Lauter no Lance!: Ecos de um fim de semana pleno, numa overdose de telas e emoção
Ainda era sexta, e alguns eventos já aconteciam, mostrando o potencial do fim de semana.

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Olhei para o relógio, meio que como um cacoete, e tomei um susto! Ainda não era meio-dia e já estava eu pilotando uma nave, cheia de telas, em altíssima velocidade, saindo da Itália, feliz com o resultado da antepenúltima etapa do Giro, uma etapa de montanhas especiais, ao feitio de ciclistas especiais, onde Yates, Del Toro e Carapaz, deixam para o dia seguinte, o penúltimo, a disputa final pela camisa rosa, sigo direto para a Filadélfia, onde acompanharei o primeiro dia do Grand Slam de Atletismo, em sua terceira etapa, onde Alison dos Santos, se apresentaria para mais um 400 c/ barreiras que prometia!
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Apenas promessas! O formato do Circuito Grand Slam, a nova nomenclatura dada as provas e, principalmente, a baixa adesão de grandes nomes, acabou frustrando atletas (nem tanto, pois a premiação e bônus, são polpudas) e público (presentes e virtuais). Alison passeou na prova, rebatizada esdruxulamente como “Man Long Hurdles”, até a oitava barreira, segurando um terceiro sonolento lugar. Mas bastou que se aprumasse e engatasse uma marcha competitiva, venceu com folga, em preguiçosos 48”11c. Aproveitei a preguiça da Filadélfia e tomei o rumo de casa, pois sábado e domingo prometiam ser bem diferentes. E foram!
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Acordei cedo para assistir o replay de uma etapa do “Mare Nostrum”, um circuito de natação europeu, que costuma, em ano de Mundial, trazer grandes nadadores em busca de ritmo de competição para o segundo semestre. Foi bom, mas foi morno, como as águas mornas do mar do sul da França! Aproveito o longo intervalo entre provas, me despeço da bela região fronteiriça com a Espanha e, já que estou na França, bora pra Paris, direto para as quadras sagradas de Roland Garros. Afinal é hora de acompanhar João Fonseca em sua 3ª rodada, pegando o 5º do mundo!! Como irá se comportar João, diante de tamanha pedreira?
O inesperado não fez surpresas! O genial britânico Draper jogou o que sabe. E João também. O garoto teve uma aula magna de como ser atropelado por um Top 5 do tênis mundial. Custou a João muito ao ego, mas foi um aprendizado espetacular. João saiu de quadra tonto, quase sem rumo! Aprendeu o que queria, e também o que não. Foi duro, doeu, mas foi fundamental para a maturidade esportiva de João. Saiu outro João da grande quadra de Roland Garros. Ele agora sabe que é nas grandes derrotas que se forjam os grandes atletas. Esse ano promete! Seguirei acompanhando esse moleque, pois meus olhinhos cansados e míopes, não veem um tenista tão jovem e, quase, tão completo, há décadas!
Mais telas pintadas com WTS e Triathlon
Entro ligeiro na nave e me desloco, de volta, para a Itália, pois é dia de Circuito Mundial de Triathlon, em Alghero, na Sardenha! Como gosto dessa grande e linda ilha. Terra do querido Cagliari, time do inesquecível “Gigi” Riva, o grande e eterno artilheiro da Azzurra! Bora assistir essa etapa da WTS, pois temos Miguel Hidalgo em grande forma!
Transmissão de ótima qualidade da própria World Triathlon, como sempre. A tarde quente da Sardenha, prometia uma prova dura e desgastante. Prova para triatletas bravos. Depois de um ciclismo difícil, com subidas dificílimas, onde um pequeno pelotão se desgarrou dos demais, chega para o que promete ser uma corrida de sobrevivência. Sim, para seus adversários, pois Miguelzinho, ao pôr os pés no chão, mostra pressa e desenvoltura.
Logo no início da primeira volta, Hidalgo quebra tudo e abre quase 30 segundos de seus fortes adversários, que atônitos veem um Miguel cada vez menor, lá na frente. E para uma prova dura, nada melhor que fechar com uma corrida de 3 minutos por km, cravando 30 minutos e assumindo a vice-liderança por pontos do Circuito Mundial.
Não! Não foi como espalharam por aí, a primeira vitória de um brasileiro no Circuito Mundial. Os candangos voadores, Leandro Macedo e Alexandre Manzan, décadas atrás, tocaram o terror mundo afora, vencendo e fazendo pódios importantes em grandes provas do Circuito. Mas, nos enche de esperança e orgulho a performance de sábado do Miguel Hidalgo, esse garoto de 25 anos, amadurecendo a cada temporada rumo a L.A.28!

Respiro fundo, aciono o turbo da nave e volto à América, mais precisamente a San Francisco, só pra dar uma olhadinha no Word Tour T100, em provas de triathlon, com distância maior que a olímpica e, por enquanto, menor em intensidade e emoção. Não aguentei 10 minutos e capitulei, almocei quase na hora do jantar assistindo um massacre do Paris St. Germain sobre a Inter de Milão. Que jogo foi aquele!!
Sábado também foi dia da segunda etapa do Grand Slam de Atletismo, na Filadélfia, lembram? Assisti uns 20 minutos de média expectativa, e me dei por insatisfeito! Fechando o dia de sábado, lendo um bom livro, O Instante Certo, da gigante jornalista e escritora, minha ídola eterna, Dorrit Harazim. Tiro certo para preparar minha alma para o domingo.
Domingo, que chega cedo, afinal a Largada do Ironman Brasil, em Floripa é as 6:30! Que prova veloz foi essa? Esse povo tinha pressa de acabar! Teve recorde da prova, recorde do ciclismo do argentino Taccone, vencedor geral, com a 5ª melhor marca de todos os tempos (7h31’46”), no mundo. E não para aí, recorde absurdo do vice-campeão, na maratona do Ironman, com 2h26. Ninguém, nunca, conseguiu correr a etapa da maratona em um Ironnman tão rápido, quanto Manuel Messias, em sua estreia de Ironman. Segurem esse cara no ano que vem!!! Aliás, segurem o Ironman de Floripa, no ano que vem. Já coloquei na minha agenda!
Mas não ficamos só por conta do Ironman, concorrendo na briga inter-telas que travo aos fins de semana, tinha a etapa de Madri, do Circuito Mundial de Marcha Atlética. Com o nosso Caio Bonfim, hoje uma das 2 ou 3 estrelas do nosso atletismo. E ele não decepciona. Numa prova rápida, em todos os sentidos, com atletas muito velozes e na distância de 10kms (as distâncias oficiais olímpicas, são os 20km e os 35km). Um dos grandes adversários de Caio atualmente, o recordista mundial, Yamanishi (JAP), venceu, chegando 7 segundos à frente de Caio, que fechou em segundo, com 38’55”. Deixando para trás medalhistas olímpicos e mundiais. E lá vai, Caio Bonfim, marchando rumo a L.A.28!
Enfim, desligo a nave e suas telas maravilhosas, fecho os olhos por alguns segundos, vejo que é quase hora de pegar o filho em um churrasco e aproveitar o ar leve do fim de tarde de domingo, sem telas, mas com direito a um por de Sol digno de uma ….tela de Monet!
Boa semana!
Lauter Nogueira
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