Árbitro acusado de machismo no Paulistão Feminino é punido pelo TJD-SP
Juliano José Alves Rodrigues foi acusado por jogadoras de Bragantino e São Paulo

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O árbitro Juliano José Alves Rodrigues, acusado de proferir falas machistas em jogo do Paulistão Feminino, foi suspenso preventivamente pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP). As acusações foram relatadas por atletas de São Paulo e Bragantino após a partida entre as equipes.
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Em entrevista depois do jogo, Stella, zagueira do Massa Bruta, afirmou ter ouvido o juiz falar que "na hora certa, vou te pegar". Em seguida, a jogadora fez o gesto em "x" com os braços, seguindo o protocolo da Federação para casos discriminatórios. No entanto, o jogo não foi paralisado.
Entenda as acusações de machismo no Paulistão Feminino
— Ele virou para mim e disse ‘Na hora certa, vou te pegar’. Trouxe a Aline aqui porque elas viram e ouviram também. Todo mundo ouviu falas preconceituosas e machistas — disse a Stella, em entrevista pós jogo à "TNT".
A meio-campista Aline Milene, do São Paulo, confirmou a versão da colega.
— Isso não pode acontecer no futebol feminino. Quando os homens vêm apitar, acham que podem falar com a gente como bem entendem. Tem que ter respeito. Sofri a mesma coisa ali. Falou que iria dar falta quando quiser. Quando a Stella fez o gesto, falei para parar o jogo — disse.
Por sua vez, Alves Rodrigues negou a versão das atletas e explicou que não paralisou a partida pois não identificou atos de cunho discriminatório. Ao "ge", explicou que quis dizer que, em outra oportunidade, puniria com cartão a jogadora, que, segundo ele, estava reclamando em demasia com a arbitragem
– O que quis dizer, no jargão do futebol, é que, numa próxima oportunidade eu daria o cartão – afirmou.

Clubes se manifestaram em apoio às atletas
Após a partida, os clubes emitiram comunicado se solidarizando com as atletas e cobrando investigação sobre o episódio.
— O Red Bull Bragantino apoia e se solidariza com as denúncias feitas pela nossa atleta, Stella Terra, e pela jogadora do São Paulo Futebol Clube, Aline Milene, contra atos de machismo da arbitragem do jogo entre as equipes, pela Paulistão Feminino. Nosso clube sempre prezou pelo respeito e dignidade para que as mulheres tenham o direito de exercer seu trabalho com profissionalismo, seja dentro ou fora de campo. Repudiamos toda e qualquer atitude discriminatória e esperamos, com atenção, a apuração dos fatos pela Federação Paulista de Futebol. — comunicou o time de Bragança.
O Tricolor Paulista ratificou o pedido.
— O São Paulo Futebol Clube se solidariza e se une à equipe do Red Bull Bragantino em repúdio a atos machistas vindos da arbitragem, na partida de hoje (15), entre as equipes, pelo Campeonato Paulista Feminino. É com a valentia e a força de mulheres que trabalham diariamente para ganhar espaço, que reforçamos que não aceitamos conviver com machismo e ofensas no futebol feminino. Regras são para serem cumpridas. O São Paulo não tolera tais atitudes, e sempre apoiará o respeito, profissionalismo e direitos do Futebol Feminino. Ressaltamos que o Tricolor confia na apuração dos responsáveis, certo de que a justiça será feita. Às atletas, o nosso apoio. — declarou o clube.
Federação Paulista se posiciona sobre caso
A Federação Paulista de Futebol divulgou nota sobre o ocorrido e disse não tolerar, sob nenhuma circunstância, atitudes preconceituosas, discriminatórias ou desrespeitosas dentro ou fora de campo.
A entidade também afirmou ter acolhido as manifestações e iniciado uma "apuração detalhada" dos fatos.
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