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Lauter no Lance!: Pra não dizer que não falei de guerras…

Comitê Paralímpico Internacional, sob comando de brasileiro, decide acabar com as sanções impostas pelo COI à Rússia e Bielorrússia, que já poderão participar de Milano-Cortina 2026

Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno acontecerão em fevereiro próximo (Foto: Manan Vatsyayana / AFP)
imagem cameraJogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno acontecerão em fevereiro próximo (Foto: Manan Vatsyayana / AFP)
Autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, esse texto não reflete necessariamente a opinião do Lance!
Dia 03/10/2025
16:35

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Num fim de semana frenético para o Comitê Paralímpico Internacional. Com a reeleição do brasileiro Andrew Parsons para seu terceiro, e último, mandato, durante a Assembleia Geral do CPI, em Seul. E de lá mesmo veio a polêmica decisão, que gerou forte reação negativa de várias Federações Esportivas Internacionais, de possível retorno de Rússia e Bielorrússia às competições paralímpicas internacionais, das quais estão impedidas desde 2023 (por conta da guerra com a Ucrânia).

Mais de 3 anos depois que a Rússia (com pronto endosso da Bielorrússia) lançou seu ataque à vizinha Ucrânia, enfim viram suas respectivas sanções parciais suspensas, pelo CPI, neste fim de semana.

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Mas esta sanção não anula as proibições das Federações Internacionais, e os dois países só serão aceitos nas competições oficiais se estes órgãos também suspenderem as restrições. E tudo isso acontecendo meses antes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno, que acontecem em fevereiro, em Cortina d'ampezzo/ Milano 2026. As Federações Internacionais prometem endurecer o jogo, e só deixar que russos e Bielorrussos participem, como nos Jogos de Paris, sob a bandeira de Atletas Individuais Neutros, sem direito a expor suas origens belicosas!

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Enquanto isto, no QG do Comitê Olímpico Internacional, sua presidente, a multi-medalhista na natação, Kirsty Coventry, se reúne com o seu “board”, em Lausanne, tentando uma saída para este, já que falamos de Milano e Cortina, imbróglio, de difícil digestão, criado por seu antecessor, diga-se de passagem, de forma corretíssima. Thomas Bach, vetando a participação de Rússia e Bielorrússia, de forma definitiva nos Jogos de Paris.

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Thomas Bach e Kirsty Coventry na cerimônia do COI em Lausanne, na Suíça (foto: Fabrice COFFRINI / AFP)
Presidente do COI, Kirsty Coventry, tenta saída para o imbróglio (Foto: Fabrice Coffrini / AFP)

E drones continuam a rasgar os céus, não só de Kiev, mas de forma ameaçadora, várias capitais europeias, participantes da OTAN, e mísseis são despejados sem piedade no que resta da Ucrânia, a temperatura desta discussão aumenta velozmente. Países invasores não são bem-vindos aos Jogos Olímpicos, que tem por missão justamente o oposto!

Mas, alguns especialistas em Relações Internacionais Esportivas, lembram que Parsons e seus pares têm conhecimento de que é necessário o “sim” das Federações Esportivas Internacionais, de cada segmento desportivo envolvido neste evento global. E, a maioria esmagadora deles, não está disposta a ceder, pois sabem que, se Rússia e Bielorrússia são aceitas, muitos países participantes se recusarão a competir!

Mas, o que mais nos intriga neste momento, é a posição de Andrew Parsons, que durante suas gestões, sempre priorizou as questões democráticas e inclusivas, defendendo direito dos atletas, princípios esportivos dignos e legitimidade moral, e num momento de agravamento na estúpida guerra da Ucrânia, até com desdobramentos sérios para toda a Europa, escancara as portas dos Jogos Paralímpicos de Inverno (a princípio) aos “senhores das guerras”.

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Presidente do COI sobrecarregada

Voltando a Lausanne, a sobrecarregada Coventry, ainda no QG do Comitê Olímpico Internacional, recebe o Comitê Olímpico Palestino, liderado pelo seu presidente, Jibril Rajoub, para discutirem os efeitos da Guerra (ou massacre) em Gaza tem causado ao esporte, e definirem medidas para apoio aos atletas. Enquanto o encontro ocorria na pacífica Lausanne, em Gaza, a carnificina engendrada por Netanyahu continuava contabilizando mais, e mais, vítimas indefesas e fatais. No momento em que se ventila a exclusão de Israel da “família olímpica”, por fomentar uma guerra genocida.

Talvez fosse mais importante esta decisão do que pensar nos treinos e resultados dos atletas palestinos. A causa palestina já não é mais por um território onde viver, e sim, por não ser extinta! Lembremos dos Jogos de Munique, em 1972, quando um grupo terrorista palestino, o Setembro Negro, sequestrou e fuzilou 11 atletas e dirigentes esportivos israelenses, a partir de uma invasão à vila olímpica e culminado com uma tentativa de resposta da polícia alemã desastrosa.

As imagens chocaram o mundo, que abraçou e se solidarizou com o povo israelense. O Comitê Olímpico Internacional prometeu agir, sempre, com equilíbrio e rigor contra o terrorismo étnico. Ao lado das vítimas e com os rigores da lei aos algozes. Não pensemos nos atletas palestinos, se estão treinando direitinho, ou se as condições de treinos são boas. É hora de ajudarem a sobrevivência de um povo que clama por viver!

É, deixemos Lausanne trabalhar, espero que sejam sábios em suas escolhas e decisões. De volta ao velho sofá, ligo a TV, e lembro que estamos prestes a uma nova Guerra do Paraguai!! Quem será escolhido, no dia 10 agora, a sediar os Jogos Pan Americanos de 2031? Brasil ou Paraguai? Rio/Niterói ou Assunção?

O que foi tratado desde o começo pelos “experts” como favas contadas, ou barbada em cavalo paraguaio, foi, aos poucos se transformando em disputa dramática. Eles souberam fazer o dever de casa, construíram um projeto consistente, entregando uma gestão que fluiu desde os dirigentes desportivos à presidência da república. E já testado durante a realização dos Jogos Pan Americanos Juniors, este ano, onde toda a teoria do projeto foi, muito bem, posta em prática! Fora o fato de convocarem o Presidente da República a vestir a camisa, e endossar e garantir todo o processo de construção e execução do evento. Sem arroubos megalomaníacos.

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Mas, acredito que tenhamos virado o jogo, na atual visita de membros votantes da ODEPA (União Esportiva Panamericana), com uma consistente apresentação e muito bem executada visita guiada aos principais locais onde acontecerão os Jogos. A visita de tão ilustre delegação termina hoje. Só espero que as caipirinhas e coquetéis servidos aos julgadores, sejam da velha e boa cachaça brasileira, e não de álcoois que pássaros não bebem. Um brinde à candidatura siamesa de Rio/Niterói. Um brinde à paz

Lauter Nogueira

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