar o time, que era o nosso grande desafio.
Retorno do Camp Nou
- Eu acho que essa direção do Laporta foi uma gestão de muita coragem. Pegou o clube com problemas econômicos, pós-Covid, reconstruiu o time e fazer um novo estádio é coisa de maluco. Sair do Camp Nou, era um projeto que se falava lá atras, mas que ninguém executava por uma serie de razoes. Todos estão na expectativa de voltar para o estádio, sentir de novo a energia do Spotify Camp Nou e vai ser um momento marcante na historia do clube. O Camp Nou sempre foi um estádio histórico, mas precisava modernizar. O Barcelona vive muito disso. O torcedor, o turismo. As pessoas sempre estão em Barcelona. As lojas movimentadas. Então acho que essa obra, no fundo, vai modernizar o Barcelona. Vai modernizar aquilo que já é grandioso. E acho que vai ser mais ainda. Tem que ter uma ansiedade geral. O desejo de voltar é enorme. E imagino que como jogador, todo mundo quer voltar para lá. Tem jogador que nunca jogou no Camp Nou. Então acho que tem muitos que estão ansiosos.
Jogo da LaLiga nos Estados Unidos
- A gente já joga, por exemplo, uma Supercopa (da Espanha) na Arábia (Saudita). Então não é nenhuma novidade. A maior novidade talvez seja por ser um jogo de Liga. Mas a Supercopa, que antes era uma disputada na Espanha, já passou para outros lugares. Se nós formos falar só da questão futebol, se a gente for ao saudosismo, lógico que o torcedor tem esse lado, Villarreal, Barcelona. Em Villarreal, claro que o torcedor prefere que seja em Villarreal. É normal. E eu também, como torcedor, gostaria que fosse em Villarreal. Mas o futebol tem gerado esses interesses, essas ações comerciais ou ações que acabam acontecendo. Eu não tenho muita opinião sobre isso, porque é uma coisa da Liga. Não sei se é um contrato que a Liga tem, os clubes estão de acordo. Então para nós, como trabalhadores lá, a gente tem que cumprir as coisas que nos propõe. Não vejo nenhum problema, mas entendo alguma insatisfação de torcedor, porque é normal. Já existe isso, não é nenhuma novidade ter jogo fora (do país). Talvez seja uma novidade por ser jogo da Liga, mas jogos fora já se fazem.
Champions League 2025/2026 e duelo com PSG
- Tem muitos times que se reforçaram muito bem, como Liverpool, que contratou jogadores, o Real se reforçou bem. Os times estão melhores. Precisamos ser muito fortes se quisermos ter uma ambição real de chegar. O PSG é um time incrível, conseguiu montar um time nos últimos anos, acertaram nas contratações, tem um treinador que gosto muito, que é muito competitivo é serio e é um dos principais candidatos a voltar a ganhar a Champions. Vai ser um jogo legal, bonito, mas é mais um jogo de classificação de grupo. Temos que pensar jogo a jogo. Não adianta sonhar com Champions se você não passa pela fase de grupo. É um jogo bonito, mas vamos tentar somar pontos para atingir o objetivo, que é classificar.
Formato da Champions
- Acho que ele foi injusto com a questão dos jogos fora. A vantagem de ficar entre os oito acabou se perdendo por um período. Fizemos praticamente todos os jogos de volta do mata-mata fora de casa como nas quartas, nas semifinais. Era uma coisa que eu achava que os primeiros tinham que ter essa vantagem. Eles retificaram esse ano, então tudo sempre tem melhorias, mas eu gosto do modelo.
Transição de Xavi para Hansi-Flick
- Xavi foi importante no seu momento, trouxe alguma estabilidade, conseguiu ganhar. Essa transição do Xavi para o Hansi... Talvez o que achávamos naquele momento era que precisávamos de alguém com uma capacidade de gestão diferente, por uma série de razões. Acho que ele acabou encaixando na perfeição nesse sentido. As coisas funcionaram. O Hansi é um treinador moderno, um cara que trabalhou muito tempo como auxiliar na seleção alemã. Teve grandes êxitos com a Alemanha, depois no Bayern. O time do Bayern era um time que jogava. Era um time que encantou também, porque era um time com futebol ofensivo, com uma ideia de jogo clara, de ataque, que é um pouco a ideia do Barcelona. A ideia do Barcelona sempre é um time que busca o jogo, que tenta, que propõe. Você pode discutir a qualidade, mas você não vê um time defensivo. O Hansi conseguiu melhorar e conseguiu potencializar os jogadores que a gente tinha. Acho que isso foi a chave do sucesso da temporada passada.
Chegada de Thiago Alcântara na comissão do Barcelona
- Na verdade, no início da vinda do Hansi, ele ajudou por um período de um mês e pouco, foi a transição após ter parado de jogar, e pela relação que tinha, o Hansi colocou ele (Thiago) no estafe técnico, e foi muito importante ali no início. Depois, por razões pessoais, ele não podia, porque ele ainda estava morando na Inglaterra. E sempre ficou essa possibilidade dele voltar. E é uma adesão do treinador, a gente respeita, o Thiago é um cara que conhece muito bem o clube, um cara do bem, um cara que vai agregar muito, acho que para nós é... a segurança do treinador, a comodidade dele, para nós é fundamental também, então por isso é uma adesão dele, e o clube apoia totalmente.
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