Ex-zagueiro do tetra analisa chegada de Ancelotti e pressão pela conquista da Copa
Márcio Santos destaca desafios e pressão da Seleção na luta pelo hexa

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Campeão do Mundo em 1994, o ex-zagueiro Márcio Santos avaliou a pressão sobre o Brasil em busca do hexacampeonato na Copa do Mundo de 2026 em entrevista ao Lance!, durante a disputa da Copa de Pelada, torneio amador disputado durante este final de semana no interior do estado de São Paulo. A pressão enfrentada pela Seleção Brasileira em busca do mundial em 2026 remete ao contexto vivido pelo time de 1994, que quebrou um jejum de 24 anos sem a principal conquista do futebol mundial. Na época, o elenco conviveu com cobranças acentuadas vindas da torcida e da imprensa de diferentes estados do país.
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Na trajetória até o título mundial nos Estados Unidos, Márcio Santos foi peça fundamental na zaga e marcou um gol importante na vitória por 3 a 0 sobre Camarões na fase de grupos. Além do desempenho consistente no torneio, o defensor tornou-se referência no elenco comandado por Parreira, que lidou com críticas e episódios de desgaste intenso. Em meio às dificuldades, a solidariedade e a experiência dos jogadores experientes se converteram em pontos de apoio fundamentais para que o grupo superasse pressões internas e externas, sobretudo após episódios como a derrota nas Eliminatórias para a Bolívia e as incertezas sobre a permanência do comando técnico.
— Teve aquela derrota na Bolívia, a primeira derrota de eliminatória que nós tivemos, 2 x 1 para a Bolívia. Eu lembro que nós chegamos de madrugada, voltamos do jogo e logo em seguida voltamos para a Granja Comary, chegamos de madrugada e o Parreira estava desanimado, muito desanimado. Ele já estava pensando e falou para nós: "eu estou me desligando da Seleção" — recorda Márcio Santos.
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— Nós falamos: "não, você vai ficar com a gente, você não pode deixar nada de fora incomodando sua família, a gente vai estar do lado do senhor. E a partir de hoje, assim que vier de fora, não vou deixar nada mais dentro da Seleção para incomodar, o senhor vai estar com a gente". Nós seguramos ele lá. Por aí você vê que a pressão era gigantesca. Trabalhar na Seleção não era fácil nesse período, antes do título. Então foi um grupo com muita bagagem. Jogadores que vieram de 1990, que sofreram bastante, já tinham uma experiência gigantesca com a Seleção. E era o suporte dos mais jovens também. Então foi uma geração que ajudou, por mais experiência, a ser vencedora também — explica o ex-zagueiro.
Márcio Santos também destacou que a mudança de perfil no comando da seleção é essencial para conquistar respeito e disciplina no grupo. Para ele, a chegada de Carlo Ancelotti pode garantir novos padrões de comportamento no elenco, afastando o risco de acomodações e permitindo que a hierarquia e a autoridade do treinador sejam restabelecidas.
— O único pecado é que ele chegou um ano antes da Copa. E se ele tivesse chegado no começo dos quatro anos, trabalhando na Seleção, a Seleção já estaria voando. Ele é um vencedor nato. Todo mundo tem respeito por ele no mundo. Infelizmente, os outros treinadores que passaram antes não tinham respeito dos jogadores. Eu tenho certeza que agora, se o jogador for o capitão do time, se ele pisar na bola, o Ancelotti tira ele do time. Com ele não tem essa. Ele tem um respeito muito grande, ele pode fazer o que ele quiser. Então isso é bom pra Seleção. Tirou as cadeiras cativas do time, entendeu? Isso eu acho legal. E ele vai fazer o time funcionar. É claro que, como eu disse, eu espero que em um ano ele consiga fazer muita coisa — projetou.
Com a experiência de quem foi campeão do mundo e defendeu clubes como Fiorentina, Ajax e São Paulo, Márcio Santos vê poucas chances de Neymar estar na Copa do Mundo do próximo ano.
— Eu acho difícil. Infelizmente, o Neymar é um craque com muita qualidade, mas ele não está sabendo usufruir do dom que Deus deu pra ele. Eu acho assim: há um ano ele disse que quer a Copa do Mundo, mas a parte profissional ele está deixando de lado. Então não adianta. Ele está tendo lesão, atrás de lesão. Então o Neymar, com 33 anos, está tendo dificuldade para se manter no Santos. Imagina na Copa do Mundo com os "zagueirões" voando baixo. Então eu acho que ele vai ter dificuldade para ir pra Copa do Mundo. A Seleção funciona assim: após as Eliminatórias, aquele grupo que participou e conseguiu a classificação é aquele grupo que vai pra Copa do Mundo. Aí depende: se tiver lesão, ele vai ser cortado, não vai poder jogar, vai ter que trazer outro — avaliou o tetracampeão.

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