Endrick terá 'missão impossível' na volta ao Real Madrid; entenda
Nenhum atacante emprestado retornou em boa forma ao clube

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O empréstimo de Endrick ao Lyon, da França, confirmado nesta semana, é visto na Espanha como uma aposta de alto risco para o atacante brasileiro. Segundo o "Marca", o histórico recente do Real Madrid indica que nenhum centroavante que saiu por empréstimo conseguiu retornar com espaço real no time principal, o que transforma o plano do jovem de 19 anos em uma tarefa descrita como "missão impossível".
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Emprestado até 30 de junho, sem opção de compra, Endrick deixou o clube com um objetivo claro: ganhar minutos, se firmar na Europa, disputar a Copa do Mundo e voltar ao Real Madrid em condições de brigar por protagonismo. Desde sua chegada ao clube espanhol, porém, o atacante teve poucas oportunidades, primeiro sob Carlo Ancelotti e, mais recentemente, com Xabi Alonso, em um elenco ofensivamente dependente de Kylian Mbappé.
Empréstimos não costumam ser boa opção no Real Madrid
A decisão de Endrick rompe um padrão pouco animador para atacantes do Real Madrid. Nos últimos anos, todos os centroavantes emprestados pelo clube, especialmente os formados na base, saíram com o discurso de retorno fortalecido e acabaram seguindo caminhos definitivos fora do Santiago Bernabéu.

Álvaro Rodríguez, Latasa e Borja Mayoral são exemplos recentes. Nenhum deles voltou com chances reais de disputar posição ou formar dupla de ataque com nomes consolidados. Em todos os casos, o empréstimo funcionou como etapa intermediária para uma saída definitiva, não como ponte de retorno.
O caso de Endrick também chama atenção por não haver precedentes recentes de um atacante deixar o Real Madrid por empréstimo rumo a uma das cinco grandes ligas e, depois, reassumir papel relevante no clube. O cenário reforça a leitura de que o brasileiro precisará apresentar rendimento imediato e acima da média na França para sequer entrar novamente no debate interno.
O histórico mais simbólico dessa dificuldade atende pelo nome de Luka Jovic. Contratado em 2019 após uma temporada artilheira no Eintracht Frankfurt, o sérvio chegou ao Real Madrid por 63 milhões de euros para suprir a saída de Cristiano Ronaldo. Em uma temporada e meia, marcou apenas dois gols.
Sem espaço, Jovic foi emprestado de volta ao Eintracht, em uma passagem considerada frustrante. Retornou ao Real Madrid sem recuperação esportiva e acabou vendido à Fiorentina, encerrando de forma discreta uma das apostas mais caras do clube na posição.
Outro exemplo emblemático é Mariano Díaz. Vendido ao Lyon em definitivo, com cláusula de recompra, o atacante retornou ao Real Madrid no verão de 2018 com status de artilheiro, após marcar 21 gols na França. A expectativa, porém, jamais se confirmou. Em cinco temporadas, Mariano disputou apenas 70 partidas e marcou sete gols, tornando-se um dos casos mais criticados de reintegração malsucedida.

A longa lista de atacantes que saíram para tentar voltar inclui ainda Raúl de Tomás, Soldado e Portillo. O primeiro deixou o clube com a expectativa de retorno e acabou seguindo carreira longe do Bernabéu. Soldado viveu uma grande temporada no Osasuna, com 13 gols e convocação para a seleção espanhola, mas ao voltar ao Real Madrid foi rapidamente negociado com o Getafe.
Portillo, tratado como promessa da base, não conseguiu competir em um elenco dominado por estrelas ofensivas e passou por empréstimos antes de sair em definitivo. Casos semelhantes se repetem com nomes como Aganzo, Congo e Canabal, todos sem impacto relevante após o retorno.
Entre jogadores consagrados, nem mesmo trajetórias mais sólidas garantiram espaço. Morientes, duas vezes campeão da Champions League pelo clube, foi emprestado ao Monaco após a chegada de Ronaldo. Apesar de retornar, seu papel foi tão secundário que culminou em transferência para o Liverpool. Baptista seguiu roteiro parecido após passagem por empréstimo pelo Arsenal.
Talvez o caso mais simbólico de erro de avaliação seja o de Eto'o. Sem oportunidades no Real Madrid, acumulou empréstimos até ser vendido ao Mallorca e, depois, transferido ao Barcelona, onde construiu uma carreira histórica – um desfecho considerado especialmente prejudicial para o clube merengue.
As raríssimas exceções podem servir de espelho a Endrick
Na história mais distante do clube, há exceções pontuais. Sebastián Losada saiu por empréstimo ao Espanyol nos anos 1980, retornou após boa temporada e permaneceu no elenco por três anos, sempre como terceira opção ofensiva. Ainda assim, jamais foi protagonista.
O caso mais emblemático de sucesso segue sendo o de Grosso. Emprestado ao Atlético de Madrid no início da década de 1960, o atacante teve papel decisivo para evitar o rebaixamento do rival e voltou imediatamente ao Real Madrid. A partir daí, construiu uma trajetória histórica, tornando-se o camisa 9 da era "Yé-yé" e acumulando títulos nacionais e europeus. Trata-se, porém, de uma exceção isolada em um contexto completamente distinto do futebol atual.
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