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Aline Pellegrino vê retorno da Copa do Brasil Feminina como alicerce para crescimento

Competição voltou depois de nove anos de hiato

Aline Pellegrino, coordenadora de competições femininas da CBF
imagem cameraAline Pellegrino, coordenadora de competições femininas da CBF (Foto: Adriano Fontes/CBF)
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Sharon Nigri Prais
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 20/08/2025
07:15

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Dos campos aos bastidores, Aline Pellegrino contribuiu e segue contribuindo para o crescimento do futebol feminino brasileiro. Ex-capitã da Seleção Feminina, pendurou as chuteiras em 2013 e, sete anos depois, assumiu na CBF o cargo de coordenadora de competições femininas.

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Em entrevista exclusiva ao Lance!, a gestora falou sobre seu propósito atuando nos bastidores e de como a Copa do Brasil Feminina tem grande importância para alcançar esse objetivo. A competição foi disputada pela última vez em 2016 e retornou nesta temporada.

Pellegrino quer que meninas tenham oportunidades que não teve no futebol

— Eu acho que tem relação com essa palavra que é oportunidade. Hoje a minha função na gestão é oportunizar para que meninas que sonham em jogar futebol, consigam olhar para frente e ver que é possível. Que mães e pais, quem tiver ali do lado dessa jogadora, dessa menina, permitam que ela sonhe, porque olham e veem que existe um caminho — iniciou Aline Pellegrino.

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A ex-zagueira e capitã da Seleção Brasileira contou que, quando era mais nova, não tinha o sonho de ser jogadora. Apesar de amar futebol, essa ambição não fazia parte do seu imaginário: enfrentava dificuldades para jogar e não tinha referências que lhe permitissem sonhar.

A carreira de Pellegrino durou de 1997 a 2013. Em 2007, ano em que foi vice-campeã da Copa do Mundo, ficou perto de largar o futebol para se tornar professora, pois tinha passado em um concurso. No entanto, resistiu aos obstáculos que lhe foram impostos e seguiu em campo.

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Desde que se aposentou dos gramados, a modalidade passou por transformações no Brasil, principalmente por conta da imposição da CBF e da Conmebol, que obrigou os clubes a terem um time feminino. A partir de 2019, competições de base foram criadas, primeiro como sub-16 e sub-18, e agora como sub-17 e sub-20.

— Eu nunca joguei um campeonato de base. Sub-15, sub-17, sub-20. Então, já cheguei com 15 anos jogando uma competição adulta. Ainda acontece. Muitas atletas com 17 anos já jogam sub-20, jogam adulto, mas não porque não tem o campeonato sub-17 e sub-20 — contou.

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Aline Pellegrino
Aline Pellegrino comemora com a camisa da Seleção Brasileira (Foto: Reprodução/Instagram)

Copa do Brasil Feminina retorna depois de nove anos

Duda Sampaio comemora belo gol marcado diante do Bahia, pela Copa do Brasil. (Rebeca Reis/ Staff Images Woman)
Duda Sampaio comemora belo gol marcado diante do Bahia. (Rebeca Reis/ Staff Images Woman)

— Acho que o saldo é muito positivo, até porque a gente tinha um desafio inicial em retomar a competição. Quando essa competição acontece pela primeira vez, em 2007, é logo depois da Copa do Mundo, que a gente volta daquele vice-campeonato. E as pessoas não entendiam como a seleção que foi vice-campeã não tinha uma competição nacional naquele momento — contou Pellegrino.

A primeira edição da Copa do Brasil foi criada no embalo do ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro e do vice no Mundial. Apesar dos grandes resultados, o futebol feminino nacional ainda era incipiente e sem uma estrutura consolidada de competições.

— E aí, quando a gente olha para essa competição retornando em 2025, é um contexto que a gente tem três divisões das competições nacionais femininas. Então, você tem a A1 com 16 clubes, que no ano que vem vai para 18. Você tem a A2 com 16 clubes, que em 2027 vai para 18 clubes também. E você tem uma A3 com 32 clubes — complementou a coordenadora da CBF.

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Atualmente, o Campeonato Brasileiro conta com três divisões e todas foram representadas na Copa do Brasil. Depois de três fases disputadas em jogo único, o torneio se encontra nas oitavas de final e conta com 12 times da A1, dois da A2 e dois da A3.

Especialmente para estes da terceira divisão, o Realidade Jovem e o Atlético Piauiense, que sagrou-se campeão da A3, a competição é fundamental. Isso porque, além da premiação que arrecadaram (R$ 140 mil até agora), ganham um calendário mais robusto para a temporada.

— Uma das coisas também importantes da Copa do Brasil, para além de trazer todas essas equipes, tanto da primeira, segunda e terceira divisão, é o aumento calendário, por mais que sejam poucas datas ainda. É jogo único, que também equilibra tecnicamente. Então, uma coisa é eu pegar o Corinthians em ida e de volta, outra coisa é eu enfrentar o Corinthians em casa e fazer o jogo da minha vida, e o Corinthians vai ter que dar o máximo.

Apesar dos avanços, Aline Pellegrino afirma que ainda há margem para crescimento em todos os aspectos. Para ela, nesse primeiro momento, o importante era construir uma base para que a Copa do Brasil pudesse evoluir nos próximos anos.

— Se a gente sai com o sarrafo lá em cima, depois a margem é pequena de crescimento. E não é que não pode sair, é claro que pode sair, mas a gente precisa já ter base e alicerce para isso. 

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