Intensidade, movimentação e posse: conheça o ‘estilo Diniz’ no Fluminense

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O Fluminense estreia no Campeonato Carioca no próximo sábado, às 19h, contra o Volta Redonda. Com isso, a torcida será apresentada ao "estilo Fernando Diniz", conhecido pela sua posse de bola e intensidade. Tudo indica o Tricolor deve iniciar o torneio escalado com Rodolfo, Ezequiel, Digão, Ibañez, Marlon; Airton, Bruno Silva, Yony Gonzalez, Daniel, Everaldo; Luciano, e o LANCE! mostra o que esperar do esquema tático do novo treinador.  

Fernando Diniz tem um estilo praticamente antagônico ao de Marcelo Oliveira. Após meses de uma equipe que tentava chegar ao ataque de forma rápida, seja por meio de passes ou lançamentos longos, é esperado ver um time paciente em 2019, que controle a bola. A busca por passes curtos, movimentações a todo o instante, tomar conta do gramado e, por consequência, chegar com condições reais de finalizar. Essa é a ideia. 

Em resumo, o Fluminense promete ser uma equipe que propõe o jogo. Essa é uma das principais características que Fernando Diniz tentou transmitir em toda a sua carreira como treinador. A valorização da posse de bola se tornará prioridade e o Tricolor será uma equipe de passes constantes, movimentações em espaços vazios e um estilo ofensivo. 

Apesar de ter utilizado três zagueiros durante a passagem no Athletico-PR, o jogo de Fernando Diniz é baseado no 4-3-3. Linha de quatro defensores, um volante mais recuado - sendo o responsável pela saída da defesa -, dois meias mais avançados, e o ataque, formado por dois pontas – um em cada lado – e um jogador na referência. 

Para Diniz, a bola deve ser trabalhada desde a área do goleiro, que também tem participação na saída de bola. Na origem da jogada, as movimentações na defesa são essenciais para o avanço da equipe: enquanto os laterais se tornam alas, o volante principal recua e se alinha aos zagueiros. Os atletas dessa ‘primeira linha’ da defesa são responsáveis pelo controle da jogada. 

Parte ofensiva

Os conceitos de Fernando Diniz são personificados na equipe quando ataca. As principais características da equipe do treinador, além da já citada posse de bola, são: variação tática, amplitude e saída apoiada. O movimento de saída de bola, com o volante recuando e os laterais avançando, se mantém na construção do ataque.

Os defensores de lado de campo, que se tornam alas, são essenciais no momento ofensivo, já que garantem a amplitude, que é um termo que significa ‘alongar o campo’. A partir desses movimentos, a equipe de Fernando Diniz garante presença nos dois lados do gramado e os laterais se fazem muito presentes no ataque.

A partir do movimento dos alas, os jogadores de lado do ataque têm liberdade para se mover, seja para aparecer pelo meio ou aumentar o trabalho ofensivo nos lados do campo. Geralmente, resulta em um facão’ – a entrada em diagonal dentro da área – desses jogadores, auxiliando o centroavante, que também se mexe. 

A valorização da posse de bola se torna a prioridade. Com paciência, a equipe de Fernando Diniz busca chegar ao gol através de passes. Para isso, o time constrói suas jogadas com jogadores se aproximando e dando opções de passe. O conceito de saída apoiada se traduz nisso: movimentações de todos os jogadores, que dão opção de passe para quem está com a bola.

Por último, está o conceito de atrair o adversário concentrando em apenas um lado campo. A partir da jogada, a equipe de Fernando Diniz espera atrair todos os defensores para esse setor e, quando o adversário estiver totalmente concentrado, inverter a jogada para o lado oposto, onde um jogador vai enfrentar uma situação de mano a mano com o defensor.  

Parte defensiva

Apesar do lado ofensivo ser o destaque das equipes de Fernando Diniz, o treinador também possui características bem definidas na defesa. A intensidade de todos os jogadores também se faz presente no campo defensivo com algumas características gritantes: marcação em linha alta, pressão no adversário e compactação. 

Fernando Diniz coloca uma instrução clara em seus jogadores: não permitir um contra-ataque em velocidade. Suas equipes marcam em pressão após a perda da bola, incomodando o rival desde o primeiro segundo que ele está com a jogada. Quando isso dá certo, o time consegue evitar o ataque em velocidade e já inicia uma transição em velocidade.

Para isso, a equipe não oferece espaço para o adversário se desenvolver no seu campo. Com pressão constante e atletas encostando e incomodando os rivais, Fernando Diniz espera recuperar a bola com rapidez. Quando isso não acontece, porém, a equipe se recompõe e cada jogador guarda suas posições iniciais, voltando ao 4-3-3, com os jogadores de lado participando do momento defensivo.

Excluindo esses momentos de pressão, a defesa de Fernando Diniz se coloca em uma linha alta no campo, com os zagueiros sempre avançados e com foco em tentar interceptar passes do adversário. A estratégia é arriscada, já que coloca a defesa muitas vezes em situação de risco, tendo problemas de defender bolas longas e transições em velocidade.