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Gestão Esportiva na Prática: entre o bônus e o ônus do jogo

Do ônibus em Três Corações à rotina dos bastidores, viver do futebol segue sendo exceção em um país de milhões de sonhadores

Carille no banco de reservas do Nilton Santos (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)
imagem cameraCarille no banco de reservas do Vitória (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)
Autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, esse texto não reflete necessariamente a opinião do Lance!
Dia 27/08/2025
06:30

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O futebol continua atraindo multidões que sonham com seus bônus: fama, dinheiro, reconhecimento e o privilégio de entrar em campo diante de milhares. Mas o que sustenta essa ilusão é uma realidade dura e silenciosa: a profissão exige sacrifícios que poucos estão dispostos a encarar. Rotina exaustiva, renúncia à vida social, pressão diária por desempenho, convivência com derrotas, julgamentos, pré-julgamentos e a necessidade de seguir em frente a cada fracasso.

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Viver o futebol não é apenas estar nele. É suportar seus ônus, aceitar a instabilidade e, ainda assim, se entregar ao processo. Só que há um aspecto muitas vezes esquecido: fazer tudo certo não é garantia de sucesso. Existem milhares de jogadores e profissionais que se dedicam, se preparam, renunciam e vivem a profissão com seriedade mas que, mesmo assim, não conseguem “vencer”.

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O esporte carrega uma dose inevitável de aleatoriedade. Há quem esteja pronto e não tenha espaço. Há quem se doe por inteiro e não receba reconhecimento. Da mesma forma, há também quem, sem a mesma dedicação, encontre atalhos, seja favorecido por circunstâncias, redes de influência ou simples acaso e acabe alcançando posições de destaque. Essa é uma das maiores injustiças, mas também uma das verdades mais cruas do futebol.

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Flamengo e Vitória fizeram jogo histórico no Maracanã (Foto: Victor Ferreira / EC Vitória)
Flamengo e Vitória fizeram jogo histórico no Maracanã (Foto: Victor Ferreira / EC Vitória)

Os custos da jornada do jogo

Nesse sentido, quero citar uma reflexão recente do craque Djalminha. Para o ex-jogador, muitos querem os bônus, mas não têm ideia dos custos da jornada. Querem aparecer, mas não querem se entregar. Sua crítica ressalta que o futebol não se resume ao palco iluminado, mas ao caminho pedregoso que a maioria não está disposta a trilhar.

E aqui entra o meu toque pessoal: sou grato por viver e me sustentar deste esporte. Sei o quanto isso é raro, mesmo no “país do futebol”. É uma profissão que me cobra diariamente, mas segue me guiando e dando sentido à minha caminhada. Se pudesse falar hoje com aquele adolescente que saiu no início dos anos 80 de Três Corações num ônibus rumo a Belo Horizonte, cheio de sonhos, medos e incertezas, eu diria sem hesitar: “Você entrou no ônibus correto, a viagem não será fácil, mas será verdadeira.”

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PS.: Coluna em homenagem ao excelente profissional Fábio Carille, que experimentou na segunda-feira (25), o gosto amargo de uma dura derrota.

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Felipe Ximenes escreve sua coluna no Lance! todas as quartas-feiras. Confira outras postagens do colunista:

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