Lance! compõe painel de especialistas em debate sobre Fair Play Financeiro
Medidas visam garantir saúde financeira, equilíbrio e competitividade

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A partir de 2026, os clubes brasileiros entram em uma nova fase no que diz respeito à responsabilidade financeira, com a implementação das regras de Fair Play Financeiro. Diante da urgência e importância do tema, o Seminário Compliance em Foco, realizado nesta quarta-feira (10), montou um painel de especialistas dedicado a elucidar os desafios da adequação à nova realidade.
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Organizado pelo Instituto Compliance Rio (ICRio), no Senac, no Centro do Rio de Janeiro, o evento contou com a mediação de Thiago Sant'Anna, integrante do Grupo de Trabalho (GT) Compliance no Esporte, e com participação de Paulo Ganime, CEO do Lance!, Carlos Aragaki, da BDO Auditores, e Pedro Trengrouse, advogado e sócio Trengrouse e Gonçalves Advogados.
Entendendo melhor o Fair Play Financeiro à brasileira

O painel começou com a exposição de Pedro Trengrouse, que apresentou o GT de Fair Play Financeiro, criado em julho de 2025 e que desde então contou com diversas reuniões com clubes, federações e demais agentes do futebol, que contribuiram com sugestões e provocações sobre as regras a serem implementadas. O objetivo maior é garantir não só a saúde financeira, o equilíbrio e a competitividade nas competições nacionais, mas trazer normas mais eficientes e adequadas ao contexto brasileiro.
Lembrou que o Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) já previa esse cenário, mas que perdeu eficácia na medida em que os clubes encontravam outras formas melhores de parcelamento de dívidas. Outro fator que enfraqueceu a a legislação foi a exigência de comprovação, por parte dos clubes, de que estavam com tributos, salários e outros vencimentos em dia, caso contrário não participariam das competições.
Diante disso, os painelistas explicaram de que maneira as novas regras serão aplicadas, com uma gradação de punições, que vão do monitoramento e apresentação de um plano de ação, à cassação da licença. Destrincharam também os critérios para que um clube se adeque às novas regras, reforçando a máxima de que a despesa não pode ser maior do que a receita.
Assim, introduziram o Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) e as especificidades de sua criação no Brasil. Enquanto na Europa surgiu para evitar a falência de clubes (e hoje atua como controle dos altos investimentos por SAFs, fundos e grupos econômicos), em solo brasileiro as regras chegam para garantir competitividade e transparência.

Ainda, o advogado ressaltou que o investimento em infraestrutura, categorias de base, futebol feminino e esportes olímpicos e paralímpicos não entrarão na conta para fins de despesa, uma vez que entendem que esse gasto deve acontecer para o desenvolvimento do esporte brasileiro como um todo.
O auditor Carlos Aragakis destacou que os números e balanços financeiros dos clubes tornaram-se a ser importantes para os torcedores, cada vez mais preocupados com a saúde financeira do time e com o controle da dívida. Expôs a importância de uma gestão equilibrada na obtenção de resultados, mostrando a eficiência principalmente de Flamengo e Palmeiras nos últimos nove anos, mas mostrando que as SAFs chegam como concorrentes poderosos nessa disputa, citando Botafogo, Atlético-MG e Cruzeiro.
Ao fim Paulo Ganime levantou pontos importantes de reflexão. Dado o impacto que as mudanças terão nos negócios do futebol, o CEO do Lance questinou se as regras não engessariam as finanças dos times, criando novos obstáculos aos clubes. Além disso, provocou sobre a interação dos clubes com sua torcida no mercado de capitais, sendo respondido brevemente por Trengrouse, que enfatizou o interesse de torcedores em comprar ações de seus times.
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