Bastidores do Internacional: a crise dentro da crise no Brasileirão
Como a derrota para o Fluminense e coletiva dos Díaz afetou o Colorado

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A derrota por 1 a 0 para o Fluminense, na tarde de sábado (25) e a coletiva de Ramón e Emiliano Díaz afetaram os bastidores do Internacional. Criaram uma espécie de crise dentro da crise na reta final do Campeonato Brasileiro. Vestiário "implodido", voo em silêncio e de caras amarradas, e tentativa de mobilização para escapar da proximidade da zona de rebaixamento. Esses são algumas histórias apuradas pelo Lance! desde o fim da partida.
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Com o resultado do Maracanã, o Colorado perdeu uma posição na tabela de classificação, caindo da 14ª para a 15ª, com os mesmos 35 pontos. Com isso, está a cinco pontos e a duas posições do Z4.
A coletiva dos Díaz
Após perder a terceira partida em um mês, Ramón e Emiliano Díaz foram para a coletiva com cara desanimada. Enquanto o pai dizia pretender trabalhar o anímico, o filho disparou:
– Falei para o grupo: este é o momento para os homens, para quem tem coragem. Se tivermos que brigar com alguém, vamos brigar. O Inter tem que mudar e vamos mudar, não temos dúvida alguma. Agora é botar a cara. Temos que ter coragem para brigar – disparou Emiliano Díaz.
Don Ramón também usou a palavra "coragem":
– O que eu mais quero é que a equipe recupere o ímpeto, a determinação e a coragem. Me parece que a equipe não está encontrando atitude para jogar esse tipo de partida e enfrentar esse tipo de situação.
As declarações não baterem tão bem no vestiário. Os jogadores teriam se sentido incomodados. Na saída do Maracanã, o capitão Alan Patrick foi o único atleta a falar na zona mista.
– Não é medo. Sabemos que precisamos melhorar. Acho que é momento de a gente ficar mais atento, mais focado. É claro que precisamos fazer mais, temos muito a melhorar. O que estamos fazendo não está sendo suficiente, e as atuações, isso a gente reconhece que não são boas – comentou, para acrescentar:
– Temos que ter a cabeça no lugar e reencontrar as vitórias para poder olhar mais para cima e sair dessa zona desconfortável.
Crise dentro da crise após a coletiva
Os dirigentes acompanharam a coletiva dos Díaz, como sempre costumam fazer. Ao contrário do que ocorreu no fim da era Roger Machado, quando o técnico fez afirmações semelhantes, porém, nenhum cartola foi ao microfone respaldar os argentinos.
Pelo apurado pelo Lance!, o placar do Maracanã e a entrevista acendeu um alerta. Tanto na direção quanto em parte da oposição. Frases como "momento para os homens, para quem tem coragem" foram vista como um movimento de "lava mãos". Ou seja, os Díaz têm feito seu trabalho, se o elenco não responde em campo, não podem fazer nada mais.
Assim como os atletas, os cartolas ficaram incomodados. Mesmo assim, não foram vistos pela imprensa na saída do estádio.

Um voo em silêncio
A delegação alvirrubra voltou para Porto Alegre em voo fretado. O Lance! conseguiu relatos de quem esteve na viagem. O cenário foi de um grupo "extremamente desmotivado", incluindo jogadores, comissão técnico e dirigentes. Ninguém falou durante o trecho entre o Rio e a capital gaúcha.
O presidente Alessandro Barcellos parecia muito abatido, sério, olhando para o nada. O vice de futebol José Olavo Bisol também com semblante fechado. Apesar do clima e da pressão por vários lados, não há sinais de mudanças. Seja nos integrantes do Departamento de Futebol, seja na comissão técnica.
Movimento pela mobilização
Dentro desse cenário, cartolas e parte da oposição enxergam o momento como perigoso. O pensamento é de "esquecer a Sul-Americana". Agora, só resta fugir do rebaixamento. Esse é objetivo, mesmo que não seja dito abertamente.
No desembarque no aeroporto Salgado Filho, já na madrugada de domingo (26), a delegação foi recebida com protestos de torcedores. A Brigada Militar chegou a dispersar um grupo. Outro ficou, abrindo faixas e gritando palavras de ordem contra o time e a direção.
O Inter volta a campo no domingo (2), contra o Atlético-MG, no Beira-Rio, em uma partida tratada como decisiva para a reação no campeonato. A direção aposta na mobilização da torcida e em promoções de ingressos para tentar transformar o apoio das arquibancadas em combustível para o time, como ocorreu contra o Botafogo.

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