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Lauter no Lance!: Nem só de Haaland e Jogos de Inverno vive a Noruega!

Noruegueses colecionam grandes momentos no esporte

Cerimônia de Abertura - Jogos Olímpicos de Inverno
imagem cameraNoruega é dominante nos Jogos Olímpicos de Inverno (Foto: Jewel Samad / AFP)
Autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, esse texto não reflete necessariamente a opinião do Lance!
Dia 21/12/2025
16:43
Atualizado há 5 minutos

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Teclava eu, furiosamente, ontem, em busca de um bom título para a minha coluna de hoje, que versa sobre a revolução que vem do norte (Atlântico Norte, Polo Norte…), mais precisamente da Terra dos Bacalhaus. Além de lembrar, por tabela, do Natal que neste momento nos atropela, e nos faz reféns, tentei desafiar meus neurônios a lembrarem dos grandes momentos esportivos da Noruega, nos últimos anos.

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Foi uma catarse! Veio tanta imagem, flashes e números à minha mente, que ainda se recuperava da bucólica imagem do meu próximo (em todos os sentidos) Natal.


Imediatamente tentei botar ordem na minha mente, que de tão sobrecarregada, me parecia os arredores dos Shoppings aqui de minha Lapônia querida, uma multidão de renas enfurecidas, Elfos em desespero a chorar e gritar pelos corredores lotados, mas refrigerados, porque, exceto os concluintes do Ironman, no Natal, ninguém é de ferro! Tirando o Marcelo e a Fernanda, claro!

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Acalmada a mente, volto a pensar sobre os esportes que a Noruega gostou de chamar de "seus":

Noruega domina Jogos de Inverno

Comecemos pelo domínio total, nas últimas 3 edições seguidas, norueguês nos Jogos Olímpicos de Inverno. Sim, de uma forma mais absoluta do que faz os USA nos Jogos de Verão, é o domínio norueguês nos Jogos de Inverno. Especialmente, colecionando ouros e mais ouros, em todas as variedades de provas de Cross Country, Biathlon e Combinado Nórdico. Sim, o domínio é avassalador: das últimas 6 edições dos Jogos, a Noruega venceu 4 delas!! Peço apenas que guardem um detalhe: as provas em que a Noruega domina, são aquelas que mais exigem fisicamente de seus praticantes. Eles gostam de levar seus corpos ao extremo, e abraçarem a dor e o desconforto por longos períodos. Mas, de forma científica, usando largos conhecimentos de fisiologia do exercício e treinamento desportivo de alto (altíssimo) desempenho.

E usando estes conhecimentos, saem, cheios de medalhas olímpicas, do frio dos Jogos de Inverno, para o calorzinho dos Jogos de Verão. Comecemos por esportes coletivos:

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Handebol feminino: A Noruega é apenas penta campeã mundial, de forma contínua! No masculino segue lutando para acompanhar as moças, mas patinam sempre no Top 5 mundial.


E, pra não dizer que não falei de futebol, alguém aí acompanhou a jornada da seleção norueguesa masculina rumo à Copa do Mundo do ano que vem? Uma nova geração de vikingzinhos bons de bola, discípulos de Haaland, fez uma apresentação fantástica nas eliminatórias europeias, rumo à Copa de 2026. Venceu, um a um, seus oponentes, inclusive com direito a goleada de 4x1 na Itália, já garantindo precocemente sua vaga na Copa! Ah, e a equipe feminina também segue firme os passos da masculina. No Mundial venceu inapelavelmente a nossa equipe, num 2x1 seco, mas convincente! E vai firme em mais um Mundial. Esses vikings!

