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Lauter no Lance!: Valencia mostra mais uma vez que é imbatível, a melhor maratona do mundo

Maratona de Valencia teve chuva de recordes

Maratona de Valencia
imagem cameraMaratona de Valencia (Foto: reprodução / redes sociais)
Autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, esse texto não reflete necessariamente a opinião do Lance!
Dia 12/12/2025
07:00

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Chuva de recordes em Valencia, recordes continentais, recordes pessoais, recordes nacionais (lembrando que qualquer atleta, de qualquer país, que, em Valencia, quebrar o recorde nacional recebe uma felpuda premiação em euros) e o mais importante e significativo: quase 20% dos concluintes, homens e mulheres, baixaram das três horas na prova.

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A nova prova dos recordes cadentes! Nesta prova, o campeão olímpico (em Paris 2024) do Triathlon, preste bem atenção, ele está entre os três melhores triatletas do mundo, o britânico Alex Yee, treinou, quase, especificamente, por 14 semanas para a Maratona de Valencia. Ele que em outubro correu a Meia Maratona de Valencia para apenas 1h01:29, e começou daí a se preparar especificamente para a Maratona, neste domingo que passou. Bem, Yee correu como um maratonista top, aliás, ele se tornou um maratonista Top. Sétimo colocado geral, numa prova que tinha um field de dezenas de grandes atletas. Ele correu para 2h06:38, praticamente cravando ritmo constante de 3'00 por quilômetro, em, preste bem atenção, sua segunda maratona apenas!!! E já alcançando a segunda melhor marca de um britânico, em todos os tempos. A primeira é de um dos maiores fundistas britânicos, Sir Mo Farah, que tem 2h05. Mas, pelo que mostrou em Valencia domingo, Yee alcança esta marca na próxima, fácil!

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Tive o prazer, quase honra, de acompanhar todos os treinos de Yee, desde setembro, através de apps de rastreio e analise de performance, e o que mais impressionou foi a facilidade que Yee tinha de manter seus treinos e testes, em ritmo punitivo, pouco acima de seu limiar de lactato, em estímulos longos. Tudo bem que a prática do Triathlon, torna triatletas quase "imunes" aos danos de resíduos metabólicos no sangue circulante de seus corpos resistentes. Triatletas, dizem, são os atletas que mais conseguem suportar "as dores da ausência crescente de O2 em suas células".

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Missão cumprida em Valencia

Será que além de todos os recordes, um super-herói, vindo (nadando, pedalando ou correndo) de uma galáxia distante, também usufruiu do conjunto da obra de Valencia!

O que sei, é que a ciudad de Running está em festa nestes dias pós-domingo. Missão cumprida, missão comprida (42mil e mais 195 metros). Ano que vem tem mais!

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Maratona de Valencia (Foto: Reprodução / redes sociais)
Medalha da Maratona de Valencia (Foto: reprodução / redes sociais)

Ainda existe vida e charme nos autódromos do mundo. Viva a nova F1

E, quem diria, a Fórmula 1 se reinventa, e vive a sua temporada mais empolgante, de década.

Ainda trazendo o "peso" de dois gigantes eternos, Fernando Alonso e L. Hamilton, ainda muito competitivos, a Fórmula 1 assiste, encantada, seu público crescer assustadoramente, nas últimas duas temporadas, acompanhando velhos ídolos e atuais (Verstappen e sua consistência de pódios e Russel andando bem mais que a sua Mercedes), alinhando com novos velozes e talentosos jovens.

A temporada do britânico Lando Norris e O. Piastri (calçados com uma perfeita McLaren) foi digna de deuses das pistas! Duelos dignos de Prost, Piquet e Senna, por quase uma década, em Suzuka, Monza, Hungria... Se juntássemos as melhores características de cada um deles: o cérebro e frieza de Prost (o Professor), a agressividade e magia de Senna e a experiência, malandragem e genialidade de Piquet, criaríamos o piloto perfeito, imbatível e eterno. Provavelmente dando fim à Fórmula 1, o fim da competitividade pista à pista, curva a curva, chegada a chegada. Afinal, o limite dos limites haveria sido alcançado!

