ANÁLISE: Marquinhos coroa trajetória no PSG com título da Champions
Capitão do PSG mostra o valor da persistência e aponta caminho para a Seleção

- Matéria
- Mais Notícias
Por Felipe Barbalho
Especial para o Lance!
Relacionadas
O craque passa, o clube fica. No PSG, Marquinhos é exemplo de fidelidade que traz felicidade. Foram 12 anos vendo astros da bola entrando e saindo sem cumprirem a missão Champions League. Até que, na primeira montagem de elenco que não chamou a atenção, foi o líder que o time precisava para conduzir ao sonho estrelado.
— Eu sou apaixonado por esse clube e tudo que fizemos nessa competição foi de se orgulhar. Um começo difícil, em que tivemos que mostrar caráter e humildade e conseguimos - disse Marquinhos em entrevista depois da final.
Recordista de jogos pelo PSG e maior campeão da história do clube, Marquinhos disputou 107 dos 168 jogos que demoraram para conquistar o título europeu. É a maior sequência da história do torneio de um campeão inédito.
Durabilidade que se refletiu na campanha do título. Marquinhos jogou 17 das 18 partidas e liderou estatística importante para o sistema defensivo. Afastou o perigo antes de finalização ao gol de Donnarumma 78 vezes. Foi o segundo em bolas recuperadas, atrás apenas do seu companheiro de zaga, o equatoriano Pacho: 109 a 124.
Mas seu valor para o time esteve longe de se limitar aos números frios. Marquinhos sabe conduzir o grupo coeso e concentrado em campo, seja com atitudes, exemplos ou palavras.
Na final da Champions, isso ficou evidente em três lances. Quando o PSG já ganhava por 2 a 0, foi humilde o suficiente para pedir desculpa a Hakimi por errar um lançamento em vez de tocar para o lateral ao lado. No lance seguinte, apareceu no setor oposto do campo para cobrir um companheiro. Pouco depois, deu bronca em Donnarumma por se precipitar numa reposição de bola.
Habilidoso com o turbilhão de emoções de um jogo, só não se conteve nos minutos finais da decisão.
— Merecemos estar aqui e este resultado. No meio da partida comecei a chorar, porque a gente pensa em tudo que sofremos, falhei em alguns momentos também, fui crucificado, sabemos como é o futebol - disse Marquinhos em entrevista depois da partida.
Este mesmo futebol pode dar mais uma chance para Marquinhos se redimir. Responsável pelo erro na cobrança de pênalti que eliminou a Seleção Brasileira na disputa decisiva das quartas de final da Copa do Mundo de 2022, contra a Croácia, o zagueiro se reapresenta na segunda-feira para a nova fase, sob o comando de Carlo Ancelotti. A consagração no PSG pode servir de inspiração na Seleção.

Conquista inédita do PSG na Champions coloca Marquinhos em lista seleta
O PSG conquistou o seu primeiro título da Champions League. Com a conquista inédita sobre a Inter de Milão, o capitão Marquinhos entrou em uma lista seleta de brasileiros: tornou-se o segundo brasileiro a levantar a taça da competição. O zagueiro estava no elenco vice-campeão europeu de 2019/20 e celebrou a volta por cima.
Até então, o único brasileiro que havia conquistado o troféu da Champions League como capitão era o ex-lateral Marcelo, campeão pelo Real Madrid em 2021/22. Embora não tenha entrado em campo na final contra o Liverpool, o ex-Fluminense era considerado o dono da braçadeira.
Diferentemente de Marcelo, Marquinhos disputou 16 dos 17 jogos do PSG na competição, sendo titular em todos, e foi substituído apenas uma vez, no fim do confronto contra o Liverpool, nas oitavas. O único duelo que perdeu foi contra o Aston Villa, nas quartas de final, por cumprir suspensão por acúmulo de cartões amarelos.
Além disso, o experiente zagueiro entrou em outra lista seleta de jogadores do Brasil. O zagueiro se juntou a Ronaldinho Gaúcho, Rafinha, David Luiz, Marcelo, Cafu, Dida, Roque Jr, Neymar e Danilo como os únicos brasileiros a vencerem Champions League e Libertadores na carreira.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias