França se consolida como potência e terá nove titulares ‘na boa’ em 2022

Mesmo com três vexames nos últimos 20 anos, Bleus se tornam a seleção mais vencedora no período. E agora têm uma geração que pode defender o país por muito tempo

França x Croácia
AFP

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Ninguém chegou a mais finais de Copas do Mundo do que a França nos últimos 20 anos. Ninguém ganhou mais Copas do que a França nos últimos 20 anos. Campeã em 1998 e 2018 e vice em 2006, a seleção deu vexames em 2002, 2010 e 2014, caindo na primeira fase. Mas ainda assim leva vantagem contra as outras grandes rivais. Brasil, Itália, Espanha e Alemanha conquistaram um título cada no período - só alemães e brasileiros foram a duas finais. Argentina e Holanda são as que ficaram apenas com vices desde 1998.

Coloque também na conta da França nas duas décadas em questão um título da Eurocopa, em 2000, e um vice, em 2016. Em breve resumo: das 11 principais competições disputadas, os Bleus estiveram em cinco finais, com três taças.

O bicampeonato conquistado na Rússia fortalece uma seleção que só chegou à sua primeira final de Copa há 20 anos e, agora, sobe de prateleira no clube das campeãs, igualando argentinos e uruguaios com duas conquistas. Mais do que isso: aponta para um futuro promissor dos franceses, que terão nove dos 11 titulares em "idade boa" na próxima Copa do Mundo, em 2022, no Catar.

Revelação e jogador mais novo do Mundial, Mbappé, autor de quatro gols na Rússia e hoje com 19 anos, terá apenas 23 no próximo torneio - jogará a Eurocopa de 2020 com 21 anos. Apenas Matuidi e Giroud, com 31, podem ser considerados hoje como improváveis convocados em 2022. O meio-campista já até se antecipou e declarou que a Copa de 2018 foi a sua última. Assim como a dupla, o capitão Lloris também terá 34 no Catar: idade que não pesa a goleiros.

Todos os demais titulares têm condições de estarem em plena forma no próximo Mundial. As referências Pogba e Griezmann estarão com 29 e 31 anos, respectivamente. Kanté também terá 31. A defesa inteira é nova: Pavard fará 26 anos antes da Copa do Catar, assim como Hernández. Umtiti terá 28 e Varane, 29. Vários dos reservas devem igualmente estar boas situações para defenderem a França em quatro anos: o goleiro Areola, os laterais Kimpembe, Mendy e Sidibé, os meio-campistas Tolisso e Nzonzi e os atacantes Lemar, Fekir, Dembelé e Thauvin. A exceção é o zagueiro Rami, que terá 36 anos.

- Agora é continuar a trabalhar. Estou no começo da caminhada. Grandes coisas vão vir. Alguns trabalham a carreira toda para estarem aqui e eu estou no começo da história - afirmou o símbolo da juventude, Kylian Mbappé.

- Estamos entrando para história do futebol francês, ainda não realizamos o que é isso, mas estamos orgulhosos. Temos que desfrutar agora, levar uma boa imagem da França e dos jogadores para muitos jovens atletas tentarem fazer o mesmo - analisou outra estrela do time, Griezmann.

Didier Deschamps levou apenas nove dos jogadores vice-campeões da Eurocopa de 2016 para a Rússia. Apenas seis do fracasso da Copa de 2014 conquistaram o título no último domingo: Lloris, Varane, Pogba, Matuidi, Griezmann e Giroud. A tendência é que nas próximas competições a lógica seja invertida, com poucas trocas e vários atletas se repetindo nas convocações.

Outro ponto, a favor da seleção, é que os jovens franceses, do grupo mais novo da Copa de 2018 (média de idade de 26 anos, ao lado da Nigéria), já podem se gabar de terem rodagem de grandes competições. Experiência para o Catar. A parte emocional foi ponto destacado por técnico e atletas durante o Mundial.

- Há muitos jogadores de diferentes origens, mas o mesmo estado mental, jogamos pela mesma camisa, pelo nosso país - afirmou Griezmann.

Se por um lado o grupo sofreu reformulações nos últimos dois anos, por outro a comissão técnica foi mantida. Deschamps comandou a França nas derrotas de 2014 e 2016 e seguiu no comando da seleção. Com a conquista do bi, a idolatria pelo capitão campeão de 1998 só irá aumentar no país.

A geração que deixou de ser promissora para se tornar uma realidade certamente chegará como favorita no Catar e com o desafio de afastar o "fantasma das campeãs". No mesmo período de 20 anos, a própria França (2002), Itália (2010), Espanha (2014) e Alemanha (2018) foram eliminadas na primeira fase quatro anos depois de terem conquistado a Copa do Mundo.

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