Mas, como isto não aconteceu, o Grande Circo segue firme, encantando a plateia, enchendo nossos domingos. E com uma nova roupagem, "gamificado", com o conceito de "full weekend". Afinal, ninguém quer perder os sábados de F1, com as rodadas de tomadas de tempo para formação de grid, e das seis etapas que sediarão as provas de sábado, chamadas de F1 Sprint, provas de tamanho menor (100km apenas), sem parada obrigatória. Pura velocidade, sem pit stop, sem tempo pra táticas. Estas miniprovas, além de contarem pontos (mais reduzidos, que os das provas Full de domingo), farão a formação para o grid de largada do dia seguinte, na prova principal, com distância plena (em torno de 300km). Desta forma, a F1 atual começa na tarde de sexta-feira, com as tomadas de tempo para a prova Sprint (de sábado), se prolonga por todo o sábado, com o andamento da Sprint. E encerra no domingo, com a prova full tradicional.

Mas as novidades, muitas, não tiram o brilho da tradição de uma Monte Carlo lotada, seja nas calçadas ou avarandados dos imponentes prédios ao longo de seu circuito desafiador, nem a festa, um carnaval temporão, no meio da primavera tupiniquim, em Sampa ou no Rio (tomara que volte), que vem desde 1972, encantando a vida de gente de todas as idades. O escriba que ora tecla, em ritmo cadenciado, como as Ferraris de Hamilton e Leclerc, sem muitos arroubos, fez sua estreia em F1 em SP, em 1974, quando assisti a uma exibição de gala (dentre muitas que ele nos brindou) de Emerson Fittipaldi, em seu bicampeonato seguido!

Me encantei, para sempre, ao ouvir os roncos, principalmente, das Ferraris (de Regazzoni e Ickx) que completaram o pódio. E as performances desses foguetes de rodas, que ameaçavam decolar lá no finzinho da reta principal, mas seus pilotos não aceitavam este fim precoce, lutavam com todas as forças, contra as forças imbatíveis da natureza: a gravidade (se alçassem voo), e a maldita força centrífuga, que de maldade, os empurravam para a eternidade, com toda a crueldade. Mas eram domadas, domesticadas, a cada volta, desdenhando da física, do racional.

Naquela época a Fórmula 1 era passional, quilômetros à frente da tecnologia. Seus bólidos andavam quase tão rápidos quanto os de hoje, mais de 50 anos depois!! Eram, estes loucos, os nossos heróis da velocidade.

Lando Norris é campeão da F1 (Foto: Giuseppe CACACE / POOL / AFP)
Lando Norris é campeão da F1 em 2025 (Foto: Giuseppe Cacace / POOL / AFP)

É esta dualidade, ciência e ousadia, tecnologia e reflexos puros ancestrais, que hoje nos encantam. O que era apenas um volante quase comum, um conta-giros tosco analógico, e, talvez, o retrato de uma antiga paixão, ou o do filho que pode não ter o abraço de seu pai no fim da prova, hoje são painéis digitais multicores, que, com a visão periférica, o piloto se mantém vivo uma volta mais! Imagens do cockpit levadas à nossas multitelas, que veem e ouvem tudo, num espetáculo que, hoje, vai muito além do guard-rail ou da bandeirada de chegada (talvez um dos últimos símbolos remanescentes de uma deliciosa era), em duelos espetaculares, decididos em milésimos de segundos.

Tudo é muito rápido na nova Fórmula 1, apenas a emoção continua, com novas matrizes, de novos afluentes, a emoção primal ainda flui em nossas veias, a cada temporada, desde 1950, com a vitória de Nino Farina, com sua rubra Alfa Romeo, número 24. São 75 anos de muitas histórias, glórias e também perdas, o pior fracasso. Listar as grandes perdas é tarefa inglória, são dolorosas e muitas. Eros e Tanatos continuam a eterna luta, volta a volta, até o fim.

 Lauter Nogueira

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