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Real Madrid acumula expectativas e frustrações em 2025; veja retrospectiva do ano do clube

Equipe passou por brilho de Mbappé à conflitos entre Vini Jr e Xabi Alonso

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Rio de Janeiro (RJ)
Supervisionado porNathalia Gomes,
Dia 22/12/2025
10:00
Jogadores do Real Madrid lamentando derrota na Champions League (Foto: Thomas Coex/AFP)
imagem cameraJogadores do Real Madrid lamentando derrota na Champions League (Foto: Thomas Coex/AFP)

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Um dos grandes e conhecidos ditados do futebol brasileiro diz que 'chegar ao topo é fácil; difícil é continuar lá'. A frase se encaixa em diversos contextos, desde alcançar uma nota máxima em uma prova até o maior clube de futebol do mundo manter um trabalho de excelência ao longo do tempo.

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Em 2025, o Real Madrid sentiu na prática o peso dessa máxima. Após um período de glórias, o clube merengue experimentou um ano marcado por turbulências, tentativas de recuperação e quedas bruscas. Foi um ciclo de altos e baixos que expôs a dificuldade de permanecer no topo. A seguir, o Lance! detalha o retrospecto do Real Madrid ao longo de 2025.

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Se fosse possível definir o ano de 2025 do Real Madrid em uma única palavra "mudanças" seria a escolha mais adequada. Depois de encerrar a temporada 2023/24 em clima de glória, o clube realizou a contratação mais aguardada de sua história recente: Kylian Mbappé. O movimento foi, possivelmente, o que mais alterou a dinâmica da equipe.

O astro francês demonstrou seu talento individual ao longo do ano, mas a temporada acabou marcada por expectativas frustradas. Sob o comando de Carlo Ancelotti, o Real Madrid iniciou 2025 com o objetivo claro de se manter como o melhor time da Europa.

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Com um ataque formado por Vini Jr, então eleito o melhor jogador do mundo, Mbappé, principal expoente ofensivo de sua geração, Rodrygo, já consolidado no elenco, e Jude Bellingham, o talismã do meio-campo, o início do ano foi, ao mesmo tempo, animador e frustrante.

Mbappé apresentava uma boa temporada individual, enquanto seus companheiros ainda tentavam acompanhar o ritmo e encontrar entrosamento. Com a virada do ano, o Real Madrid chegou a engatar uma sequência positiva de resultados, mas o bom momento foi interrompido de maneira contundente na final da Supercopa da Espanha, em 12 de janeiro, quando a equipe foi goleada pelo rival Barcelona por 5 a 2.

A derrota funcionou como um prenúncio do que viria a seguir. O Real Madrid era um time carregado de expectativas, mas que encontrava dificuldades para alcançá-las. A segunda parte da temporada 2024/25 refletiu exatamente esse cenário. O ciclo de Ancelotti se aproximava do fim, e o desgaste entre clube e treinador já era perceptível, embora ambas as partes tentassem manter o foco no desempenho esportivo. Essa postura funcionou até certo ponto.

A equipe chegou às quartas de final da Champions League e chegou a liderar La Liga entre janeiro e fevereiro. No entanto, o ímpeto foi breve. O Real Madrid encerrou a temporada 2024/25 sem títulos de grande relevância, conquistando apenas a Supercopa da Uefa e o Mundial de Clubes, vencido contra o Pachuca.

Sob novo comando, Real Madrid começa 2025/26 com grandes expectativas

Com o início de uma nova temporada, Florentino Pérez entendeu que mudanças mais profundas eram necessárias. O clube encerrou o ciclo de Ancelotti, técnico mais vitorioso de sua história, e fechou acordo com Xabi Alonso, ex-jogador do Real Madrid e treinador em ascensão no futebol europeu, que vinha de um título histórico na Alemanha. Paralelamente, nomes importantes se despediram do elenco, como Luka Modric, Lucas Vázquez e Jesús Vallejo.

Após a contratação galática de Mbappé, a temporada 2025/26 foi marcada por uma política diferente no mercado. O Real Madrid apostou na chegada de jovens jogadores, com foco em preencher lacunas e necessidades do elenco.

Três defensores foram contratados, já que o clube havia sofrido com escassez de opções no setor, principalmente por conta das lesões: Carreras, Huijsen e Alexander-Arnold foram os escolhidos. Em outros setores, Mastantuono foi a grande e mais cara novidade, uma jovem promessa argentina que passou a disputar espaço no ataque e no meio-campo.

