De 22º ao topo: relembre vitória de Gabriel Bortoleto na Itália pela F2
Brasileiro foi o grande campeão em Monza após escalar todo pelotão da categoria

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Na luta para tomar a liderança de Isack Hadjar na F2, Gabriel Bortoleto precisava de uma sequência de bons resultados. A classificação ruim do brasileiro, no entanto, parecia que dificultaria muito suas chances. Para pontuar, ele precisaria avançar pelo menos 12 posições, enquanto a vitória era um sonho quase inalcançável. E o que parecia impossível aconteceu: vitória histórica do atual novato da Sauber no GP da Itália em 2024.
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A atuação impecável de Bortoleto em Monza foi a primeira de uma sequência impressionante na reta final da temporada de 2024 na Fórmula 2. Antes da Itália, o líder do campeonato era Hadjar com 165 pontos, seguido do brasileiro, que acumulava 129 pontos. Como o francês não pontuou na etapa, a diferença caiu de 36 para 10,5 entre os pilotos.
Após uma sólida corrida de recuperação na sprint que rendeu 0,5 ponto, pelo empate com Dennis Hauger na oitava colocação, Bortoleto chegou para a corrida de domingo precisando escalar, no mínimo, 12 posições para entrar na zona de pontos. Além disso, o principal problema era justamente ter os três principais postulantes ao título nas três primeiras colocações, com Maloney na ponta, seguido de Hadjar e Aron.
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O resto da temporada de 2024 da F2 está registrada na história do automobilismo brasileiro. Após a Itália, o jovem piloto pontuou nas três etapas finais, enquanto seu rival direto ao título somou pontos significativos em apenas um fim de semana, no Qatar. Com isso, a virada foi concretizada, e Bortoleto levantou o troféu de campeão da categoria em sua temporada de estreia, repetindo o feito do ano anterior na F3.

Como foi a corrida do GP da Itália de 2024 na F2?
Assim como a sprint, a prova foi movimentada do início ao fim, com várias trocas de posições, incidentes e muitas escapadas. Bortoleto, em contrapartida, passou ileso por todos os imbróglios que surgiram ao longo das 30 voltas. O brasileiro também escolheu a mesma estratégia de pneus dos principais rivais, que largavam muito mais à frente, e isso também foi determinante para a vitória.
Sem tempo a perder, portanto, Bortoleto escolheu os supermacios da mesma forma como os ponteiros para o stint inicial com 28,8°C de temperatura ambiente, com 52% de umidade relativa e 34,4°C de asfalto.
E aquela pequena dose de sorte começou a surgir ao apagar das luzes. Maloney partiu muito bem, enquanto Hadjar foi surpreendido por Aron, que chegou a colocar meio carro à frente do barbadiano na curva 1. Só que o estoniano não contava com um Josep María Martí totalmente sem freio e enchendo-o na traseira. Na confusão, ainda sobrou para Hauger, que ficou com a asa avariada e teve de ir aos boxes.
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Quem se deu bem foi a Prema, já que Bearman e Antonelli logo pularam para segundo e terceiro, respectivamente, enquanto Hadjar ainda tomava de Dürksen e caía para quinto. O safety-car, então, entrou em ação por conta do carro de Aron preso na brita.
Bortoleto também passou ileso pelo caos e logo saltou para 15º. Na relargada, ao final do giro 3, Hadjar deu o bote para cima do piloto da AIX e subiu para terceiro, porém o paraguaio recuperou o posto duas voltas depois em bela manobra.
Na volta 6, Dürksen colocou lado a lado com Antonelli, ele por dentro, o italiano por fora, dividiu a chicane da 1 e prevaleceu sobre o piloto da Mercedes. No giro seguinte, começaram as paradas para a turma dos supermacios, com Bearman e Martins, depois Maloney e Antonelli.
Na volta 9, o pelotão da frente foi para os boxes efetuar a troca obrigatória de pneus, só que Bortoleto seguiu. E foi quando a história da corrida começou a mudar de vez: Ritomo Miyata foi mais um a perder a freada da 1 e acertou Hauger, que rodou e forçou nova entrada do safety-car.
Por regra, as velocidades são limitadas, ou seja, a turma que havia parado instantes antes teve de reduzir. Isso criou lacuna providencial para Gabriel entrar nos boxes e voltar como o primeiro da fila dos que já haviam trocados pneus.
Na relargada, Goethe era quem aparecia na liderança, com Maini, Correa e Niels Koolen na sequência. Bortoleto era o quinto, enquanto Hadjar, certamente com problemas, vinha no fundo do pelotão. Mas o brasileiro não quis saber de esperar paradas e começou a abrir caminho, primeiro deixando o estreante da AIX para trás, depois dando o bote para cima de Correa e já aparecendo em terceiro.
Só que o principal perigo passou a ser Maloney, extremamente rápido e também superando os adversários um a um em busca do brasileiro da Invicta. Na volta 15 de 30, apenas Maini e Goethe, sem paradas, estavam entre os dois.
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Enquanto isso, Hadjar apanhava em busca de recuperação na segunda metade da prova, subindo para 17º. Já Maloney e Bortoleto se revezavam nas voltas mais rápidas, e a diferença entre ambos vinha na casa dos 4s.
Quando Maini e Goethe enfim pararam, a distância entre Bortoleto e Maloney já era de mais de 7 segundos. Estava, portanto, sacramentada a segunda vitória do piloto da McLaren na temporada 2024, agora encostando de vez em Hadjar, que bateu na trave dos pontos ao cruzar a linha de chegada em 11º.

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