ANÁLISE: Em retorno, Kanté volta a se provar como alicerce da França em estreia na Eurocopa
Voltando à lista de Didier Deschamps após quase dois anos, volante brilhou e foi eleito melhor em campo no triunfo sobre a Áustria
A estreia da França na Eurocopa não encantou os olhos dos torcedores, mas os três pontos foram colocados pela equipe de Didier Deschamps na conta. Contando com um gol contra de Wöber, a equipe venceu por um simples 1 a 0, em noite apagada - e até sangue derramado - de estrelas como Mbappé e Griezmann.
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Apesar de uma partida abaixo do esperado, há pontos positivos para se tirar do jogo feito em Düsseldorf. O principal deles, inclusive, tem nome e sobrenome: N'Golo Kanté.
O volante estava sem atuar pela seleção desde o dia 3 de junho de 2022. Perdendo a Copa do Mundo do mesmo ano por uma lesão grave na coxa, não voltou a ser convocado pelo técnico Didier Deschamps em nenhum momento, até a chamada final para a Euro.
Tendo disputado os amistosos preparatórios contra Luxemburgo e Canadá, somou mais de 150 minutos ao todo, e conseguiu se reambientar aos Bleus. Porém, o ponto alto do retorno à equipe nacional foi atingido nesta estreia no continental.
Do começo ao fim do embate com os austríacos, Kanté deu um show de atuação. Seja construindo com a bola nos pés, cobrindo seus companheiros na marcação ou fazendo desarmes e interceptações, o camisa 13 mostrou que segue sendo o mesmo craque que concorreu ao prêmio de melhor do mundo três anos atrás. Inclusive, levou para sua casa o troféu de craque do jogo.
Veja alguns números de Kanté no jogo:
⚽ 73 toques na bola
👟 46/53 passes acertados
✅ 87% de acerto no passe
🛑 2 interceptações
🛡️ 50% de duelos terrestres vencidos
⚔️ 1/1 desarme como último homem
A partida desta segunda-feira (17) mostrou que N'Golo ainda é o mesmo volante que brilhou nos campos do futebol europeu. Ainda que tenha feito movimento rumo ao Al-Ittihad, da Arábia Saudita, e lidado com algumas lesões no período, não perdeu sua classe, sua maneira, e acima de tudo, sua raça no gramado. Onipresente.
Ser um alicerce de um time é mais do que uma função em campo, é uma característica. Algumas equipes e esquemas táticos independem de ter um atleta com esse tipo de jogo em seu elenco. Outras são influenciadas diretamente quando há um em seu time.
Para a sorte da Eurocopa, a França tem Kanté. É o tipo de jogador que deixa não só sua seleção, mas a competição inteira mais encantadora. É o tipo de jogador que dá prazer de assistir jogar, que arranca sorrisos de seus admiradores a cada desarme, e que faz eles parecerem simples como tecer elogios ao próprio. Desfrutemos o retorno do craque à seleção. Ou melhor, sua passarela.