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Marcelo Fernandes nega atrito com o Guarani e celebra boa fase: ‘Nunca passei a perna em ninguém’

Técnico comenta desafios recentes e analisa futuro no clube após acesso à Série B

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Guilherme Lesnok
São Paulo (SP)
Dia 11/10/2025
04:15
Marcelo Fernandes, técnico da Ponte Preta (Foto: Anderson Romao/AGIF)
imagem cameraMarcelo Fernandes, técnico da Ponte Preta (Foto: Anderson Romao/AGIF)

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Campeão Paulista pelo Santos e com passagens por clubes tradicionais como o Corinthians, o técnico Marcelo Fernandes viveu, em 2025, um período de grandes mudanças em sua carreira.

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Contratado inicialmente pelo Guarani para tirar a equipe da lanterna da Série C, Fernandes acabou sendo demitido e, apenas 17 dias depois, assumiu o comando da Ponte Preta, maior rival do clube alviverde em um dos clássicos mais tradicionais do futebol brasileiro.

Agora, essa história que já desperta curiosidade ganhará um novo capítulo: os dois clubes se reencontram, mas em situações bem distintas. Com a Ponte Preta já garantida na Série B, Fernandes vê seu maior rival precisando da vitória para assegurar o acesso, enquanto a Macaca busca uma vaga na final da competição.

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Trabalho no Guarani

Sem clube desde sua saída do Santos, em janeiro de 2025, Marcelo Fernandes assumiu o comando do Guarani em abril. Pelo time, disputou 11 jogos, com quatro vitórias, quatro empates e três derrotas. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o comandante falou sobre o reencontro.

— Sobre sair de um clube e ir para outro, é uma coisa normal. Somos profissionais, estamos sujeitos a isso. O importante é ser correto, honesto e direito, que as coisas acontecem dos dois lados. Estou muito feliz na Ponte Preta, não só eu, como toda a minha equipe — aponta o treinador.

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Marcelo Fernandes trabalhou no Guarani antes de acertar com a Ponte Preta (Foto: Divulgação/ Ponte Preta)
Marcelo Fernandes trabalhou no Guarani antes de acertar com a Ponte Preta (Foto: Divulgação/ Ponte Preta)

Marcelo Fernandes destacou o respeito e a gratidão que mantém pelo Guarani, afirmou não ter nada contra a instituição, elogiou o presidente Rômulo e reconheceu o empenho dos jogadores e o apoio da torcida.

— Eu não tenho nada contra a instituição Guarani. Muito pelo contrário, agradeço a oportunidade que me deu. Agradeço ao presidente Rômulo pela confiança. Ele foi super correto comigo. Todos os jogadores com quem trabalhei deram de tudo também, à torcida que nos apoiou. Não tenho absolutamente nada contra o Guarani, nem contra jogador, nem contra a instituição. Seria desonesto falar algo diferente. O clube me abriu as portas, e eu dei tudo de mim. Futebol tem dessas coisas, de troca, e faz parte — segue.

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Confiança na Ponte Preta

Marcelo Fernandes foi contratado pela Ponte Preta após a saída do técnico Alberto Valetin, que foi para o América-MG. Apesar de pouco tempo de trabalho, os números do treinador com a Macaca fizeram com que o clube garantisse na segunda fase da Série C. 

Segundo o treinador, o trabalho de confiança com o elenco da Ponte Preta foi um dos principais fatores que ajudaram a equipe a conseguir os resultados. 

— Foi muito importante. Conquistamos a confiança dos jogadores. Com o nosso jeito de trabalhar, desde o Santos, Portuguesa Santista e o próprio Guarani, é um modelo que todos os jogadores gostam. A gente faz tudo com justiça, lealdade e honestidade. Por ter sido jogador, eu sei que o atleta valoriza isso. Logicamente, existem direitos e deveres, e eles entenderam muito bem. Temos um ambiente muito bom na Ponte Preta. Estou muito feliz com tudo que está acontecendo. Problemas existem, mas o mais importante é fazer um trabalho coeso, correto e que dê frutos, como deu agora. Falta só um pouquinho pra colocar a cereja no bolo — almeja.

— Eu tô muito feliz. As oportunidades foram dadas, e a gente sempre trabalhou esperando por elas, e graças a Deus vieram. O jeito da gente trabalhar, os jogadores também se entregam muito. Então, graças a Deus, não foi só aqui, como em todos os outros lugares. Eu não posso reclamar da minha carreira, não. Nem digo que esse é um bom momento. Com certeza é o melhor, porque é o atual, com acesso. É o meu primeiro acesso, e fico feliz porque a gente monta uma equipe de trabalho e as coisas acontecem da melhor maneira. É o primeiro trabalho de acesso, show de bola, mas os outros trabalhos que eu fiz também nunca deixei a desejar em nenhum. Tenho todos os números positivos em todos os trabalhos que realizei, mas com certeza esse, pelo momento e por tudo que aconteceu na minha carreira, é importante e fundamental para dar sequência — completa.

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O dérbi campineiro promete fortes emoções na rodada decisiva. A Ponte Preta, já garantida na Série B, entra em campo precisando apenas de um empate para alcançar a final da competição. Do outro lado, o Guarani joga todas as fichas no clássico, já que disputa ponto a ponto com Brusque e Náutico a última vaga de acesso.

