Bruno Soares vê 'efeito Fonseca' mais promissor do que época de Guga: 'faltou organização'
Ascensão do tenista carioca impulsionou novo "boom" da modalidade no Brasil

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A ascensão de João Fonseca no circuito profissional de tênis tem impulsionado o interesse dos brasileiros pela modalidade, movimento familiar para quem testemunhou o auge de Guga, entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000. Em conversa exclusiva com a reportagem do Lance!, o ex-tenista Bruno Soares fez uma análise do novo "boom" do tênis, capitaneado pelo jovem de 19 anos.
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Três vezes campeão de Grand Slams e ex-número 2 do mundo no ranking de duplas, Bruno Soares está na capital paulista para a disputa da Legends Tennis Cup, torneio de exibição que reúne grandes nomes do tênis sul-americano. Aposentado das competições profissionais desde 2022, ele vê o interesse crescente na modalidade com potencial de se transformar em um movimento sólido de fomento para as próximas gerações.
— É nosso grande desafio, e acho que já houve uma mudança. Você conversa com as pessoas que estão envolvidas com escolinhas de tênis, que treinam crianças, você vê um movimento da turma jogando, todas as academias com mais gente, e precisamos aproveitar esse momento. A gente precisa de grandes ídolos, o João é extremamente carismático, a Bia (Haddad) já vinha carregando essa bandeira, a gente tem dois dos melhores embaixadores que a gente podia ter. São pessoas fantásticas, super educadas, trabalhadoras, e com nível de tênis absurdo - disse.
Bruno considera que essa oportunidade foi perdida durante o auge de Guga, que ficou "solitário" como grande destaque do país no tênis. Desde a conquista de Kuerten em 2001, foram necessários mais de 20 anos para que um brasileiro voltasse a vencer um torneio de nível ATP 500, feito realizado por João Fonseca na Basileia.
— Eu acho que faltou organização geral, desde a nossa Confederação, das pessoas que estavam liderando esse processo, até uma união de modo geral, pra conseguir maximizar isso. Acredito que para quem viveu aquele momento, foi uma grande lição aprendida pra que a gente possa fazer isso agora - completou.
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'Nem o céu é o limite'
Questionado sobre as perspectivas para o futuro de João Fonseca, Bruno não hesitou em colocá-lo como top-10 do mundo em um futuro próximo, com nível de jogo capaz de rivalizar com Sinner e Alcaraz.
— Acho que nem o céu é o limite. O João vem a cada semana que passa nos brindando com algo mais legal, melhor. O mais importante é ver o processo evolutivo, a gente tem sempre que lembrar que ele ainda tem 19 anos, ele tem muito a amadurecer e a evoluir. O nível de tênis dele é absurdo, ele tem tudo pra encarar os melhores, Alcaraz, Sinner, e todos os outros que estão no top-10, acho que logo mais ele vai estar lá - projetou.
Sucesso x pressão
Com décadas de história no tênis, Bruno Soares também refletiu sobre as mudanças no esporte, impulsionadas especialmente pelo avanço tecnológico. As redes sociais, que têm grande papel na relação entre atletas e torcida, se tornaram uma "faca de dois gumes": ao mesmo tempo que aproximam a relação, podem aumentar ainda mais a pressão, sempre presente no contexto do alto rendimento.
— Na época que eu comecei a jogar, não tinha telefone, tecnologia, Instagram… a gente só tinha um contato aqui e ali. Hoje, isso tá muito vivo, pro bem e pro mal. Ao mesmo tempo que é maravilhoso, eles vão ver, ler e escutar de absolutamente tudo. Vai ter muita gente corneteira, muita gente te xingando, e a gente precisa tentar filtrar, porque no Brasil, a grande maioria avassaladora vai estar com você, torcendo e apoiando - refletiu.
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