Veja como a premiação do Mundial impacta na realidade dos times brasileiros
Clubes foram beneficiados com a injeção milionária de dinheiro e devem destinar cifras para diferentes finalidades

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As equipes brasileiras deixaram o Mundial de Clubes ostentando momentos históricos vividos dentro de campo e cifras milionárias conquistadas com as premiações pagas pela Fifa na competição. Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras somaram altos valores com suas respectivas campanhas e agora, após o fim do torneio, serão impactados positivamente com a injeção do dinheiro.
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Diante da realidade de cada clube, o quarteto tem a capacidade de subir de nível na disputa a nível nacional e continental após as conquistas financeiras. Vale ressaltar que os valores de premiação são pagos ainda sem os descontos de taxas impostas pelo governo norte-americano e pelos gastos previstos de cada clube com despesas específicas, que vão de premiação para os atletas até pagamento de custos com viagem, muitas vezes abatidos desse valor faturado.
Para se ter uma ideia, os Estados Unidos, sede do torneio, retêm 30% apenas de imposto de renda. A Fifa fez acordo para pagar parte da premiação (a cota fixa de pouco mais de US$ 15 milhões) diretamente no Brasil, não recaindo sob as taxações estrangeiras. Entretanto, em território brasileiro, os quatro clubes também terão seus valores abatidos pelos impostos nacionais.
Fluminense mira receita recorde
Nesse contexto, o clube que mais sentirá o impacto da premiação é o Fluminense. Tido como o "menos preparado" para avançar longe no Mundial, o tricolor carioca foi que chegou mais perto da final e caiu nas semis para o campeão Chelsea. A equipe se despediu com R$ 339 milhões arrecadados e terá um salto significativo nas suas receitas.
Se em 2024 o faturamento do Fluminense foi de R$ 684 milhões, apenas com a campanha do Mundial de Clubes já foi possível arrecadar 49,5% da receita do ano anterior, cenário que pode colocar o tricolor num patamar ainda mais alto. Isso, claro, sem contabilizar o abatimento dos impostos nacionais e internacionais, que devem abater cerca de 30% do total. O Flu foi o quinto clube com maior receita na última temporada, atrás de Flamengo, Palmeiras e Corinthians, que passaram de R$ 1 bilhão, e do São Paulo.
Segundo o relatório convocados, documento produzido pela Galapagos Capital com análise do economista e analisa financeiro Cesar Graffieti, o Fluminense teve um crescimento de receitas em comparação a 2023 e 2024, impulsionado em boa parte pela venda de atletas. Com o "boom" da receita vinda do Mundial, a tendência é que o clube encontre caminho mais fáceis para manter o ritmo positivo na folha de faturamento ao fim da temporada.

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Flamengo pode 'cobrir' gastos com contratações
O aumento de receita é sempre tópico de destaque para qualquer clube quando se trata do planejamento financeiro para a temporada. Entretanto, no caso do Flamengo, clube que há alguns anos atingiu e se manteve na marca de R$ 1 bilhão de faturamento, o olhar para a premiação do Mundial pode ser voltado para outras ações do clube.
Neste ano, o Flamengo projetou as receitas da temporada sem levar em consideração o impacto das premiações do Mundial. Ou seja, os R$ 152,7 milhões arrecadados com o prêmio entram como um "bônus" e que pode ser usado par amortizar outros possíveis gastos previstos na projeção anual. No caso do rubro-negro, o valor cobre quase 100% do que foi planejado para gastar com contratações.
A previsão é que o Flamengo invista R$ 160 milhões em contratações para a temporada 2025. Ou seja, pouco mais de 95% desse valor é coberto pela premiação bruta rubro-negra, ainda sem a diminuição dos impostos. Isso não significa que o clube vá, de fato, direcionar o dinheiro para esse setor, mas essa é uma das formas de mensurar como a equipe foi beneficiada positivamente pela competição.
Palmeiras em busca do bilhão
Assim como o Flamengo, o Palmeiras é um dos times do Brasil que atualmente trabalha com o faturamento na casa do bilhão. Em 2024, a equipe bateu a marca pela primeira vez e agora tem como objetivo seguir essa realidade e, ao final da temporada, celebrar o faturamento acima do R$ 1 bilhão.
O Mundial se tornou uma peça importante nessa equação, já que o alviverde também não trabalhou seu planejamento financeiro em cima de projeções de prêmios na competição da Fifa. Após cair para o campeão Chelsea nas quartas de final, o clube paulista saiu dos Estados Unidos com R$ 222 milhões arrecadados no total, ainda sem o abatimento de impostos. Por isso, as cifras podem ser consideradas um bônus para o clube seguir cumprindo o planejamento de 2025.
Segundo a previsão orçamentária divulgada pelo Palmeiras, a expectativa é de um faturamento de R$ 1,038 bilhão no ano, com superávit estimado em pouco mais de R$ 12 milhões. Em 2024, o montante alcançou R$ 1,2 bilhão.
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Botafogo segue sob mistério pós Mundial
Dos quatro clubes, o mais complicado de projetar o impacto com a premiação do Mundial de Clubes é o Botafogo. Isso porque a equipe já vem atuando de maneira pouco transparante no futebol brasileiro que se trata da divulgação de suas finanças. No Relatório Convocados, o alvinegro é o único que aparece com dados estimados e não 100% confirmados, já que foi o único que não publicou de maneira oficial as contas de 2024 e o planejamento de 2025.
Diante de um cenário caótico vivido pelo dono da SAF botafoguense, John Textor, onde precisou deixar o comando do Lyon por uma "crise financeira" é difícil prever onde e de que forma o clube usará o valor do prêmio. Durante coletiva de apresentação do novo treinador Davide Acelotti no fim da última semana, o empresa´rio ressaltou que está estruturando para o clube tenha todos os dados transparentes.
– Nas próximas semanas, deixaremos de ser um registro confidencial junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos e passaremos a ser um registro público. Assim, todos aqui poderão ver todas essas informações financeiras no site sec.gov no momento em que esse registro confidencial se tornar público. Agora, se tivermos sucesso na IPO [oferta pública inicial na Bolsa], o benefício é que teremos um nível de transparência que nenhum clube no Brasil tem, porque há uma regra que exige uma divulgação pública dentro de quatro dias após a assinatura de cada contrato relevante ou a ocorrência de um evento relevante - afirmou.
Vale ressaltar que, além do imposto dos Estados Unidos e da aplicação de taxas brasileiras, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Botafogo terá que pagar tributação de 5% quando desembarcar no Brasil. Isso porque o alvinegro carioca é uma SAF, que tem um regime diferente dos clubes associativos, como os outros três. No total, o Fogão garantiu R$ 149 milhões brutos em premiação.
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