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Atleta com mais jogos pelo Vitória conta bastidores da final contra o Palmeiras

Flávio Tanajura estava no grupo durante o Brasileirão de 1993

Flávio Tanajura em entrevista exclusiva ao Lance! (Foto: reprodução)
imagem cameraFlávio Tanajura em entrevista exclusiva ao Lance! (Foto: reprodução)
Dia 03/08/2025
08:30

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Uma das melhores gerações do Vitória encarou um time épico do Palmeiras na final do Campeonato Brasileiro de 1993. O resultado não poderia ser diferente: uma decisão que ficou na memória das duas torcidas, com a quebra de um longo jejum do time paulista em confronto nunca antes vivido pelo Rubro-Negro baiano. E quem esteve presente não nega o momento especial, como é o caso de Flávio Tanajura, que ainda não era protagonista, mas começava a trilhar seu caminho pelo Leão da Barra.

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Em entrevista exclusiva ao Lance! antes da partida entre Vitória e Palmeiras, marcada para as 19h30 deste domingo (horário de Brasília), pela 18ª rodada do Brasileirão, o ex-zagueiro e ídolo da torcida rubro-negra - ele foi o atleta que mais vestiu a camisa do clube, com 323 jogos - relembrou aquele momento especial contra uma verdadeira seleção alviverde.

À época, o Palmeiras tinha recebido o patrocínio da empresa multinacional italiana Parmalat e montou um timaço para sair da fila de 20 anos sem títulos nacionais, com peças como Evair, Edmundo, Edilson, Roberto Carlos, Mazinho, César Sampaio, Zinho e companhia, só para citar alguns.

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— Infelizmente, pegamos o Palmeiras naquela época da Parmalat, que tinha uma verdadeira seleção. Jogadores como Evair, Edilson... Era um timaço. Mas mesmo assim, o Vitória fez uma campanha belíssima com um orçamento muito menor do que times como o Corinthians, que enfrentamos. Eu acredito que o segredo foi essa mescla de experiência com juventude. João Marcelo, por exemplo, era um líder, e os jovens como Dida, Vampeta, Alex Alves e Isidoro fizeram muita diferença — relembrou.

Time do Palmeiras campeão do Brasileirão em 1993 (Foto: divulgação / Palmeiras)
Time do Palmeiras campeão do Brasileirão em 1993 (Foto: divulgação / Palmeiras)

A evolução das categorias de base, inclusive, foi um dos fatores citados por Tanajura como primordiais para essa campanha histórica do Leão, que chegava à uma final de Campeonato Brasileiro pela primeira e única vez em sua história.

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— Eu acho que o principal [trunfo] foi a base, o investimento na divisão de base. Paulo Carneiro, que era o presidente na época, já era um visionário e tinha essa mentalidade de investir na base. Eu fui um dos atletas que vieram do Bahia, junto com Rodrigo Chagas, Cléber e outros mais jovens. Quando cheguei ao Vitória, em 1992, a gente foi campeão estadual. Em 1993, fomos para a Taça São Paulo com um time muito bom, com vários jogadores que chegaram ao profissional: Dida, Dedimar (que também veio do Bahia), eu, entre outros.

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As campanhas de Vitória e Palmeiras

Depois de jogos de ida e volta no Grupo B contra outros sete adversários (Santos, Guarani, Grêmio, Vasco, Sport, Fluminense e Atlético-MG), o Verdão se classificou em primeiro e passou com sobras para a segunda fase. Na reta final, Palmeiras e São Paulo deslancharam em um grupo que tinha ainda Guarani e Remo e decidiram quem seria o finalista em partida realizada no Morumbi, que terminou em 2 a 0 para o time alviverde, com gols de Edmundo e César Sampaio.

O outro finalista veio de um grupo mais equilibrado. A equipe baiana conseguiu se classificar na primeira posição em uma chave que tinha Corinthians, Santos e Flamengo. Antes disso, porém, o Vitória havia se classificado também em primeiro na fase inicial, em um grupo com Remo, Paysandu, Náutico, Ceará, Santa Cruz, Goiás e Fortaleza.

Na grande final, melhor para o Palmeiras, que venceu na Fonte Nova com gol de Edilson nos minutos finais e confirmou o título no Morumbi com uma vitória por 2 a 0, construída por Evair e Edmundo.

Gol de Edmundo contra o Vitória, pelo segundo jogo da final de 1993 (Foto: reprodução)
Gol de Edmundo para o Palmeiras contra o Vitória, pelo segundo jogo da final de 1993 (Foto: reprodução)

À época, Flávio Tanajura era só uma promessa do time e não tinha recebido chances do técnico Fito Neves. A oportunidade poderia ter vindo justamente nesta final, mas o treinador fez outra escolha.

— Mesmo treinando no profissional, na final em São Paulo, havia muitos zagueiros machucados. Algo parecido já tinha acontecido comigo no Bahia, quando joguei contra o Atlético-PR com 16 anos, porque os zagueiros experientes estavam machucados. No Vitória, o João Marcelo e o Evandro estavam machucados, e Agnaldo Luiz não estava disponível. Eu tinha chances de ir para o banco, mas acabei não sendo relacionado.

— Nunca tinha ficado no banco naquela campanha. O Fito Neves não me deu essa chance. Quem me deu oportunidade foi o Geninho, em 94. Eu treinava bem, mas tinha um detalhe: eu fazia faculdade de Educação Física e, com autorização do Paulo Carneiro, faltava aos treinos de sábado de manhã - meu único horário de aula. Talvez o treinador achasse que eu não era comprometido, o que é uma pena, pois eu me dedicava muito. Na final, o João Marcelo se machucou nos últimos minutos, e não havia zagueiro no banco. Juliano entrou improvisado. Eu estava no estádio, tinha jogado na preliminar com os juniores, mas infelizmente não pude ajudar — lamentou o ex-atleta.

Time do Vitória de 1993 (Foto: Acervo GazetaPress)
Time do Vitória que enfrentou o Palmeiras na final de 1993 (Foto: Acervo GazetaPress)

Quem leva a melhor neste domingo?

De volta para o presente, Vitória e Palmeiras se enfrentam em um contexto muito diferente daquele vivido em 1993, afinal é "só mais uma rodada do Campeonato Brasileiro". Mas, para o Leão de Fábio Carille, o jogo é muito importante e vale o distanciamento da zona do rebaixamento, enquanto o time de Abel Ferreira quer se manter ativo na briga pela liderança, mesmo com um clássico decisivo pela Copa do Brasil pela frente.

Para Flávio Tanajura, apesar do elenco inferior, o Vitória pode ter no Barradão o seu trunfo diante de um Palmeiras que deve vir com um time misto.

— Acredito que o Vitória está em boas mãos. Gosto muito do Carille. Conheci ele na época do Corinthians, ainda como auxiliar. O Wallace, zagueiro, falava muito bem dele. Não tenho amizade com o Carille, mas o admiro muito. A torcida pode fazer a diferença de novo. O ano passado foi assim. Quando o ônibus desce a ladeira e entra no Barradão, o santuário, o adversário sente. É uma energia muito forte. O Palmeiras é um grande time, bem treinado, mas o Vitória pode, sim, vencer e dar a volta por cima.

— Futebol é momento. Se o time engrenar, pegar confiança, tudo muda. Temos grandes jogadores: Lucas Arcanjo, Mateusinho... Acredito na força do nosso clube, da nossa torcida. Mesmo de longe, a gente torce e ora pelo crescimento do Vitória — completou.

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