Tironi no Lance!: Administração Casares acabou com o 6 a 0
São Paulo foi surrado pelo Fluminense no Maracanã pelo Brasileirão

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O Brasil vai parar neste sábado para acompanhar a final da Libertadores entre os dois projetos de maior sucesso do futebol nacional nos últimos anos e, por que não, dois dos maiores projetos da história do futebol Brasileiro: o do Palmeiras e o do Flamengo atuais.
Só um acontecimento muito excepcional teria força para que este texto não fosse sobre este assunto. E ele aconteceu.
Nesta quinta-feira no Morumbis, o São Paulo foi surrado pelo Fluminense por 6 a 0. O árbitro da partida foi piedoso e quando o jogo chegou aos 45 minutos do segundo tempo apitou pela última vez ignorando os acréscimos e poupando o tricolor paulista de uma humilhação ainda maior.
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Administração trágica
A administração Julio Casares, desta forma, termina de forma trágica. Não termina de fato porque o presidente ainda tem mais um ano de mandato, mas ele apenas sobreviverá no cargo até dezembro de 2026, com muito menos força política do que chegou, mas ainda com boa chance de fazer o seu sucessor. O que só é possível pelo sistema eleitoral medieval que ainda prevalece no clube em que 260 conselheiros decidem tudo de uma organização com milhões de torcedores espalhados pelo mundo.
Mas a administração atual do clube já está fadada ao fracasso e o projeto esportivo deste ano pode ser considerado um dos mais mal sucedidos da história do clube. Apostou-se em jogadores veteranos com
altos salários, mas que pouco estiveram em campo ao longo da temporada e em jovens da base que não resistiram às primeiras investidas de clubes do exterior e foram vendidos. Soma-se a isso um departamento de saúde que se mostrou um açougue a ponto de o time não ter conseguido completar o banco de reservas na tragédia de ontem no Maracanã por falta de jogadores saudáveis. O 6 a 0 é menos espantoso diante de tantas coisas erradas de forma grosseira.
O comando de Julio Casares e toda a administração do futebol foram definitivamente reprovados nesta quinta-feira se é que ainda havia alguma dúvida.
E quem jogou a pá de cal além do placar foi a declaração sincera, aberta e claríssima de Luiz Gustavo. O volante, que sobreviveu a uma embolia pulmonar este ano e estava em campo disse:
"Está na hora de colocar a cara quem tem de colocar. Assumir responsabilidades. Assumir de cima pra baixo."
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Estado de abandono
Nesta quinta-feira no Maracanã não estavam presentes o presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte. Há tempos a dupla não tem comparecido aos jogos do time, num estado de mais absoluto abandono, incompatível com os cargos que ocupam.
Coube a Rui Costa, executivo de futebol, vir a público para "pedir desculpas ao torcedor" e dizer que o clube está trabalhando muito para corrigir os erros. Tudo isso dito com a frieza de um 0 a 0. Mas o jogo
foi 6 a 0.
Algumas ironias resumem a noite do Maracanã. A primeira: um dia antes da tragédia, Julio Casares estava no Summit da CBF dando uma palestra sobre o tema: "Gestão de clubes entre o jogo e o negócio".
A segunda: o treinador que aplicou o humilhante 6 a 0 foi Luís Zubeldía, escorraçado do São Paulo recentemente depois de campanha covarde por parte da torcida e da mídia. Cabeça prontamente entregue por Casares. Mal sabia ele que o argentino da ocasião era quem blindava todas as barbaridades da sua administração.
A terceira e talvez a mais dolorida. No começo da noite do próximo sábado, o São Paulo deixará de ser um dos brasileiros mais vitoriosos da Libertadores. Flamengo ou Palmeiras terá quatro títulos da competição que transformou a história do Tricolor há 33 anos.
Tironi no Lance!: veja mais colunas
Eduardo Tironi escreve sua coluna no Lance! às terças e sextas-feiras abordando o futebol paulista. Confira abaixo mais publicações do colunista:
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