Críticas ‘estouram bolha’ das redes sociais, mas diretoria do Flamengo resiste à pressão

O presidente Rodolfo Landim e o vice-presidente de futebol Marcos Braz vivem momento de grande pressão, mas, internamente, reforçam confiança no trabalho do departamento


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Desempenho e resultados ruins em campo, questionamentos sobre o departamento de futebol e decisões do Conselho Deliberativo: este pacote elevou o tom das críticas ao Flamengo e, desde terça-feira, torcedores protestaram contra a diretoria na Sede da Gávea e no Estádio Raulino de Oliveira, com xingamentos direcionados ao presidente Rodolfo Landim e ao VP de futebol Marcos Braz. Diante deste cenário, a cúpula preferiu ficar em silêncio em Volta Redonda.

Procurados pela imprensa após o jogo contra o Altos, Rodolfo Landim e Marcos Braz não se manifestaram. Na última semana, com a polêmica passagem de Jorge Jesus pelo Rio de Janeiro, Braz afirmou que falaria após a entrevista do técnico ao canal SporTV ir ao ar - como aconteceu na segunda-feira -, mas o dirigente não atendeu os jornalistas presentes. A pressão sobre a diretoria não é apenas pela "sombra do Mister" e a dificuldade do time evoluir sob o comando de Paulo Sousa, mas também pelas decisões do Conselho Deliberativo.

Na Gávea, a aprovação da limitação do Sócio Off-Rio e as rejeições das emendas que permitiriam votações híbridas nos conselhos e proibiria acúmulo de cargo no clube de quem for candidato em eleições parlamentares foram vitórias da situação, que votou quase em unanimidade nas propostas. Marcos Braz, por exemplo, já é vereador no Rio de Janeiro e, assim, está apto a candidatar-se para a Alerj ou Congresso - possibilidade que o dirigente não confirma.

Rodolfo Landim e Marcos Braz - Flamengo
Rodolfo Landim e Marcos Braz, do Flamengo (F: Alexandre Vidal/CRF)

Grupos políticos, candidatos à presidências no último pleito e um ex-presidente criticaram as decisões do Conselho Deliberativo. Fora do colégio eleitoral, as críticas "furaram" a bolha das redes sociais.

Além das faixas e xingamentos a membros da diretoria já citados, o vice-presidente de Embaixadas e Consulados, Maurício Gomes Mattos, tem sido pressionado pelos torcedores de fora do Rio de Janeiro. Nesta quinta, a Embaixada de Balneário Camboriú se posicionou contra a emenda, e outras estudam seguir o caminho.

LANDIM EM MOMENTO DE MAIOR PRESSÃO

O histórico time montado em 2019 - primeiro ano da gestão -, os títulos brasileiros e a reconquista da América após 38 anos logo colocaram Rodolfo Landim entre os grandes residentes do Flamengo.

Membro do grupo que assumiu o clube em 2012 e rachou em 2015, com a reeleição de Eduardo Bandeira de Mello, o atual mandatário vive, talvez, o momento de maior questionamento e pressão externa, mas não dá sinais de que irá ceder.

Tendo Bruno Spindel e Marcos Braz como nomes fortes do futebol, Rodolfo Landim não cogita trocar o comando técnico do Flamengo neste momento. As declarações de Jorge Jesus, de que gostaria de voltar ao Flamengo, não mudaram o cenário, e a direção aposta no sucesso da reformulação que está sendo tocada por Paulo Sousa.

As críticas ao departamento - que acabam atingindo Rodolfo Landim - também são a respeito do departamento médico do clube. Mas, na última reunião do Conselho Deliberativo, o presidente fez defesa ao trabalho realizado no Ninho do Urubu e prometeu "documento detalhado" aos conselheiros.

Até o momento atual, as críticas mais duras direcionadas a Landim eram por fatores "extra-campo": a condução do clube no caso do Incêndio do Ninho do Urubu, o posicionamento a favor do retorno das atividades em meio à pandemia do coronavírus ou a "proximidade com Brasília" e com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Fortes nas redes sociais, as críticas poucas vezes haviam chegado "com força" nas arquibancadas como no Estádio Raulino de Oliveira.

Inclusive, Rodolfo Landim foi indicado para presidir o Conselho de Administração da Petrobras pelo Ministério de Minas e Energia. O rubro-negro afirmou que "era viável" conciliar os cargos e negou que a indicação tenha sido devido à proximidade com Jair Bolsonaro, e sim ao seu currículo e trabalho desenvolvido em 26 anos na empresa.

Em abril, contudo, Rodolfo Landim publicou carta afirmando que não iria mais assumir cargo na Petrobras, devido a necessidade de um "compromisso de um grau ainda maior de dedicação e foco" ao clube.

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