Franco Mastantuono em apresentação pelo Real Madrid (Foto: Divulgação/Real Madrid)
(Foto: Divulgação/Real Madrid)

Com tantas mudanças, chegou o momento de colocá-las em prática. O Super Mundial de Clubes serviu como o primeiro grande teste do novo projeto. Ainda em fase de adaptação, o Real Madrid não demonstrou grande química coletiva, mas, mesmo assim, apresentou um desempenho considerado decente. Um dos pontos que mais chamaram atenção foi a situação de Vini Jr, visto perdendo protagonismo e sendo substituído em algumas partidas. Por outro lado, Gonzalo García surgiu como uma grata surpresa, terminando o torneio como artilheiro da equipe e ofuscando o brilho de Endrick, que ainda buscava espaço após se recuperar de lesão.

A campanha terminou nas semifinais, com uma goleada sofrida diante do PSG. Ainda assim, o saldo inicial foi visto como positivo, e a sequência animadora se estendeu ao início da temporada europeia. O Real Madrid alcançou sete vitórias consecutivas somando jogos de La Liga e Champions League, o que elevou novamente as expectativas. No entanto, apesar dos triunfos, o ambiente interno estava longe de ser plenamente tranquilo. Xabi Alonso passou a preterir Vini Jr no ataque, algo que não foi bem recebido pelo jogador, considerando sua trajetória no clube e seu protagonismo.

A invencibilidade terminou rapidamente, justamente em um clássico. O Real Madrid, que parecia encaixado, teve uma atuação abaixo do esperado contra o Atlético de Madrid e foi derrotado por 5 a 2. Mesmo assim, a equipe conseguiu virar a chave e emendar outra sequência positiva, que também teve fim pouco tempo depois.

O embate entre Vini Jr e Xabi Alonso e a crise no clube

O ponto mais delicado do ano de 2025 do Real Madrid foi, sem dúvida, o conflito entre Vini Jr e Xabi Alonso. Eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, o atacante passou a ser substituído com frequência, mesmo quando apresentava bom desempenho. Paralelamente, Rodrygo declarou preferência por atuar pelo lado esquerdo, setor tradicionalmente ocupado por Vini Jr. Diante desse cenário, o ex-Santos passou a revezar com o camisa 7, o que gerou insatisfação. Na outra ponta, Brahim e Mastantuono foram testados pelo lado direito, sem grande sucesso.

Apesar de Rodrygo estar inserido nesse contexto, o jogador não teve responsabilidade direta pelo conflito. No El Clásico em que o Real Madrid venceu o Barcelona por 2 a 1, Vini Jr fazia uma grande partida, oferecendo perigo constante à defesa blaugrana. Ainda assim, Xabi Alonso optou por substituí-lo. A reação explosiva do camisa 7 ganhou repercussão mundial e escancarou uma crise interna no clube. Para piorar o cenário, após o apito final, o jogador ainda se envolveu em conflitos com adversários, ampliando o desgaste.

A explosão de Vini Jr dominou as manchetes ao redor do mundo. O descontentamento já era perceptível, e a tensão parecia apenas uma questão de tempo. O brilho crescente de Mbappé e a indefinição sobre a renovação contratual de Vini Jr também vieram à tona. Após o clássico, o Real Madrid ainda goleou o Valencia, em um jogo que deu a impressão de que os problemas haviam sido resolvidos. No entanto, a sequência positiva desmoronou logo depois.

O clube foi derrotado na Champions League por um Liverpool em crise e acumulou resultados negativos em La Liga. A equipe, que vinha invicta e com vantagem confortável, viu a distância na tabela diminuir rapidamente, até ser ultrapassada quando o Barcelona engatou uma sequência positiva e assumiu a liderança do campeonato.

Vini Jr conversa com Xabi Alonso durante jogo entre Liverpool e Real Madrid, pela Champions League
Vini Jr conversa com Xabi Alonso durante jogo entre Liverpool e Real Madrid, pela Champions League (Foto: Paul Ellis/AFP)

A sequência ruim colocou Xabi Alonso contra a parede. O treinador ainda contava com certa blindagem da diretoria, mas já enfrentava desconfiança de jogadores importantes, como Vini Jr, Camavinga, Valverde e Rodrygo. Mesmo assim, havia respaldo por conta do bom início de trabalho. Com os resultados negativos, esse cenário se inverteu. Endrick se tornou um símbolo do momento vivido pelo clube. Sob Ancelotti, o atacante tinha poucas oportunidades, mas costumava aproveitar bem quando entrava. Com Xabi Alonso, somou poucos minutos em campo e foi preterido por Gonzalo García, que não conseguiu repetir o brilho do Mundial.

