Após Ancelotti, Ednaldo se reúne com federações em troca de apoio político
Presidente da CBF pode capitalizar com a contratação do técnico italiano

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Passada a euforia com a contratação de Carlo Ancelotti, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, voltou a enfrentar antigos problemas. Buscando conter os danos e reorganizar sua base de apoio, Ednaldo Rodrigues convocou para esta terça-feira (13) uma reunião com os presidentes das federações estaduais, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. A pauta do encontro deverá focar nas recentes denúncias envolvendo a administração da entidade.
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O encontro acontece em um momento oportuno. Poucas horas após o anúncio oficial do técnico italiano, a autoridade de Ednaldo foi novamente colocada em xeque.
O vice-presidente da entidade, Fernando Sarney, antigo aliado, protocolou na Justiça do Rio de Janeiro um novo pedido de afastamento de Ednaldo do cargo. No documento, Sarney também propõe que ele próprio assuma interinamente a presidência da CBF e conduza o processo para convocação de novas eleições.
A pressão também partiu do meio político. Três parlamentares apresentaram pedidos de investigação ao Comitê de Ética da CBF, solicitando o afastamento imediato de Ednaldo e de parte da diretoria da entidade.
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O vereador Marcos Dias (Podemos), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, afirmou ter recebido denúncias de colaboradores da CBF envolvendo casos de assédio e o descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2021. O documento previa uma série de ações para combater práticas abusivas dentro da confederação.
Em Brasília, a deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) ingressou com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues e a reavaliação do acordo homologado pela Corte em fevereiro deste ano, que pôs fim ao processo judicial que questionava a validade da eleição na entidade.
Na mesma linha, o deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN) levou o caso à Comissão de Ética da CBF, acusando Ednaldo de uso indevido de recursos da entidade, como o pagamento de viagens, hospedagens de luxo e outras despesas para parentes distantes de dirigentes de federações estaduais. O parlamentar também aponta falta de clareza na prestação de contas e na identificação dos beneficiários desses pagamentos.
Em meio à pressão, Ednaldo busca reafirmar sua liderança e, para isso, o anúncio da contratação de Carlo Ancelotti pela Seleção Brasileira foi interpretado como um movimento estratégico. A oficialização foi vista como uma tentativa de fortalecer sua imagem em um momento de instabilidade política.
Enquanto o cenário segue tenso, a expectativa gira em torno da primeira coletiva de imprensa de Ancelotti, marcada para esta terça-feira. Será a primeira vez que o técnico italiano falará publicamente sobre sua chegada ao comando da Seleção.

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