Haaland comemorando o gol marcado contra Israel (Foto: Fredrik Varfjell/AFP)
Haaland é o grande nome da seleção de futebol da Noruega (Foto: Fredrik Varfjell/AFP)

Nos esportes individuais, onde se exige ao máximo seus corpos e mentes, os noruegueses, vão muito bem, obrigado:

- Seja no Ciclismo, com uma legião de grandes atletas entre os melhores do mundo, no Ranking da UCI, seja nas provas de estrada e no Mountain Bike, ou em algumas modalidades de pista, nas provas mais velozes, em velódromos, eles disputam sempre com os melhores do mundo! Ou no atletismo, onde costumam ser donos cativos de dois ou três ouros nas pistas. Aos poucos começam também a brigar em algumas provas de campo, ou de asfalto (nas maratonas e marchas). Em pouco tempo, estarão no Top 10 (seu objetivo já para Los Angeles 2028), já que atualmente flutuam no top 20 de Paris 2024.

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Mas, talvez o esporte onde eles melhor investiram, em conhecimento, ciência e tecnologia, foi no Triathlon, onde em algumas provas do Circuito Mundial, nos últimos anos, simplesmente ocuparam todo o pódio, masculino e feminino. Falei, até demais, quando dediquei uma coluna inteira à performance de Blumenfelt, Iden e companhia, e suas parceiras de time, além de domínio completo na prova Olímpica, resolveram fazer um upgrade, e assumiram alguns pódios completos em Mundiais de Ironman, pulverizando adversários e recordes, lá iam eles, lá na frente, a despeito de temperaturas extremas, principalmente para nórdicos, fazendo-nos crer que fechar um Ironman, uma prova que envolve distâncias extremas (3,8km nadando, 180km pedalando e 42,2km correndo) em ritmo, outrora, impensável, é coisa normal! Assim, como ganhar Fla x Flu (não resisti, foi mais forte do que a minha razão).

Na verdade, o que os torna seres imbatíveis, é a qualidade do trabalho de fisiologistas e treinadores, desenvolvendo métodos de treinamento revolucionários, e um sistema de detecção e desenvolvimento de talentos irrepreensível!

O novo método de priorização do médio esforço, em detrimento do destrutível esforço máximo, com controle absoluto dos limiares, principalmente o limiar anaeróbico, levou o grau máximo de treinabilidade lá pra cima! Para eles, não há quilometragem de lixo, como dizíamos antigamente, quando nossas semanas de treino viviam repletas de atividades dispensáveis!

Até em atletas de provas curtas, como os 400 metros rasos e com barreiras, esta máxima é válida: lugar de lixo, é no lixo! É assim que eles brincam quando explicam a essência de sua metodologia vencedora de treinamento.

Portanto, dos 400 metros com barreiras e rasos, passando pelo meio fundo, mergulhando fundo nas provas de fundo, incansável no decatlo, no Triathlon e no Ironman, amém. Passando ao futebol deles e delas, dando uma passadinha no handebol, viajando no ciclismo e suas voltas, nas voltas que o mundo dá, camará, até quando o inverno chegar, pois lá é que eles já são mestres de corda vermelha e medalhas douradas, a Noruega vence, e convence. Com, e contra, o relógio, contando com a ciência e o poder de mobilizar, eles saem do frio para tomar o mundo. A dor já não os assusta, faz parte de seus uniformes. Firmes feito as florestas de madeira da Noruega.

Uma verdadeira "Norwegian Wood"

Essa coluna é uma homenagem a destemidos jovens que mudaram o jeito do mundo entender como funciona essa maquina maravilhosa que é o corpo humano em movimento de média e longa duração:

Viva as florestas de madeiras resistentes da Noruega, viva Ingebrigtsen, Warhol e a suave Jaeger. Que sigam nos horrorizando os gigantes Blummenfelt, Iden, Stornes e Thorn, triatletas rebeldes que se recusam a cansar. E fiquemos de olho, e nos encantemos com o futebol norueguês deles e delas. Que venha mais um título mundial para o Handebol das meninas saltitantes do Norte.

E, se ainda houver espaço, garçom, desce um Bacalhau Espiritual da Noruega.

E feliz Natal, à minha Lapônia Tropical!

Lauter Nogueira

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