A situação do treinador passou a ser considerada insustentável. Na reta final de 2025, a imprensa espanhola destacou algumas partidas como decisivas para o futuro de Xabi Alonso, especialmente um confronto contra o Manchester City pela Champions League. Caso não apresentasse uma resposta positiva, a demissão era vista como possibilidade. No entanto, tudo não passou de especulação, e o treinador foi mantido no cargo.

Com o tempo, a crise entre Vini Jr e Xabi Alonso começou a ser amenizada. O técnico reconheceu a importância do atacante para a equipe e passou a conceder mais liberdade ofensiva. A responsabilidade, então, passou para o camisa 7, que não conseguiu apresentar grandes atuações na reta final do ano. Ainda assim, o treinador ganhou fôlego e alívio momentâneo, embora seu futuro continuasse indefinido.

Nas últimas partidas de 2025, em dezembro, Xabi Alonso apresentou respostas, ainda que pontuais. O treinador devolveu protagonismo a Vini Jr e conseguiu encaixar Rodrygo no trio ofensivo, fazendo o atacante recuperar seu brilho. Além disso, percebeu que Arda Güler, apesar dos bons números, desaparecia em momentos decisivos, e o turco passou a frequentar mais o banco de reservas. Bellingham voltou a se destacar, assim como Camavinga e Tchouaméni. Na penúltima partida do ano, Endrick, próximo de uma saída para o Lyon, mostrou utilidade e teve boa atuação na Copa do Rei.

Ano conturbado do Real Madrid, mas há pontos de destaque

Mesmo em um ano marcado por mudanças, processos, expectativas e frustrações, alguns pontos positivos se sobressaíram. Mbappé foi a principal boa notícia. Em meio à oscilação do setor ofensivo, o francês se destacou. Na temporada anterior, conquistou a Chuteira de Ouro da Europa e, em 2025/26, entrou nas conversas pela Bola de Ouro. Seu desempenho foi tão expressivo que igualou um recorde histórico de Cristiano Ronaldo, ao terminar um ano de calendário com 59 gols pelo Real Madrid, marca estabelecida por CR7 em 2013.

Mbappé comemorando o gol marcado pelo Real Madrid (Foto: Ander Gillenea/AFP)
Mbappé comemorando o gol marcado pelo Real Madrid (Foto: Ander Gillenea/AFP)

O feito foi confirmado na vitória por 2 a 0 sobre o Sevilla, pelo Campeonato Espanhol, quando Mbappé marcou de pênalti e encerrou 2025 com 59 gols pelo clube. Assim, o francês passou a dividir com Cristiano Ronaldo o posto de maior goleador do Real Madrid em um único ano.

No balanço por setores, a defesa aparece como um ponto positivo relativo. O Real Madrid sempre teve tradição defensiva, mas sofria com lesões e falta de opções. Em 2025/26, Carreras e Huijsen ajudaram a suprir essa carência. Ainda assim, as lesões seguiram sendo um problema, afetando nomes como Alexander-Arnold, Alaba, Carvajal e Éder Militão.

O meio-campo permaneceu como uma incógnita. Tchouaméni, Camavinga, Valverde, Arda Güler e Bellingham alternaram boas e más fases. A grande quantidade de opções minimizou o impacto das oscilações, mas o setor não encontrou estabilidade plena.

No ataque, Mbappé consolidou-se como a principal referência. Seus coadjuvantes ainda buscavam química. Vini Jr garantiu seu espaço, mas não apresentou atuações convincentes nas últimas partidas do ano. Rodrygo superou uma fase difícil, chegando a ficar 32 jogos sem marcar, mas recuperou o brilho. Gonzalo García seguiu sendo utilizado, embora sem repetir o impacto inicial. Endrick teve bons momentos na Copa do Rei, mas não convenceu Xabi Alonso e deve ser emprestado ao Lyon.

No gol, o Real Madrid manteve estabilidade. Courtois seguiu como ídolo e peça decisiva, enquanto Lunin correspondeu bem sempre que foi acionado.

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