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Treinadora brasileira comanda revolução no Colo-Colo e mira Libertadores: ‘Quero aprender vencendo’

Tatiele Silveira vive grande fase no clube chileno

Giselly Correa Barata
São Paulo (SP)
Dia 24/09/2025
17:17
Tatiele Silveira vive grade fase à frente do Colo-Colo. (Foto: Colo-Colo/Divulgação)
imagem cameraTatiele Silveira vive grade fase à frente do Colo-Colo. (Foto: Colo-Colo/Divulgação)

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Vinte e seis vitórias, 78 pontos, 133 gols marcados e apenas cinco sofridos. Os números ilustram o trabalho da treinadora Tatiele Silveira, brasileira que comanda o Colo-Colo, do Chile.

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Ex-jogadora, a gaúcha brilha na função de técnica e se prepara para a disputa da Copa Libertadores da América Feminina, em outubro, na Argentina. Ela descreve com detalhes o momento em que decidiu trocar as chuteiras pelo apito.

— O desejo de ser treinadora surgiu ainda enquanto eu jogava. Tinha curiosidade sobre a montagem dos treinos, o porquê de cada exercício e o planejamento de jogo. Aí fui fazer Educação Física e também fiz estágio em uma escolinha feminina — relembra, em entrevista exclusiva ao Lance!.

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Não demorou para a lateral-direita, que um dia se preocupava apenas com a própria performance, perceber a diferença de visão fora das quatro linhas.

— Como jogadora, eu queria jogar bem. Já como técnica, a responsabilidade é coletiva, é entregar ferramentas para todas — compara Tati.

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Inspirada em nomes como Emily Lima, Pia Sundhage, Emma Hayes e Sarina Wiegman, Tati quer ser referência e ampliar espaços de mulheres no futebol.

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— Sempre busquei olhar para mulheres no futebol. Quero também ser exemplo para outras treinadoras que estão começando — projeta.

Do futebol brasileiro ao chileno

Apesar de pertencer a uma nova geração de treinadoras, Tati acumula experiências marcantes: comandou o Porto Alegre sub-17, Grêmio, Guaíba (RS), Internacional, Ferroviária, Santos e Vasco, além da Seleção Brasileira sub-17. O grande salto veio em 2022, quando aceitou o convite para comandar o Colo-Colo. “Foi uma das decisões mais felizes da minha vida”, define. A recepção no Chile foi calorosa.

— Saí do Vasco no Rio, com inverno de 20 graus, e cheguei em Santiago com campos cobertos de gelo. Esse foi o maior baque — diz.

Dentro de campo, a adaptação foi rápida. O elenco comprou as ideias da brasileira, que trouxe novos métodos de treino e uma mentalidade competitiva.

A relação com a torcida também surpreendeu a técnica. Se no Brasil o futebol feminino ainda luta por espaço, no Chile Tati vive um carinho inédito.

— Vou ao mercado e pedem autógrafo, pedem foto. Chegamos a colocar 14 mil torcedores em jogo de fase regular. É algo que nunca tinha vivido — descreve, orgulhosa.

No mercado, a comissão busca equilibrar orçamento e necessidade. Jogadoras brasileiras, como Camila Martins, são vistas como peças-chave pela experiência e perfil físico diferente do encontrado no Chile.

— O Brasil inflacionou o mercado, mas é justo. É valorização merecida — define.

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Olhando para frente

O resultado não demorou a aparecer: campanhas consistentes e títulos nacionais. Agora, tem como foco aumentar o protagonismo da equipe no cenário continental.

Na Libertadores Feminina, o Colo-Colo está no Grupo C, o mesmo de São Paulo, San Lorenzo e Olímpia. E tem uma meta clara.

— Nosso maior desejo é avançar às quartas da Libertadores e competir de igual para igual com Brasil, Colômbia e Argentina — projeta ela.

Com contrato até 2026, Tati já projeta o futuro. Quer manter o Colo-Colo como referência e seguir em cenários competitivos.

— Sou muito competitiva. Gosto de aprender vencendo. Quero seguir em clubes que brigam por títulos — diz ela.

Tatiele Silveira comanda o Colo-Colo.
Treinadora Tatiele Silveira é a atual campeã chilena com o Colo-Colo. (Foto: reprodução)
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