Pitaco do Guffo: Por que o Flamengo pode sonhar no Mundial
Time de Filipe Luís se destaca entre os classificados para as oitavas

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Está terminada a primeira fase do Mundial de Clubes, estão definidas as oitavas-de-final, e para surpresa de muitos, os quatro times brasileiros estão classificados. Melhor ainda: um deles estará nas quartas-de-final com certeza (Palmeiras ou Botafogo). E, ao analisar as estatísticas da primeira fase, entendi por que o Flamengo pode sonhar no Mundial.
Quando trazemos análise de dados para o esporte, obviamente não queremos colocar as coisas como definitivas. Afinal, estamos falando de seres humanos e não de robôs. Ainda mais em um esporte caótico, sistêmico e aleatório como é o futebol. Mas isso não impede que os dados nos entreguem tendências, probabilidades e caminhos para analisar os fatos.
A força defensiva do Mengão
Quando se fala do Flamengo de Filipe Luís, a primeira coisa que vem à cabeça é a força ofensiva do time, seus atacantes e tudo mais. Agora, ninguém fala da força defensiva do Mengão nesse Mundial. E ela é evidente e parte fundamental do sucesso rubro negro no campeonato. Por exemplo, você sabia que o Flamengo é o segundo time no campeonato que mais pressiona defensivamente?

A métrica PPDA (passes por ações defensivas), mede quantos passes o adversário dá contra as suas ações defensivas (desarmes, interceptações, etc). Quanto menor o valor, mais forte é o time na pressão defensiva. E entre todos os times do Mundial, o Flamengo é o segundo time que mais pressiona sem a bola. Perde apenas para o Bayern, seu adversário nas oitavas.
Também é muito interessante como o Flamengo cede chances de baixa probabilidade de gol aos adversários. Aliás, uma coisa está ligada à outra: quanto mais se pressiona sem a bola, mais se tem o adversário longe do seu gol e de menor probabilidade de gol ficam as suas finalizações. Junto com o Fluminense, o Mengão é o segundo time que oferece menores chances ao adversário (ver quadro acima). O problema só é que o primeiro na lista também é o Bayern.
Altas chances de gols
Falar do poder ofensivo desse Flamengo é algo um tanto óbvio. Já escrevi aqui na coluna o quanto a construção ofensiva ganha desde a defesa, com o trabalho com a bola da dupla de zagueiros Léo Ortiz e Léo Pereira. O Mengão é o terceiro time que mais fica com a bola no Mundial: média de 68,6% de posse por partida.

E surpreende que em um campeonato que tenha potências ofensivas como o PSG, o Manchester City e o Real Madrid, o Flamengo se destaque como o quarto time que cria chances com maior probabilidade de gol. Cada finalização rubro negra teve na média 15% de chance de gol, o que é uma média muito alta. Claro, essas chances precisam ser convertidas em gol. Mas construí-las já é um enorme mérito e, junto com a pouco citada força defensiva, os dados explicam por que o Flamengo pode sonhar no Mundial.
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