TJD-PR muda pena de vítima de injúria racial após receber punição maior que o acusado
PV, do Nacional-PR, acusou Diego, do Batel, de ser xingado de 'macaco'
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O Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) acatou o recurso do Nacional-PR e reduziu a pena da vítima de suposta injúria racial que tinha recebido uma pena maior que o acusado. O caso aconteceu no jogo contra o Batel, em 4 de outubro, pela terceira rodada da Taça FPF.
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No julgamento da noite de terça-feira (11), o zagueiro PV foi punido pelo soco com quatro jogos de suspensão e absolvido pelo cuspe. Anteriormente, o atleta do Nacional tinha sido suspenso por 10 partidas, sendo quatro pela agressão física e mais seis por ter cuspido no adversário.
Já o volante Diego, que chamou o adversário de 'macaco', agora pegou a pena máxima prevista pelo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): 10 jogos de suspensão e multa de R$ 15 mil. Na primeira sessão, quando alegou que chamou o zagueiro PV de 'malaco', ele foi suspenso por sete partidas e levou multa de R$ 2 mil.
Além dos atletas, o Batel levou a punição da perda de um mando de campo. No julgamento inicial, o clube tinha passado ileso.
As acusações do TJD-PR
PV, que anunciou a saída do Nacional há duas semanas, acabou denunciado pelo artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por 'praticar agressão física durante a partida' e pelo artigo 254-B por 'cuspir em outrem'. A pena poderia variar de quatro a 12 partidas e de seis a 12 partidas em cada acusação, respectivamente.
Já o volante Diego, dispensado do Batel após a acusação, foi denunciado no artigo 243-G do CBJD por 'praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência'. A punição poderia ser de até 10 jogos e multa de até R$ 100 mil.
Diego é investigado por injúria racial
Acusado de injúria racial, Diego se apresentou à Polícia Civil do Paraná (PCPR) e prestou depoimento na semana do acontecimento. O órgão de segurança também escutou o zagueiro PV e instaurou inquérito para investigar o caso em 6 de outubro.
- Meu posicionamento já foi dado perante a delegacia, e eu acho que vai ser esclarecido mais pra frente pela polícia, pela Justiça, enfim. Mas eu quero deixar claro que tudo foi causado por uma briga e após ser cuspido na cara pelo jogador do Nacional. Essa é a minha palavra - disse Diego, ao ge.
Já PV, que reagiu ao suposto insulto, com um soco no adversário, afirmou que não é a favor da violência e que "quem é da cor vai entender minha reação". O zagueiro de 27 anos pediu que casos como esse "sejam resolvidos e não julgados como vitimismo ou algo do tipo".
O caso ainda tramita na esfera criminal.
Entenda o caso da suposta injúria racial
O jogo entre Batel e Nacional foi marcado por uma agressão e uma denúncia de injúria racial. Aos 41 minutos do segundo tempo, o zagueiro PV, do Nacional, acertou um soco no volante Diego, do Batel, após afirmar ter sido alvo de ofensas raciais. O árbitro, ao ser informado, acionou o protocolo antirracismo, cruzando os punhos em "X".
Diego caiu no gramado com sangramento e precisou de atendimento médico. A ambulância entrou em campo para prestar socorro, e o jogo ficou paralisado por cerca de 17 minutos até a chegada de um novo veículo. PV foi expulso por agressão.
A confusão começou depois de uma falta de ataque. PV foi conversar com o árbitro, recebeu ofensas de Luís Hyago e, em seguida, de Diego, antes de reagir com o soco.
A partida terminou com vitória do Batel por 1 a 0, resultado que garantiu a classificação da equipe e eliminou o Nacional-PR da competição. A Taça FPF, que conta com a participação de 10 clubes — entre eles Athletico e Coritiba, que utilizam elencos alternativos —, vale uma vaga na Copa do Brasil de 2026.

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