— Conquistamos o acesso, que era o principal objetivo, mas agora vale o título também. É página virada: comemoramos, tiramos um peso das costas. Agora temos a oportunidade de entrar de vez na história da Ponte Preta, que nunca teve um título nacional. Um título da Série C é um Campeonato Brasileiro. A torcida espera muito isso dos jogadores. Vamos continuar trabalhando muito para manter o foco. São atletas profissionais e comprometidos com a camisa da Ponte. Vai ser difícil. Primeiro, precisamos conquistar a liderança do grupo. Estamos com 10 pontos; mais uma vitória nos coloca em primeiro lugar. Depois, vêm as finais. Já sabemos que o jogo de volta será no Moisés Lucarelli lotado. É uma grande oportunidade para consolidar esse título e dar essa alegria à torcida maravilhosa — disse Marcelo Fernandes.

A bola rola neste sábado (11), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, ás 17h.

Trabalhar com Elvis, camisa 10

Um dos grandes pilares da equipe da Ponte Preta é o meio-campista Elvis, referencia da equipe, que defende as cores da Macaca desde 2022. Pelo time, são 123 jogos, 111 como titular, 19 gols, 22 assistências e média de participação em um gol a cada 223 minutos.

Em 2025, Elvis participou de 25 jogos, sendo 21 como titular, marcou 6 gols, deu 3 assistências e participou de um gol a cada 197 minutos. Tem média de 2,5 passes decisivos por jogo, 4,2 passes longos certos, 0,9 finalizações (0,4 no gol), 0,9 dribles certos, 2,8 bolas recuperadas por partida e nota 7,49 no Sofascore.

— Craque de bola. Hoje no futebol quase não existe mais meia como o Elvis. Ele é um cara que se dedica muito, busca estar sempre próximo do ideal. Tem uns 35 anos, trabalha forte, é o capitão da equipe, exerce com maestria essa função. Nos treinos e nos jogos, é um negócio incomum. Craque de bola, um jogador que entende o ritmo da partida. Na hora de acelerar, acelera. Na hora de cadenciar, cadencia. É um cara muito importante na história da Ponte Preta e foi fundamental para essa Série C, para todo o grupo — exalta.

Marcelo Fernandes exaltou qualidade de Elvis na Ponte Preta (Foto: Divulgação/ Ponte Preta)
Marcelo Fernandes exaltou qualidade de Elvis na Ponte Preta (Foto: Divulgação/ Ponte Preta)

Sequência da carreira

Na carreira, Marcelo Fernandes trabalhou nas categorias de base do Santos e no Sub-23 do Corinthians. Como treinador principal, comandou o Peixe em 2015, conquistando o título do Campeonato Paulista, e em 2023 para enfrentar o desafio de evitar o rebaixamento. 

Segundo o técnico da Ponte Preta, a sequência de sua carreira será dedicada exclusivamente à função de treinador principal.

— Sim, com certeza. Já era para ter acontecido depois do Paulista de 2015. Mas, por lealdade e compromisso, acho que a palavra é tudo, dei sequência no clube como auxiliar fixo da casa. Para você ter ideia, no Santos tenho 62 jogos como treinador, com 27 vitórias, 15 empates e 20 derrotas. Meu saldo é de mais de 50%. Sobre o rebaixamento, fico chateado, claro, porque é o clube onde nasci, mas minha consciência está tranquila. Quando assumi, faltavam 15 jogos, e conseguimos números expressivos… vencemos Flamengo, Palmeiras, Bahia e Goiás fora. Foi uma arrancada importante. Se o campeonato inteiro tivesse o mesmo percentual dos meus 15 jogos, o Santos terminaria com 57 pontos. Fico triste pelo rebaixamento, mas tranquilo por ter feito o meu trabalho. Marcelo é um cara que não passa a perna em ninguém pra chegar a algum lugar. O momento chega naturalmente, e Deus tem me abençoado. Agora é trabalhar ainda mais. Já fui campeão paulista, agora veio o acesso. Futebol só tem espaço pra quem vence. A gente precisa se dedicar muito todos os dias. E não sou só eu: o Marcelo Copertino, meu auxiliar, e o Marco Alejandro, preparador físico, são profissionais altamente capacitados. Trabalhamos muito para dar o melhor retorno possível ao clube que nos contrata — explica o treinador. 

Marcelo Fernandes quer dar sequência na carreira como treinador principal (Foto: Anderson Romao/AGIF)
Marcelo Fernandes quer dar sequência na carreira como treinador principal (Foto: Anderson Romao/AGIF)

Sobre o futuro na Ponte Preta, Fernandes mantém cautela. O treinador afirma que ainda não houve conversas formais sobre 2025, principalmente por conta da eleição no clube. Ele reforça que o foco está em concluir a temporada e disputar as finais, deixando a definição de seu futuro para um momento oportuno e com calma.

— A gente não teve conversa nenhuma ainda, até porque o clube tem eleição em novembro. Esse assunto ficou um pouco de lado. Queremos primeiro concluir essa fase, dar uma descansada, porque foram dias difíceis. Nos empenhamos muito para conquistar esse acesso, e graças a Deus conseguimos. Agora estamos tranquilos. Tudo tem seu tempo. O importante são esses dois jogos que faltam e, se Deus quiser, as finais. Depois, com calma, a gente senta pra ver o que é melhor, não só pra Ponte, mas para o Marcelo e para todos nós — finalizou.

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