Análise: Seleção masculina de vôlei frustra torcedores em ano pós-olímpico
Brasil não mostra consistência na renovação e termina Mundial com pior campanha histórica

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A eliminação do Brasil no Mundial de Vôlei masculino, confirmada nesta quinta-feira (18), foi um balde de água fria para os torcedores, que acompanham o processo de renovação de uma das seleções mais vencedoras do mundo. Com mudanças importantes em relação ao elenco que disputou os Jogos de Paris 2024, a equipe comandada pelo técnico Bernardinho inicia o novo ciclo olímpico com um bronze na VNL e sua pior campanha da história no Mundial.
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Ao longo das últimas sete edições da competição, o Brasil alcançou pelo menos as semifinais, ou seja, desde 1994, nos últimos 31 anos, a seleção figurou constantemente entre as quatro melhores do planeta, o que faz do resultado em 2025 inédito para toda uma geração.
No confronto com a Sérvia, que complicou a classificação do Brasil às oitavas de final, bastava à seleção vencer um set para confirmar a vaga mas, sem conseguir o resultado, a equipe passou a depender de uma vitória da China para avançar. O aproveitamento ofensivo foi uma das principais dificuldades na partida, o que se refletiu nas estatísticas: Alan e Judson, principais pontuadores do Brasil, marcaram, juntos, 19 pontos, mesmo número de acertos registrado apenas pelo oposto sérvio Luburić.
Vale lembrar que a derrota brasileira aconteceu sob grande desafio emocional já que, na mesma quarta-feira (17), faleceu Maria Ângela Rezende, mãe do técnico Bernardinho que, enlutado, chorou à beira da quadra antes do início da partida.
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Renovação e mudanças
O principal questionamento que fica para os torcedores neste novo ciclo olímpico é sobre o processo de renovação da Seleção Brasileira. Grandes referências da equipe nos últimos anos, o levantador e capitão Bruninho e o central Lucão, que representaram o país nos Jogos Olímpicos de 2024, anunciaram suas aposentadorias da seleção.
Entre os 30 inscritos para a Liga das Nações, primeiro compromisso da temporada, 11 jogadores usaram a camisa da Seleção Brasileira pela primeira vez, com o ponteiro Lucarelli, longe de estar 100% fisicamente, sendo o mais experiente do grupo. A mesma base foi utilizada para montar o elenco do Mundial, com os nomes de Cachopa, Darlan, Lukas Bergmann, Honorato e Maique se tornando cada vez mais familiares para os torcedores.
No início da temporada de seleções, o técnico Bernardinho alertou para as transformações que estavam por vir e pediu aos torcedores que controlassem as expectativas neste início de trabalho. Em conversa com a reportagem do Lance!, na ocasião, ressaltou uma preparação que dura quatro anos.
— É o início do processo, não vai ser fácil não. Vamos tomar muita pancada, mas faz parte do processo. Você aprende, você vai ser criticado, reflete, melhora e vamos seguir em frente. A preparação vai durar quatro anos. Tem que pensar em perspectiva, pensar em crescimento. Que as críticas não tirem o nível de motivação, porque elas vêm, é natural. Nível de motivação e nosso comprometimento com essa melhora contínua, o mais importante - declarou Bernardinho.
Apesar de algumas boas notícias, como o retorno ao pódio da Liga das Nações após quatro edições em branco, o encerramento precoce da temporada da Seleção Brasileira liga o alerta para o caminho até Los Angeles.
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