Botafogo cruza a montanha e vai à Filadélfia em busca do Mundial
Equipe perde para o Atlético de Madrid, mas se classifica no Mundial

- Matéria
- Mais Notícias
PASADENA (EUA) - A grande Los Angeles é circundada por uma cadeia de montanhas. Do Rose Bowl, em Pasadena, é possível avistar uma delas, a de San Gabriel. Ela fica ao fundo e parece um grande quadro desbotado. Nesta segunda-feira (23), uma montanha também esteve erguida dentro do campo. Era o Atlético de Madrid de Diego Simeone, de presença muito vívida. Nos últimos dias, duas vezes o técnico Renato Paiva dissera que, para superá-la, o Botafogo precisaria escalar.
Relacionadas
➡️Veja como ficou a tabela do Mundial de Clubes da Fifa!
Mas, nesta segunda-feira (23), o alvinegro lembrou que havia outra maneira. Foi mais difícil, custou a primeira derrota no Mundial — o jogo acabou 1 a 0 para os espanhóis —, mas manteve o time no caminho pelo título.
Los Angeles fica na costa oeste americana e é conhecida pela centenária história cinematográfica. Boa parte da fama foi construída por filmes do velho oeste, cujos mocinhos galopavam muitas vezes por entre vales e montanhas.
E o cinema mostrava já há algumas décadas que, para superar os montes elevados e chegar ao tão sonhado destino do velho oeste, muitas vezes o melhor caminho não era subir as montanhas, mas sim circundá-las. Ir de um lado, depois de outro, e assim quem sabe pegar os oponentes desprevenidos.
Foi o que o Botafogo tentou fazer ao longo de toda a partida com o Atlético de Madrid, válida pela última rodada do Grupo B da Copa do Mundo de Clubes. Assim como fizera na vitoriosa jornada diante do Paris Saint-Germain, o time fechou os espaços na defesa e partiu em busca do ouro rodando a montanha de Simeone.
E fez isso recuperando a bola e tratando de rodá-la de um lado para outro, buscando sempre a velocidade de Savarino pela esquerda ou de Artur pela direita.
Foi numa dessas que o meio venezuelano teve a melhor chance do Botafogo no primeiro tempo. Aos 9, Igor Jesus deu lindo passe para Savarino, que ganhou de Le Normand na velocidade, mas chutou em cima de Oblak.
Caminho do Botafogo no Mundial muda na reta final
Mas já nos filmes do velho oeste se sabia que circundar as montanhas tinha também o seu custo. Era na maioria das vezes um caminho mais longo e imprevisível, que deixava os mocinhos à mercê de franco-atiradores.
Precisando vencer por três gols para se classificar, o Atlético de Madrid foi uma dessas montanhas cheias de perigo. Diego Simeone dissera na véspera do jogo com o Botafogo que o time precisava de paciência, porque não se ganha um jogo em três minutos. Mas, com o segundo tempo avançando e o placar em branco, a equipe espanhola foi para o tudo ou nada. Simeone povoou o ataque e chegou a ter Griezmann, Ángel Correa, Julián Alvarez e Sörloth em campo ao mesmo tempo.
Foi Griezmann quem, já aos 41 do segundo tempo, marcou o gol da vitória do Atlético de Madrid sobre o Botafogo. Foi um gol que mudou a trilha do Botafogo no Mundial de Clubes: se até então o caminho do ouro era Atlanta, a partir daquele momento ele mudava para a Filadélfia.
O Botafogo deixa agora o velho oeste americano para seguir sua história do outro lado.

Tudo sobre
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias