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Fala, Professor! Barbieri pede foco no atleta, e não nos títulos, nas categorias de base

Treinador diz que base precisa olhar o indivíduo

Mauricio Barbieri comandando jogo do Juarez
imagem cameraBarbieri comanda o time na beira do campo (Foto: Divulgação)
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Márcio Iannacca
Rio de Janeiro (RJ)
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Marcio Dolzan
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 09/08/2025
11:10

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As categorias de base do futebol brasileiro deveriam voltar a se concentrar mais na formação dos atletas do que em conquistar campeonatos. Essa é a opinião do técnico Maurício Barbieri, que conversou com o Lance! no primeiro episódio do 'Fala, professor!'.

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➡️Entenda como o Bahia caminha para ser referência nas divisões de base

— Acho que o foco da base tem que estar sobre o indivíduo, não sobre o coletivo. É importante você formar ganhando, as duas coisas têm de andar juntas, mas o mais importante é você ter jogadores que individualmente você veja muita projeção. Talvez essa equipe não vá fazer todas as finais, não vá vencer todos os torneios, mas você sabe que vai haver quatro, cinco ou seis elementos que vão ter uma projeção muito grande — considera Barbieri.

O técnico lembra que, até poucas décadas atrás, era comum os jogos dos grandes clubes do País serem precedidos por partidas de jogadores Sub-23. Hoje, a categoria praticamente inexiste e os atletas têm sido negociados para o exterior antes mesmo de atingirem os 18 anos.

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— Esses anos de apuramento da formação são anos que a gente acabou perdendo. Perder esse tempo contribui para que a gente acabe perdendo muitos talentos — pondera Maurício Barbieri.

Barbieri ressalta que formação de atleta não é linear

Maurício Barbieri diz que os atletas atingem a maturidade física ou técnica em estágios diferentes, e que por isso a chegada aos elencos principais precisaria ser mais flexível, sem pressa.

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— A formação de um jogador está muito mais vinculada ao crescimento de uma planta, do que a uma ciência exata. Você sabe que uma hora a planta vai dar flor, mas você não sabe exatamente quando, a taxa de crescimento. Você sabe que ela dará flor mais ou menos em determinada época, mas pode atrasar uma semana, duas, três. Às vezes falta adubo, às vezes falta água. Jogador também. Tem jogador que matura mais rápido fisicamente, mas que muitas vezes não são os melhores tecnicamente.

Barbieri cita dois exemplos de jogadores com quem trabalhou e que demoraram um pouco mais para estourar.

— O Tchê Tchê sempre foi um jogador muito franzino, e teve muita dificuldade na base em se destacar, porque tinha muito menos força física que os outros. Mas, tecnicamente, ele sempre foi diferente. Já era ambidestro, batia com as duas pernas, tinha clareza para tomar decisões. Ele cresceu adaptado o jogo a isso — conta.

— O Paquetá, quando vira titular no Flamengo, se não me engano já tinha mais de 20 anos. Se fosse aquela pressa dos 18 anos, tinha ficado pra trás.

Maurício Barbieri Athletico
Maurício Barbieri pede foco na base (Foto: José Tramontin/Athletico)

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