Ex-Flamengo e Bayern de Munique aponta caminhos para vitória Rubro-negra
Campeão da Copa do Mundo de 1994, Jorginho relembra trajetória na Alemanha

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Campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1994, Jorginho terá um olhar especial para o confronto entre Flamengo e Bayern de Munique, válido pelas oitavas de final do Mundial de Clubes da Fifa 2025, neste domingo (29), no Estádio Hard Rock, em Miami. Ídolo das duas equipes, o ex-lateral-direito, hoje treinador, analisou o duelo em entrevista à FIFA e apontou caminhos para uma vitória rubro-negra.
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- Se estiver organizado e não ficar exposto, o Flamengo tem todas as condições de ganhar do Bayern de Munique. Vai ser um jogo muito tático, muito mesmo. São dois times que marcam em linha alta, o que expõe bastante. A transição defensiva organizada vai ser o segredo para vencer. As duas equipes têm dificuldade nesse aspecto - afirmou o tetracampeão, que defende que a chave para a vitória está na inteligência tática e na paciência, algo que ele vê nos dois técnicos: Filipe Luís, pelo lado brasileiro, e Vincent Kompany, pelo alemão.
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Ex-rubro-negro e ex-Bayern, com o coração no Brasil
Revelado pelo Flamengo na década de 1980, Jorginho fez parte do time de Zico e dos anos mágicos do clube. Anos depois, se tornou um dos primeiros brasileiros a brilhar no futebol alemão, primeiro pelo Bayer Leverkusen e depois pelo Bayern de Munique, onde foi treinado por ninguém menos que Franz Beckenbauer.
Apesar da forte ligação com o clube bávaro, o ex-jogador não esconde sua torcida: “Eu gosto muito do Bayern, mas sou brasileiro. Com certeza, minha torcida é maior pelo Flamengo”, garantiu.

Jorginho também comentou sobre os demais representantes do Brasil no Mundial: “Acredito sinceramente que Flamengo, Botafogo e Palmeiras têm muitas condições de chegar à final. O Fluminense tem um elenco mais curto, mas pode surpreender.”
A frieza alemã como alerta
Para o ex-jogador, o Flamengo terá que lidar não apenas com a qualidade técnica do Bayern, mas também com o que ele chama de “mentalidade inabalável” dos alemães. Jorginho relembrou um episódio marcante vivido em campo que exemplifica o espírito do adversário:
- Em 1993, jogamos um amistoso nos EUA. Estávamos ganhando da Alemanha por 3 a 0 no intervalo. Eles voltaram do mesmo jeito, concentrados, e empataram no fim. Não se envolvem emocionalmente, seguem o plano até o fim. Isso está na cultura deles.
Segundo Jorginho, esse “pragmatismo assustador” do Bayern, que goleou o Auckland City por 10 a 0 na fase de grupos, deve servir de alerta ao Flamengo — não por medo de uma nova goleada, como o 7 a 1 de 2014, mas por saber que os alemães não desistem nunca.
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Pioneirismo e adaptação na Alemanha
Quando chegou ao Bayer Leverkusen, em 1989, poucos brasileiros tinham sucesso no futebol alemão. Seu desempenho chamou atenção, e três anos depois ele foi contratado pelo Bayern, onde viveu grandes momentos. Aos 60 anos, Jorginho relembra com orgulho o desafio que superou:
- Cheguei num país com uma língua difícil, muito frio e pessoas reservadas. Em três meses, já dava entrevistas em alemão. Foi uma vitória pessoal.
Adaptação também foi palavra de ordem dentro de campo. Mudado de posição, Jorginho atuava mais recuado na Alemanha, como volante, e precisou retomar sua função original para disputar a Copa de 1994 como lateral. Um símbolo da versatilidade que marcou sua carreira.
Agora, do lado de fora do gramado, o tetracampeão observa seus dois ex-times medirem forças em solo americano — e torce para que a tática, a paciência e a organização deem vantagem ao Flamengo.
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